Produção cultural, eventos e festivais de música. Planejamento Estratégico e Operacional, Formação política, para sindicatos e ONGs
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Os capitalistas já preparam um gigantesco estelionato para se salvarem
Soros sugere um gigantesco 'Proer global'
A reportagem é de *Clóvis Rossi* e publicada pelo jornal *Folha de S. Paulo*,
Coerente com a sua afirmação de que o sistema financeiro global sofreu um colapso, George Soros propõe construir um novo sistema. Para tanto, defende uma espécie de "Proer global" de um montante inimaginável: para recapitalizar os bancos, seria necessário, só nos Estados Unidos, algo em torno de US$ 1,5 trilhão.
Equivale a dizer que todos os brasileiros teriam que doar tudo o que foi produzido no país no ano passado (cerca de US$ 1,4 trilhão) e mais um pouquinho para atingir e injetar a quantia necessária no paciente moribundo.
Para os mercados emergentes, *Soros* calcula que seria preciso algo em torno de US$ 1 trilhão, o que, como é óbvio, não está nem estará disponível a curto ou médio prazo, ao menos de parte do setor privado.
"Só os governos têm esse dinheiro", observou.
A proposta de *Soros* foge da que está em debate: o que se discute é criar um "banco bom", a ser capitalizado, e deixar os "ativos tóxicos" para um "banco ruim". Claro que o mico ficaria nas mãos do governo. Soros acha que os ativos bons devem ser, sim, alocados para o novo banco, junto com a formidável injeção de capital por ele mencionada.
Joio e trigo
Perguntado como era possível separar ativos tóxicos de ativos bons, se até agora ninguém conseguiu chegar ao fundo da caixa preta em que se transformaram as operações financeiras em todo o mundo. "Dá para fazer", respondeu *Soros*, alegando que muitas instituições têm parâmetros que permitem calcular a contaminação. O investidor chegou a dizer que ele próprio apostaria dinheiro no novo banco "bom", porque "o retorno seria razoável".
Mas *Soros* é o primeiro a admitir que, até agora, o público em geral não comprou a ideia dessa maciça intervenção governamental. Acha, no entanto, que o aprofundamento da crise fará com que governos e sociedades se rendam ao inevitável.
O grande estelionato mercadista
FONTE: http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=19680
"O mercado se anima com rumor de que Obama pode comprar dívida podre da banca, dando anistia à farra de Wall Street", escreve Vinicius Torres Freire*, jornalista, em comentário publicado no jornal *Folha de S. Paulo,
Eis o artigo.
Barack Obama, o "cavaleiro da esperança", vai mesmo doar dinheiro para donos de bancos? Tão importante quanto o pacotão fiscal (gastos em obras, energia, educação, saúde e ciência) é a menos popular "fase dois" do pacote de salvação do sistema financeiro. Mesmo que seus efeitos práticos apareçam apenas daqui a um ano, o pacotão fiscal pode ter a utilidade de insinuar a consumidores e empresas que a situação não deve degringolar em depressão, reanimando os espíritos. Mas o pacotão funciona como o empurrão que faz um carro "pegar no tranco". Se o carro tem um defeito mecânico ou está sem combustível, porém, vai parar de novo. A pane nas finanças é uma das piores a afetar o carro da economia.
Obama terá de consertar as finanças. Ficou mais evidente que os bancos não têm capacidade de comprar nem pechinchas miúdas no mercado de instituições quase falidas. Não vão sair do chão puxando os cabelos. O problema é que, diz o rumor, o plano Obama para as finanças pode ressuscitar o plano Paulson-Bush, um presente para grandes acionistas e gestores da banca. O mercado ficou animadinho ontem por causa disso.
No plano Paulson, o governo compraria a dívida podre dos bancos por um preço alto e esperaria até que, no dia de são Nunca, ela voltasse a valer algo. Isto é, no mínimo, o governo daria a acionistas de bancos um quase trilionário empréstimo de pai para filho, com seguro grátis. Alternativa? Desapropriar, estatizar a preços módicos e revender os bancos que sobrarem quando tiver sido limpa a porqueira de Wall Street.
Caso ocorra a mãe de todas as socializações do prejuízo, é bom que se faça um registro, para o bem do serviço de prevenção da patranha, da bravata e do estelionato ideológicos:
1) O "cavaleiro da esperança", *Obama*, terá dado dinheiro a ricos;
2) Ficará gravado em pedra que a grande finança não apenas depende de normas e seguros estatais para funcionar: também tem o direito de ser ressarcida pelo público em caso de lambança, ficando com todos os lucros do período da farra;
3) A grande farra financeira ocorreu na década em que o crescimento médio dos EUA superou apenas o dos anos 1930, da Grande Depressão (mesmo excluídos 2008 e 2009; considerado o período que começa em 1930). Na década da farra, a renda do trabalho estagnou e a desigualdade aumentou nos EUA.
Apenas mercadistas vulgares e estelionatários continuam a repetir que a finança desembestada foi a responsável pelo "período mais próspero da história" (ou a nova camarilha chinesa na verdade era toda composta de agentes de Wall Street?).
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário