O jornal Gazeta do Povo publicou na sua edição de domingo [15/08] a reportagem “O outro partido dos trabalhadores”, onde tece críticas ao fato de as maiores centrais sindicais do país, inclusive a Central Única dos Trabalhadores - CUT, estarem posicionadas politicamente a favor da candidata Dilma Rousseff e “outros governistas”. A matéria trata o apoio das centrais à candidata como algo inaceitável e merecedor de toda repulsa da sociedade. Entretanto, não há um parágrafo sequer que critica o fato de outras entidades da sociedade civil organizada se declararem favoravelmente a este ou aquele candidato, como acontece com organizações empresariais e da imprensa, que quase sempre apoiam os de direita. A presidente da Associação Nacional de Jornais [ANJ], Maria Judith Brito, por exemplo, admitiu que a imprensa atua como um Partido de Oposição – “A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada”, disse. Fica expresso nas entrelinhas que a interpretação do periódico é de que as entidades de trabalhadores não têm o direito de se posicionar diante do cenário de disputa eleitoral. Tal censura não deve ser estendida às demais entidades de classe, só as de trabalhadores. Para tentar justificar sua tese, mascarada no conceito de imparcialidade, o texto cita os avanços obtidos pelas entidades sindicais no governo Lula como uma “maré de generosidade para os sindicalistas que leva ao apoio majoritária das entidades a Dilma”. Mais do que mal intencionada, a reportagem da Gazeta do Povo entra em contradição ao citar os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos [Dieese], onde se prevê que “o número de categorias profissionais com reajuste superior ao índice de inflação deve bater recorde em 2010. A melhor marca em todos os tempos também é do governo Lula. Em 2007, 87,7% das negociações salariais de todo Brasil geraram ganhos reais para o trabalhador”. São justamente esses avanços, entre muito outros, conquistados durante os sete anos de governo Lula que levam as entidades de representação dos trabalhadores a apoiarem a candidata indicada pelo presidente. Portanto, se o posicionamento político das centrais sindicais em favor do grupo que melhorou a vida de milhões e milhões de trabalhadores e trabalhadoras brasileiros é tratado como “o outro partido dos trabalhadores”, os frágeis e distorcidos argumentos da reportagem da Gazeta do Povo remetem à mesma imprensa golpista que tenta tirar Lula do poder desde seu primeiro dia de mandato. Direção Executiva da CUT Paraná |
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010
CUT-PR rebate reportagem publicada no jornal Gazeta do Povo que tenta desqualificar o movimento sindical
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