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quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Plenário aprova novas regras para cooperativas de trabalho
Agência Câmara
Plenário aprova novas regras para cooperativas de trabalho
Elton Bomfim
O deputado Tarcísio Zimmermann foi o relator da proposta aprovada.
O Plenário aprovou nesta quarta-feira a regulamentação das
cooperativas de trabalho, que serão beneficiadas por um programa
nacional de fomento, o Pronacoop. As medidas estão previstas no
Projeto de Lei 4622/04, do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS). Com o
objetivo de impedir fraudes, o projeto proíbe a criação de
cooperativas para intermediar mão-de-obra terceirizada. Esse
subterfúgio tem sido usado, nos últimos anos, para fazer contratações
sem carteira assinada, o que deixa os profissionais sem os seus
direitos trabalhistas. A proposta segue para o Senado.
A matéria votada foi o substitutivo do deputado Tarcísio Zimmermann
(PT-RS), da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público.
Ficam fora das novas regras as cooperativas operadoras de planos
privados de assistência à saúde; aquelas que atuam no transporte
regulamentado pelo poder público e que detenham os meios de trabalho;
e as de profissionais liberais cujos sócios exerçam as atividades em
seus próprios estabelecimentos.
Política nacional
A proposta aprovada muda a Política Nacional de Cooperativismo,
determinando jornada máxima de oito horas diárias e 44 semanais para
os profissionais cooperados, além de pagamento de horas extras.
Constituída com pelo menos sete sócios, a cooperativa de trabalho
deverá garantir aos seus integrantes direitos como retiradas não
inferiores ao piso da categoria profissional ou ao salário mínimo, no
caso de não haver piso, calculadas proporcionalmente às horas
trabalhadas.
Em relação a esse ponto, o deputado Assis do Couto (PT-PR) observou
que, se o pagamento for exigido na Justiça por um dos cooperados que
não receber o valor por insuficiência de caixa, haverá uma situação
jurídica estranha, pois o autor da ação será ao mesmo tempo réu .
Fiscalização
De acordo com a proposta aprovada, quem contratar a cooperativa
responderá solidariamente pelo cumprimento das normas de saúde e
segurança do trabalho quando os serviços forem prestados no seu
estabelecimento, ou em local por ele determinado.
O Ministério do Trabalho fiscalizará o cumprimento da lei originária
do projeto, e quem for condenado por fraudar a legislação trabalhista
não poderá ser eleito para cargo em cooperativa pelo período de até
cinco anos contado da sentença transitada em julgado.
Crédito
O programa de fomento tem o objetivo de viabilizar a criação de linhas
de crédito e o acesso a mercados e à comercialização da produção. Os
recursos para as linhas de crédito do Pronacoop virão do Fundo de
Amparo ao Trabalhador (FAT); do Orçamento da União; e de outras fontes
alocadas pelo Poder Público.
Entre as mudanças feitas por Zimmermann, estão a inclusão da garantia
do direito ao repouso semanal e anual remunerado e ao seguro de
acidente de trabalho; e a possibilidade de que bancos cooperativos
possam operar os recursos do Pronacoop.
Zimmermann disse que o texto final foi elaborado com a ajuda das
próprias cooperativas e representa um avanço para o setor. "Há hoje no
Brasil mais de 1,5 milhão de trabalhadores nessa forma de organização.
É por isso que uma lei é necessária", explicou.
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