Num álbum era um Guru, um Mago. No outro já buscava um Novo Aeon, fugindo dessa intitulação profética. Sempre fugindo do normal, do clichê. Ser Raul Seixas era criar uma Sociedade Alternativa que indagava os censores da ditadura militar. Era estar sempre a fim de explanar sobre a metafísica, astrologia e todas as inúmeras loucuras de um sujeito "normal", sujeito que aos dez anos de idade já desconfiava da verdade absoluta. Mas o Raulzito não era e não vivia um sonho sozinho. Carregava consigo milhares de seguidores. Seguidores de seus atos, crenças e poesia. O incrível e por isso julgo mágico, é ver que hoje, tanto tempo depois, numa era completamente digital, o Cd do Raul continua lá, na partilheira das novas gerações. E aí vem o 21 de Agosto, e tudo volta a memória. É mágico e real ao mesmo tempo. Os seguidores todos na rua mostrando que a Sociedade Alternativa estava mesmo, como dizia Raul Seixas, dentro de cada um de nós. Todos lá, ouvindo Ouro de Tolo, cantando Metamorfose Ambulante e esperando que a Cidade das Estrelas tenha uma sede em cada grande cidade. E na arte de sonhar, um sonho que se sonha junto, é um sonho que se torna realidade.
Raulzito um dia falou :"- Ou eu conquisto o Planeta ou eu desapareço daqui!".
Quando ‘desapareceu’, já havia conquistado o Planeta!
Fábio Pelinson / Da Hora
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