Produção cultural, eventos e festivais de música. Planejamento Estratégico e Operacional, Formação política, para sindicatos e ONGs

sábado, 31 de julho de 2010

Classificadas da Guyanuba


Foram definidas as 18 músicas classificadas para a 20ª Guyanuba da Canção Nativa, que será realizada de 5 a 8 de agosto, em Sapucaia do Sul (10 na fase estadual e 8 da regional). Também definiram os participantes da 13.ª Guyanuba Piá. E o ABC do Gaúcho traz a relação das músicas, em primeiríssima mão! O secretário de Cultura e Turismo de Sapucaia, Adriano Mazzuchello, me disse que a triagem foi realizada nesta quinta, entre 10 horas e 23h30, pelos jurados Alvandy Rodrigues, Raul Quiroga, Adriano Lima, Omair Trindade e Nei Fagundes Machado. A relação foi divulgada na tarde dessa sexta-feira. Gracias ao secretário e ao Leandro Ourique pela parceria no envio das informações! CLASSIFICADAS - FASE ESTADUAL:
CHUVA DE ESPERA
TOADA de Arabí Gomes, José Luiz dos Santos e Délcio Roque Tavares Estância Velha ZECA MULEIRO
RANCHEIRA de Hermes R. Lopes e Érlon Péricles Porto Alegre
RIO ANDEJO
CHAMAMÉ de João Stimamilio Santos, Carlitto Magallanes e Osmar Carvalho Porto Alegre
CRUZANDO O TEMPO
MILONGA de Juca Moraes e Anderson Mireschi Cruz Alta
GATEADO FRENTE ABERTA
MILONGA de Telmo de Lima Freitas Porto Alegre
QUANDO O CÉU CHORA A SAUDADE
MILONGA de Rômulo Chaves e Nilton Ferreira Palmeira das Missões
DE IDÉIA GASTA
MILONGA de José Carlos Batista de Deus, Eduardo Munhoz e João Bosco Ayala Guaiba ESTRELA NOVA
MILONGA de Carlos Omar Villela Gomes e João Bosco Ayala Guaíba
DE VERSOS E PROSAS
CHAMARRA de Carlos Moacir Pinto Rodrigues e Beto Caetano Porto Alegre
JEITO GAUCHO
VALSA de Eron Carvalho e João Chagas Leite Santa Maria  
FASE REGIONAL:
Sonho de Carreteiro
Chamamé de Nelson Nunes Rodrigues e Gerson Mattos Esteio
A Vida é Uma Milonga
Milonga de Gerri Bergamo e Dilson Inácio (Jóia) Sapucaia do Sul
Sou Mesmo Daqui
Rancheira Estilizada de Ciro Ferreira Sapucaia do Sul
Sou Eu
Chamamé de Rodrigo Morales São Leopoldo
Cenário Vazio
Mazurca Sônia Mara e João Lucas Esteio
Tempo e Mate
Chamamé Paola Vieira e Fellipe Campos Brito São Leopoldo
Santo Remédio
Chamamé de Diego Machado Canoas
Oleiro Gaúcho
Chamarra de Gilmar Pinto e Cerineu Pierezan São Leopoldo   F
ASE PIÁ
TITULO: OS OLHOS DO MEU CAVALO
RITMO: MILONGA
INTERPRETE: NATANAEL GIEHL
CIDADE: DOIS IRMÃOS
TITULO: NEGRO DA GAITA
INTERPRETE: VITOR MATEUS BECK
CIDADE: IVOTI
TITULO: POEMA NÃO ESCRITO
RITMO: MILONGA
INTERPRETE: INGRID WINK
CIDADE: SAPUCAIA DO SUL
TITULO: DIÁRIO DE UM FRONTEIRIÇO
RITMO: MILONGA
INTERPRETE: GUILHERME JULIANO SOARES ANTUNES
CIDADE: SAPUCAIA DO SUL
TITULO: VERSOS DO AMOR SEM FIM
RITMO: MILONGA
INTERPRETE: LUCAS CORREA SILVA
CIDADE: SAPUCAIA DO SUL
TITULO: AGUADAS
RITMO: MILONGA
INTERPRETE: VITOR CAMPAGNOLO
CIDADE: SÃO LEOPOLDO
TITULO: ARRANCHADO
RITMO: CHAMARRA
INTERPRETE: MAIQUEL FILHO
CIDADE: CAMAQUÃ  
FASE PIAZITO
TITULO: NO CALOR DO INVERNO
RITMO: MILONGA
INTERPRETE: MYLENA COSTA
CIDADE: SAPUCAIA DO SUL
TITULO:DUENDE MUSIQUIERO
RITMO:CHAMAMÉ
INTERPRETE:LARISSA CAMPOS BRITO
CIDADE:SÃO LEOPOLDO
TITULO:CHAMAMECERO
RITMO:CHAMAMÉ
INTERPRETE:LAURA BAUM
CIDADE:IVOTI
TITULO:TROPEIRO VELHO
RITMO:TOADA
INTERPRETE:JOÃO VICTOR DOS SANTOS
CIDADE:NOVO HAMBURGO
TITULO:REBANHO DE AGONIAS
RITMO:MILONGA
INTERPRETE:THIAS BARCELOS DE O. FAGUNDES
CIDADE:PORTO ALEGRE
TITULO:ERA UMA VEZ
RITMO:MILONGA
INTERPRETE:ISABELLE J. MOTTINI
CIDADE:PORTO ALEGRE
TITULO: MENINO POTRO
INTERPRETE:GIOVANNA MOTTINI
CIDADE:PORTO ALEGRE
Dividida em duas fases (Regional e Estadual), a Guyanuba oferecerá R$ 1,3 mil de ajuda de custo (mais 200 reais para as finalistas) e premiação de: • 1º lugar: R$ 4 mil + Troféu Figueira • 2º lugar: R$ 2,5 mil + Troféu Figueira • 3ºlugar: R$ 1,5 mil + Troféu Figueira - Melhor música Regional: R$ 1 mil + Troféu - Melhor instrumentista: 300 reais + Troféu - Música mais popular: R$ 1 mil + Troféu - Melhor intérprete: 300 reais + Troféu Também integra o evento a 13ª Guyanuba Piá. Quem já quiser garantir sua mesas para assistir ao festival, pode fazer reservas com Leandro Ourique, pelo telefone 9743.3796. O valor das mesas é de R$ 30,00 para cada noite do evento, ou R$ 80,00 o pacote para os quatro dias do festival.  
Tânia Goulart/blog ABC do Gaúcho - Jornal NH: www.jornalnh.com.br/abcdogaucho
Encaminhamentos do Plebiscito ( reunião Igreja Pompéia e CMS). .
O plebiscito será realizado entre os dias 1 e 7 de setembro. No dia 7 de setembro teremos o Grito dos Excluídos/ RS.(data acordada).
A CUT estadual disponibilizou uma sala em sua sede para o escritório do plebiscito. Ainda nessa semana devem chegar os materiais para a divulgação da campanha.Já estão circulando vinhetas nas rádios comunitárias.
Os principais instrumentos da campanha são o plebiscito e o abaixo assinado.
Plebiscito: para divulgar o plebiscito serão organizados seminários no estado. Os temas destacados para o debate são: limite da propriedade da terra, soberania alimentar e direito a cidade. A data indicativa para POA é 11 de agosto.  Foram sugeridas as cidades de Santa Maria,Caxias, Pelotas, Bagé e Ijuí, e nos próximos dias teremos as confirmações.
Sobre a organização do plebiscito a recomendação é de bastante rigor no controle do processo de votação para garantir a transparência do processo. A orientação é de que cada urna distribuída tenha  um presidente e dois mesários que serão responsáveis pela coleta dos votos, mesmo que itinerante, A urna será lacrada e as assinaturas da ata da urna precisam bater com o número de votos coletados.
Abaixo assinado: O abaixo assinado é um instrumento paralelo e muito importante. O objetivo é colher assinaturas para o encaminhamento de uma emenda popular. Serão necessárias 1 milhão de assinaturas. A coleta de assinaturas começa colada ao plebiscito, mas após o sete de setembro continuamos a colher assinaturas até atingirmos a meta de 1 milhão de signatários. É preciso que as informações sejam corretas, nome, identidade, estado da federação.
Todo material de campanha está disponível no site www.limitedaterra. org.br:.Abaixo a convocação para o Plebiscito que já circulou nas listas. Abraço. Carmen
* foi solicitado apoio das entidades e movimentos para a confecção de material (mosquitinho) de divulgação da campanha. lgumas entidades bancaram rodar material. Sugeri um esforço de conseguir folhas para rodar o material. Temos como conseguir alguma ajuda?.

CAMPANHA NACIONAL PELO LIMITE DA PROPRIEDADE DA TERRA,
PELA SOBERANIA TERRITORIAL E ALIMENTAR

1. O que é a Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra?


Com o objetivo de conscientizar e mobilizar a sociedade brasileira sobre a necessidade e importância de se estabelecer um limite para a propriedade da terra, no ano 2000, o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo - FNRA, lançou a Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra: em defesa da reforma agrária e da soberania territorial e alimentar.

Esta campanha foi criada para acabar com a histórica concentração fundiária existente no país. É preciso estabelecer um limite para a propriedade da terra se o Brasil quiser fazer valer um dos objetivos fundamentais da república que é o de "erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais." - artigo 3º, inciso III da Constituição.

2. O que é um Plebiscito Popular?

A participação popular é um direito dos cidadãos, pois ela está na essência do conceito de Estado Democrático de Direito. Ela pode ser exercida pela via indireta, quando se elege pelo voto, representantes que exercem o poder político em nome do população brasileira, ou pela via direta, quando a sociedade se manifesta diretamente sobre temas relevantes para o país, por meio de plebiscitos, referendos ou outra forma de iniciativa popular.

A participação popular legitima as decisões sobre os destinos a serem dados para a Nação, fazendo com que o povo seja protagonista direto deste processo. A Constituição Federal Brasileira de 1988, no seu artigo 14, determina que "a soberania popular será exercida pelo voto direto e secreto, e também, nos termos da lei, pelo plebiscito, referendo e pela iniciativa popular." Segundo o artigo 49, XV, compete ao Congresso Nacional, autorizar um referendo e convocar um plebiscito.

Mas a prática de consultar o povo está muito longe de ser concretizada. Até o presente só tivemos um plebiscito e um referendo convocados pelo governo. Diante disto, a sociedade civil organizada tem lançado mão de plebiscitos de iniciativa popular para que a sociedade possa se manifestar sobre problemas relevantes que atingem a vida de cada brasileiro. Mesmo não tendo valor jurídico legal, esta consulta popular tem um grande valor simbólico para mostrar que a sociedade está atenta às grandes questões nacionais e que, por isso mesmo, deveria ser ouvida com respeito e atenção.

3. Por que limitar as propriedades de terras no Brasil?

O Brasil é o campeão mundial em concentração de terra. E está comprovado que a pequena propriedade familiar é a principal produtora de alimentos que chega à mesa dos brasileiros. Ela é responsável por toda a produção de hortaliças, com 87% da mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo; 58% do leite, 59% dos suínos, 50% das aves.

Ela emprega 74,4% das pessoas ocupadas no campo, enquanto que as grandes empresas do agronegócio só empregam 25,6% da mão de obra do total.

Enquanto a pequena propriedade ocupa a cada cem hectares 15 pessoas, as empresas do agronegócio ocupam 1,7 pessoas a cada cem hectares.

Os estabelecimentos com até 10 hectares apresentam os maiores ganhos por hectare, chegando até R$ 3.800,00.

A concentração de terras no latifúndio e grandes empresas expulsa as famílias do campo, jogando-as nas favelas e áreas de risco das grandes cidades e é responsável  diretamente pelos conflitos e a violência no campo. Somente nos últimos 25 anos foram registrados os seguintes dados: 1.546 trabalhadores assassinados e houve uma média anual de 2.709 famílias expulsas de suas terras. 13.815 famílias foram despejadas. 422 pessoas presas por conflitos agrários.765 conflitos no campo diretamente relacionados à luta pela posse da terra. 92.290 famílias envolvidas em conflitos por terra.

Além do mais, as grandes empresas latifundiárias lançam mão de relações de trabalho análogas às do trabalho escravo. Em 25 anos foram registradas 2.438 ocorrências de trabalho escravo, envolvendo 163 mil trabalhadores escravizados.

4. Existem limites em outros países do mundo?

Sim. O limite para a propriedade da terra não é uma novidade. Muitos países o adotaram com sucesso. Na Coréia do Sul, Malásia, Japão, Filipinas e Tailândia a redistribuição da terra foi um instrumento para o desenvolvimento econômico e social.

Países que estabeleceram limites para a propriedade no século XX:
Fonte: Carter, Miguel. Combatendo a desigualdade social: o MST e a reforma agrária no Brasil. São Paulo, Editora da Unesp, 2010, p. 48.
5. Qual é o limite proposto pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo?

O Fórum propõe um limite de 35 módulos fiscais, que varia de região para região - entre cinco e cento e dez hectares cada módulo - e é definido para cada município de acordo com a situação geográfica, a qualidade do solo, o relevo e as condições de acesso.

O limite de 35 módulos significa uma variação entre 175 hectares, em casos de imóveis próximos às capitais com boa infra-estrutura e de fácil acesso aos mercados consumidores e até 3.500 hectares, em boa parte da região da amazônica.

Confira as variações dos módulos fiscais em seu estado:
6. O que é um módulo fiscal?

O módulo fiscal é uma referência, estabelecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ? INCRA, que define a área mínima suficiente para prover o sustento e a vida digna de uma família de trabalhadores e trabalhadoras rurais. Ele varia de região para região - entre cinco e cento e dez hectares- e é definido para cada município a partir da análise de várias regras, como por exemplo, a situação geográfica, qualidade do solo, o relevo e condições de acesso.

A criação do módulo fiscal foi uma tentativa de adequar as propriedades às realidades regionais e municipais. Essa concepção está presente nas leis como, por exemplo, na Lei nº. 8.629. Essa lei foi instituída em 1993 para regulamentar os artigos 184, 185 e 186, da Constituição Federal, que tratam da reforma agrária. Essa Lei estabeleceu, em seu art. 4º, que a pequena propriedade é aquela "de área compreendida entre um e quatro módulos fiscais" - Inciso II. No mesmo artigo, estabelece-se que a média propriedade é aquele imóvel que possui "área superior a quatro até quinze módulos fiscais" - Inciso III. Esta definição é importante porque os imóveis abaixo deste tamanho não são passíveis de desapropriação para fins de reforma agrária, segundo consta no art. 185 da Constituição.

7. Por que o FNRA propõe um limite de 35 módulos fiscais?

Mesmo tendo este parâmetro legal de até 15 módulos para a média propriedade, o Fórum Nacional de Reforma Agrária propôs como limite máximo, 35 módulos. As entidades do Fórum entendem que, mesmo estabelecendo um limite máximo, a estrutura fundiária brasileira continuará composta de pequenas, médias e grandes propriedades.

O limite de 35 módulos significa uma variação entre 175 hectares, em casos de imóveis próximos às capitais, portanto, assistidos com infra-estrutura e bom acesso aos mercados consumidores e 3.500 hectares, em boa parte da região da amazônica. Este limite supera o limite máximo estabelecido na Constituição.

8. A quem pertence a Terra?

Olhando a realidade à nossa volta, dominada pela brutal mercantilização da vida, em que todas as coisas são transformadas em mercadorias e dominados pelo mundo dos negócios, dizemos que a terra pertence aos que detém o poder, aos que controlam os mercados, aos que podem vender e comprar seu chão, seus bens e serviços, água, genes, sementes, alimentos, ar, energia, lazer, comunicação, transporte, segurança, educação, órgãos humanos e até mesmo pessoas feitas também mercadorias. Estes pretendem ser os donos da terra e dispõem dela como bem entendem.

Mas são donos ridículos, pois esquecem que não são donos deles mesmos, nem de sua origem nem de sua morte.

A quem pertence a terra? A resposta mais sensata e satisfatória nos vem das religiões, bem representadas pela tradição judaico-cristã . Nesta, Deus diz: "Minha é a terra e tudo o que ela contém e vocês são meus hóspedes e inquilinos" (Lv 25,23). Só Deus é senhor da terra e não passou escritura de posse a ninguém. Nós somos hóspedes temporários e simples cuidadores com a missão de torná-la o que um dia foi: o Jardim do Éden. Por ser geradora de vida, a terra possui a dignidade e o direito de ser cuidada e protegida.

9. Como está o planeta terra?

Vivemos um momento da história em que está em jogo nosso futuro comum. O encadeamento de crises e especialmente a questão ecológica podem originar uma tragédia de enormes proporções, que impõe a urgente adoção de medidas pessoais em nossa maneira de nos relacionar com a terra e urgentíssimas medidas políticas. O que importa não é a salvação do status quo, mas a salvação da vida e do sistema terra. Esta é a nova centralidade, que redefinirá os grandes rumos da política e das leis.

Hoje, aflora, em vários setores da sociedade, uma nova consciência que considera a terra e a humanidade como parte de um vasto universo em evolução, que possuem o mesmo destino e constituem, em sua complexidade, uma única entidade.

10. E a crise ambiental?

Como a crise ambiental deve ser enfrentada globalmente, é preciso definir o ?bem comum da terra e da humanidade?. As características do bem comum são a universalidade e a gratuidade. Deve incluir todos, pessoas e povos, e ao mesmo tempo é oferecido a todos gratuitamente porque representa o que é essencial, vital e insubstituível para a humanidade e a própria Terra. O primeiro bem é a terra, que é condição para todos os outros bens.

A biosfera é um patrimônio que a humanidade deve tutelar. Isto vale para todos os recursos naturais: ar, água, fauna, flora, micro-organismos e também para a manutenção do clima. Por isso as mudanças climáticas devem ser enfrentadas globalmente, como uma responsabilidade compartilhada. Fazem parte do patrimônio comum os bens públicos a serviço da vida, como os alimentos, as sementes, a eletricidade, as comunicações, os conhecimentos acumulados pelos povos e pela pesquisa, pelas culturas, artes, técnicas, música, religiões, saúde, educação e segurança.

O segundo bem comum é a humanidade, com seus valores intrínsecos como portadora de dignidade, consciência, inteligência, sensibilidade, compaixão, amor e abertura para o Todo. A humanidade aparece como um projeto infinito e por isso sempre inacabado. O fecundo conceito de bem comum proíbe que sejam patenteados recursos genéticos fundamentais para a alimentação e a agricultura, enquanto as descobertas técnicas patenteadas devem sempre ter um destino social. Pertence ao bem comum da humanidade e da Mãe Terra a convicção de que uma energia benfeitora está subjacente a todo o universo, sustenta cada um dos seres e pode ser invocada, acolhida e venerada.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Juiz alerta para aumento de doenças no trabalho no Brasil

Agência Brasil   
Presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Amatra) da 1ª Região, André Vilella, fez denúncia hoje (27), Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho
Além dos acidentes de trabalho, as doenças decorrentes da ocupação, como os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort), estão crescendo muito no Brasil por falta de equipamentos e infraestrutura adequados nas empresas.
O alerta é do presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Amatra) da 1ª Região, André Vilella, no Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho.
"É importante a iniciativa do empregador com equipamentos de prevenção individual no trabalho, a fiscalização do Ministério do Trabalho e o trabalhador procurar um sindicato ou o Ministério Público do Trabalho para reivindicar seus direitos", explicou o especialista.
Segundo ele, a Justiça do Trabalho é um dos ramos mais ágeis da Justiça brasileira, mas costuma demorar porque é preciso um laudo técnico para demonstrar a doença ou o dano sofrido pelo trabalhador, o que torna o processo mais lento devido à falta de peritos.
"Temos de melhorar. É preciso ter a consciência que em casos de acidente do trabalho, além da vida do trabalhador que é fundamental, também existem os aspectos econômicos para o empregador", destaca Vilella.
Sem sensibilidade
De acordo com o secretário de Relações de Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Marcelo Azevedo, ainda existe no Brasil grande quantidade de acidentes no trabalho.
"Não se preocupam com a saúde do trabalhador porque é fácil a substituição da sua mão de obra. Grande parte do empresariado não tem sensibilidade, é preciso entender que o trabalhador é patrimônio da empresa, ele é quem faz o lucro e deve ser tratado com respeito", destaca Azevedo.
Em levantamento feito em 2007, pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foram registrados cerca de 653 mil acidentes do trabalho entre os empregados formais do país. No Anuário dos Trabalhadores, publicado pelo Ministério do Trabalho, em 2007 houve 414.185 acidentes no Brasil e 20.786 ocorrências de doenças associadas ao trabalho.

Jorge Peixinho

Um grande compositor português, Jorge Peixinho. Em seguida, o poema Capitão de Paulo Cesar Pinheiro em homenagem a Che Guevara. Para finalizar,  o pintor Edward Hopper
Escrito por João Caetano   
Jorge Peixinho nascem em Portugal no dia 20 de janeiro 1940 e morreu em Lisboa, em 30 de junho 1995. Ele foi um dos mais importantes compositores portugueses do século XX, com papel fundamental na atualização do panorama musical daquele país. Na sua obra, verifica-se uma forte influência do compositor vanguardista Stockhausen, no início dos anos 60, porém, a partir de 1969 , a música de Peixinho ganha um lirismo particular, facilmente reconhecível, baseado no entretecer de citações, na distensão temporal e no refinamento tímbrico. No início dos anos oitenta, o compositor passou a privilegiar a falsa citação e a auto-citação e a explorar universos sonoros estilisticamente "impuros".
Jorge Peixinho foi também uma pessoa politicamente ativa desde finais dos anos sessenta, alinhado com a esquerda.
Separei o "Red Sweet Tango" com Miguel Borges Coelho ao piano;
http://www.youtube.com/watch?v=S6qHczz7Hjk

Poema Capitão de Paulo Cesar Pinheiro
Um belo poema de Pinheiro para Che para se ouvir no Youtube e também para ler.
http://www.youtube.com/watch?v=HdLDZu0qucQ
 
Ele cresceu bicho solto
Lobo senhor das matilhas
Foi sentinela dos povos
Varão de suas famílias
Tinha uma estrela na boina
Como um farol das vigílias
Gravou com sangue a esperança
Dentro das nossas cartilhas
Junto com seus camaradas
lutou contra as camarilhas
grupos, exércitos, bandos, corjas, nações e quadrilhas
foi cavaleiro da serra
foi capitão das guerrilhas
nada pediu nas vitórias
era do povo as partilhas
quis consertar continente
não libertar só as ilhas
tinha no olhar a certeza do mundo das maravilhas
tombou rasgado de balas
numa das mil armadilhas
e o vento chama seu nome
no mato que cobre as trilhas.
 
Edward Hopper

O fim da Segunda Guerra Mundial resultou em profundas transformações no mundo. O centro da cultura desloca-se de Paris para Nova Iorque, o que consolida uma tendência que já se via desde o final do século XIX e começo do século XX. De acordo com o importante crítico de arte, Giulio Carlo Argan, esse florescimento explosivo da arte americana é o mais grandioso fenômeno da história da arte do meado dos século passado.
Isso vai resultar no surgimento de muitos artistas estadunidenses que, aos poucos, abandonam o modelo europeu e começam a encontrar o próprio caminho.
Entre esses pintores, está um de quem eu gosto muito do trabalho. Trata-se de Edward Hopper. Ele  nasceu em 22 de julho de 1882 e morreu em 15 de maio de 1967. Hopper  trilhou um rumo muito próprio, mais ligado a um certo tipo realismo, em contraponto às tendências dominantes. Arman define Hopper como " um realista sem ideologia, um primitivo sem falsas ingenuidades, cuja extraordinária força de caracterização e a exasperada sensibilidade à miséria do mundo das metrópoles americanas traduzem-se numa narração figurativa de extrema eficácia".
Sua obra tem normalmente uma iluminação diferente, feita para captar a solidão urbana que é uma das marcas de seu trabalho. São paisagens urbanas, porém, desertas, melancólicas e iluminadas por uma luz estranha. Hopper teve forte influência na chamada pintura pop.
 
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Nighthawks (Notívagos), 1942
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Chop Suey
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quarto de Hote

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A SÍNDROME DO PÚLPITO

De como a mídia nativa complica a vida do seu candidato José Serra no afã de facilitá-la.

Lembrei-me de uma anedota. Jovem padre recém-ordenado recebe do pároco a tarefa imponente do sermão de domingo. Trata-se de sua estreia no púlpito e a missa é a do meio-dia. Recomenda o pároco: a ocasião pede por um pronunciamento direto e forte, nada de meias-palavras e panos quentes. O jovem, empolgado, cumpre sua tarefa na certeza do dever cumprido. Depois da missa, procura o chefe para saber se passou na prova. "Bem - diz o pároco - direto e forte você foi, mas não precisava ofender a mãe do Demônio".

Não sei que gênero de clímax pretende atingir a campanha de José Serra. Aliás, não entendi até hoje quais são suas diretrizes porque, às vezes, parece-me ter perdido a bússola. O que surpreende em um pároco, perdão, candidato tão preparado, navegante de várias eleições. Nada de surpresas, no entanto, com o sermão de padre Índio, excitado na estreia do púlpito. Depois de ouvi-lo, ou melhor, de lê-lo, perguntei aos meus boquiabertos botões qual seria o sentido da ligação do PT com as Farc. Se, por exemplo, de um lado vem a coca e do outro vão bazucas. Responderam os botões com uma pergunta: será do conhecimento do candidato a vice que o diabo não tem mãe?

A tarefa do pároco para sair da situação desagradável é mais simples do que a do candidato à Presidência. O pároco chama brandamente às falas o jovem desastrado e desconversa com os fiéis perplexos. O candidato à Presidência enfrenta outro gênero de dificuldade diante do companheiro de chapa recém-convocado. Donde a tentativa de executar um remendo
in extremis ao dizer que o PT certamente não participa do narcotráfico, embora mantenha relações com as famigeradas Farc.

Serra não contava, ouso esperar, com a pontual e clamorosa reação dos jornalões paulistas. Inebriados pela oportunidade, tanto o
Estadão quanto a Folha de S. Paulo estampam a frase do seu candidato em manchete da primeira página. Ao mesmo tempo, em um canto, Índio da Costa murmura que o chefe está certo, sem deixar de lembrar que o narcotráfico financia os bandidos rebeldes da Colômbia.

Pois aí está o problema: no seu ímpeto libertador, a mídia prejudica em vez de ajudar. Abunda em boa-fé e em incompetência. Tropeça no seu próprio irrefreável impulso voltado à demolição da candidatura sustentada por Lula, impulso genuíno, que vem dos precórdios, mas sempre precipitado, raivoso e frequentemente ridículo. Um pouco mais de sutileza, de compostura, de honestidade, não fariam mal algum à mídia nativa neste momento.

O candidato Serra, que cultiva excelentes relações com os donos das empresas jornalísticas e com vários dos seus profissionais, quem sabe devesse transmitir a eles a mesma recomendação de Talleyrand aos seus comandados, quando ministro do Exterior de Napoleão: "Sobretudo, nunca zelo demais". Zelo em excesso atrapalha.

Neste espaço, já disse do peso exorbitante da herança tucana e fernandista, a sobrar implacalvelmente para o ex-governador de São Paulo de volta à liça do pleito presidencial. Recordo a origem esquerdista do presidente da UNE quando do golpe de 1964, e como Serra se manteve fiel às ideias e crenças da juventude por muito tempo. Décadas a fio. Anoto também que ele nunca propôs "esqueçam o que disse". Mesmo assim ele é hoje, por força das circunstâncias, o candidato da direita.

É apenas uma constatação, registro inescapável. E não se trata de qualquer direita, e sim do rançoso udenismo na sua versão atualizada. O mesmo udenismo que tramou contra Getúlio presidente eleito, contra Juscelino, contra João Goulart, e que enfim realizou seu projeto com o golpe. E de passagem queimou a sede da UNE.

por Mino Carta - para Carta Capital nº 606, de 28/07/2008, página 14.
www.cartacapital.com.br


 

Sob pressão, o Datafalha começa a encolher o Serra

Publicado em 24/07/2010
O Datafalha começa a acertar as contas
 O Conversa Afiada publica texto do Eduardo Guimarães do “Movimento dos Sem Mídia”:
Entenda o Datafolha
Quem se surpreendeu, decepcionou-se ou se animou com a pesquisa Datafolha que vazou no fim da noite de sexta-feira na internet e que foi divulgada oficialmente hoje pela Folha de São Paulo, talvez não esteja olhando direito os números.

É claro que, em comparação com a pesquisa Vox Populi divulgada também na sexta, o Datafolha não é tão bom para Dilma nem tão ruim para Serra. Todavia, se compararmos o que vinha sendo feito pelo instituto de pesquisas da família Frias antes de a procuradoria-geral eleitoral acolher a representação do Movimento dos Sem Mídia pedindo investigação dos quatro grandes institutos (Datafolha, Ibope, Sensus e Vox Populi), chegaremos à conclusão de que a suposta manipulação de dados do Datafolha refluiu, e muito.

Em dezembro do ano passado, a vantagem que o Datafolha atribuía a Serra em relação a Dilma era de 14 pontos percentuais. Em fevereiro, a vantagem caiu para 7 p.p. Eis que, em março, quando o Vox Populi e o Sensus já atribuíam empate técnico entre Dilma e Serra, o Datafolha joga a diferença a favor do tucano para 10 p.p. Em abril, o mesmo Datafolha aumenta essa vantagem ainda mais, agora para 12 p.p. (!!!)

No começo de maio, a procuradoria-geral eleitoral aceita a representação do Movimento dos Sem Mídia e emite um despacho à Polícia Federal para que esta instaure inquérito para apurar possível crime eleitoral de falsificação de pesquisas. A investigação abrange os institutos Datafolha, Ibope, Sensus e Vox Populi.

Em 35 dias, no Datafolha, some uma vantagem de Serra sobre Dilma de DOZE PONTOS PERCENTUAIS. Em 21 de maio, a pesquisa Datafolha conclui que aquela estrondosa diferença caiu a… ZERO (!).

Naquele momento, a blogosfera entrou em festa. Apesar de a mídia esconder a instauração de inquérito policial contra os institutos de pesquisa, os principais blogs progressistas e até os portais IG e Comunique-se entrevistaram-me e veicularam todos os detalhes da representação do MSM, assinada por mais de dois mil leitores do meu antigo blog, o Cidadania.com.

A manchete mais comum que se viu na blogosfera foi “A sinuca do Datafolha”. Ora, para os Frias e para o PIG em geral, foi a morte. Entendam que o principal poder da mídia é o de se colocar acima dos outros poderes da República – o Quarto Poder, no Brasil, acha que é o Primeiro.

Desta forma, a boa e velha margem de erro, levada ao paroxismo, pode permitir uma tendência muito menos divergente dos resultados que o histórico de todas as pesquisas mostra que têm sido os mais acertados, pois a cada três ou quatro meses fazem os outros resultados convergirem para si, ou seja, Datafolha e Ibope sempre acabam convergindo para os resultados de Sensus e Vox Populi.

De qualquer forma, em meados de maio, coincidentemente no momento do acolhimento pela Justiça Eleitoral da Representação do Movimento dos Sem Mídia, a diferença maluca de doze pontos percentuais a favor de Serra, uma diferença que nenhum outro instituto viu (nem o Ibope), reduziu-se a zero.

Em junho, porém, há uma reação da Folha, aumentando essa diferença em um mísero ponto percentual a favor do tucano, que, agora, a mídia mantém, porque a sua lógica é a seguinte: manipulação de pesquisa já havia ocorrido à época dos dez e, depois, dos doze pontos percentuais de vantagem para Serra. Queda ainda mais abrupta dessa vantagem ou ultrapassagem de Serra por Dilma só complicaria ainda mais a situação do Datafolha diante das investigações. Manter uma divergência, qualquer que seja, é dar coerência ao passado, se é que vocês me entendem…

O fato é que a mera análise dos números mostra que o Datafolha, no transcurso de uma linha de tempo, vai tentando puxar Serra para cima em duas pesquisas consecutivas. Em março, puxou essa diferença, que era de sete pontos em fevereiro, para dez pontos; em abril, de dez pontos em março, para onze pontos; em maio, teve que reduzir a a diferença a zero – não me lembro de outra queda tão abrupta de um candidato a presidente em período tão curto (35 dias).

E a diferença do Datafolha a favor de Serra continua a zero desde a representação do MSM, pois o único ponto percentual a favor do tucano, nas duas pesquisas do instituto em julho, ficou dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.

Quero garantir uma coisa aos leitores em geral e aos filiados ao MSM: a Folha não está ignorando o fato de que é a maior suspeita de estar manipulando pesquisas através de seu instituto-laranja. Há todo um intrincado cálculo na divulgação desses números. Até porque, um passarinho me contou que Serra não levaria sua candidatura à frente se Ibope e Datafolha não o mantivessem em vantagem sobre Dilma, mesmo que dentro da margem de erro.

A investigação da Polícia Federal sobre os institutos de pesquisa já está sendo monitorada pelo Movimento dos Sem Mídia. Em breve, teremos novidades sobre o que, a meu juízo, é direito de a sociedade saber. A Folha e seu instituto-laranja estão seguindo uma linha de atuação que lhes parece menos suicida – e eu talvez até concorde com ela, se for enxergar o assunto pela ótica dos seus interesses.

O fato é que não haverá o que o grupo político-midiático de Serra não faça para vencer a eleição deste ano. Há interesses não só do pico da pirâmide social, mas também interesses alienígenas (estrangeiros) na vitória dele. A vitória de Dilma pode tirar dezenas de bilhões de dólares das classes  A e B e entregá-los às classes C, D e E.

Estamos falando de uma elite que já deu um golpe de Estado por não aceitar distribuição de renda promovida pelo governo da hora e que, assim, manteve o país acorrentado a uma ditadura por mais de vinte anos. E estamos falando do sétimo país mais desigual do mundo, segundo o índice de Gini. O Brasil não chegou a esse ponto com essa casta dominante assustando-se com pouco. Até porque, há chefes militares garantindo apoio.

O que este blogueiro e ativista político faz, portanto, é apostar na legalidade, nas instituições, e, no limite, na indisposição que me dizem haver nas tropas de obedecerem a ordens de comando golpistas, caso a direita tucano-pefelê-midiática e seus mentores decidam não aceitar ficarem de fora do poder por mais quatro anos.

Contudo, essa decisão-limite da direita golpista precisará se amparar no Judiciário, mais ou menos como aconteceu em Honduras. É o novo modus operandi golpista latino-americano. Porém, o Judiciário pós-Lula já não é mais o mesmo. A maioria dos juízes da Suprema Corte foi nomeada por este governo. O procurador-geral da República é um homem de bem.

Em minha opinião, até a doutora Sandra Cureau tem méritos a seu favor e tenho minhas dúvidas de que esteja atuando de forma partidária. Aceitou uma representação de uma ONG desconhecida, apesar de apoiada por mais de dois mil cidadãos, e, depois que o PT resolveu se mexer e acionar a Justiça Eleitoral naquela questão da “propaganda antecipada”, também tem acusado os tucanos.

Em minha opinião, a situação das pesquisas está muito melhor hoje. A ousadia diminuiu muito. E não creio que terão pernas para dar um golpe branco, a la Honduras. Além disso, as próximas pesquisas poderão ser avassaladoras para Serra. O Vox Populi mostrou que a sociedade não está dando bola nem para os ataques reiterados a Dilma nem a manipulações de pesquisas. Quero ver o que fará o Datafolha quando Sensus e Vox Populi estiverem dando 15 pontos de vantagem para Dilma e a eleição estiver chegando…

O que essa gente não entendeu, é o seguinte: eles podem fazer quantas pesquisas quiserem, quantas notícias de jornal quiserem, quantos programas de televisão quiserem. Podem tentar criar climas eleitorais artificiais à vontade. No fim, porém, prevalecerá o princípio máximo da democracia, o de que a cada cidadão só cabe o próprio voto, e o de que na cabine indevassável, naquela hora do cidadão com a sua consciência, quem tem o poder é o povo.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Bota a sandália de prata e vem para Oktober sambar

*Por Mateus Skolaud
Santa Cruz do Sul, a partir das duas últimas décadas do século passado, notabilizou-se por estabelecer algumas estratégias de afirmação da “identidade germânica” na cidade. Os anos 80 configuraram um cenário marcado pela intensificação de políticas públicas estruturadas com um forte caráter identitário. É neste contexto que no ano de 1984 foi formatada a principal e mais conhecida festa santa-cruzense, a Oktoberfest. Dentre as características desta festividade, estão, de um lado, a identidade étnica alemã (re)construída a partir da colonização teuto no Vale do Rio Pardo e, por outro, a questão econômica, vinculada a atividade turística.

A Oktoberfest é apresentada como um retorno às tradições legadas pelos antepassados. Elementos como o trabalho, a bravura, a coragem, a higiene, o espírito empreendedor e associativo, são alguns dos adjetivos ressaltados e reverenciados. A cada ano, a festa tem reafirmado identidades e reforçado laços simbólicos, partindo de mitos, costumes, crenças, modos de ser e fazer. Nesse caso, a Oktoberfest tem uma função política evidente numa cidade caracterizada pela diversidade étnica. O rito reforça o laço da comunidade, tanto na efervescência dos meses de preparação, bem como no período da festividade, em outubro. Neste sentido, a Oktober pode ser entendida como um ritual que objetiva reunir o presente ao passado de Santa Cruz do Sul, o indivíduo à comunidade, constituindo um espaço de rememoração para recordar anualmente o que não deve ser esquecido.
Assim, esta rede de símbolos e significados que são (re)criados e atribuídos ao pioneirismo alemão na região, são os mesmos elementos que, por sua vez, caracterizam e legitimam as relações de pertencimento junto a este imaginário local, isto é, toda a cidade possui uma identidade que faz com que os indivíduos a reconheçam e se reconheçam nela como individualidade. Por outro lado, também, são estes os mesmos elementos que servem como referencia contrastiva nas relações interétnicas, ou seja, estas relações envolvem uma série de recursos simbólicos e materiais, onde a afirmação da identidade e a enunciação da diferença traduzem o desejo de diferentes atores garantirem o acesso privilegiado aos bens sociais.
Não é por outro motivo que, a escolha de uma rainha morena, de sobrenome italiano, de cabelos escuros e que não é natural de Santa Cruz do Sul, cause tanta polêmica. A perspectiva “normal” seria novamente o estereótipo, ou seja, a escolha de uma mulher loira de descendência germânica, de modo que a tendência à naturalização da cultura, são características que permitem a definição de fronteiras culturais/étnicas internas na comunidade, como é o caso da eleição das Soberanas da Oktoberfest.
Para tanto, acredito que a eleição de Maíra Farinon representa um marco simbólico importante para a diversidade cultural santa-cruzense. Maíra que já foi rainha da Festa do Feijão, alimentação escrava, sinônimo de identidade nacional e que hoje é considerado o prato que melhor simboliza a culinária brasileira, independentemente de classe social. Agora representa a Festa do chopp e do chucrute, nada mais hibrido e contemporâneo, como a própria seleção alemã da copa do mundo da África do Sul, com 11 dos 23 jogadores oriundos de famílias imigrantes, caracterizando uma riqueza cultural sem medida, incluindo a estes o nosso Cacau, atleta brasileiro, negro naturalizado alemão.
Parabéns Maíra Farinon, seja bem vinda, e para encerrar parafraseio o poeta:
Morena boa
que me faz penar
Bota a sandália de prata
E vem pra Oktoberfest sambar

* historiador 

Na 1ª pesquisa da campanha oficial, Dilma abre 6 pontos

Levantamento do instituto Vox Populi, divulgado pela Band nesta quarta-feira (21), confirma petista à frente de Serra
A pesquisa eleitoral produzida pelo instituto Vox Populi e divulgada na quarta-feira (21) pela Band deve mostrar Dilma Rousseff (PT) à frente. A divulgação dos resultados detalhados ocorre no início da noite. Na corrida presidencial, Dilma aparece com 43% das intenções de voto, contra 37% de José Serra (PSDB). Marina teria 8%.

As informações foram colhidas junto a funcionários da Rede Bandeirantes, contratante da pesquisa. No último levantamento divulgado, em 29 de junho, a petista tinha seis pontos de vantagem, dependendo do cenário. No levantamento anterior, em maio, a diferença era de três pontos.

Desde a semana passada, circulavam rumores sobre um levantamento interno, encomendado pelo PT, que apontava números semelhantes.

A pesquisa Vox Populi ouviu 3 mil pessoas de 17 a 20 de julho. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual, para mais ou para menos. O instituto registrou ainda pesquisas para nove estados - Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Neste sábado (24), o Datafolha deve divulgar nova pesquisa. Será a enquete com maior amostra do período eleitoral, 10,6 mil entrevistados. Simultaneamente, dados sobre disputas estaduais devem ser divulgadas.

Fonte: Rede Brasil Atual

O samba do alemão batata


                                                                                                        Por Iran Pas*

Estava eu um dia desses trocando idéias com meus amigos e colegas historiadores, Mateus Skolaude e o João Paulo Reis, quando surgiu o assunto da polêmica envolvendo a escolha da rainha da Oktoberfest. Estávamos tomando um café na Illuminura e começamos e discutir sobre o acontecimento, não sobre a escolha em si da rainha, mas da repercussão causada pelo fato de a escolhida ter um sobrenome italiano e nascido em outro município de nossa região.

Confesso que esse assunto, que à guisa do "samba do crioulo doido" poderia ser denominado “o samba do alemão batata” me constrange, pois sou um “estrangeiro” em Santa Cruz do Sul, moro nessa cidade (por escolha, assim como poderia ter escolhido qualquer outro lugar para viver), há 18 anos. Por descendência materna e paterna tenho orígem (distante) européia, colonizadora.

Mas, profissionalmente, como historiador, considero que não poderia me furtar de participar da discussão, que ainda repercute, em torno da escolha da rainha da Oktoberfest. É um assunto que transcende o bairrismo e os ranços de uma das mais fechadas sociedades germânicas do Rio Grande do Sul, pelo menos até os anos 80/90. Algumas das declarações feitas no portal GAZ (www.portalgaz.com.br) sobre a coroação da Corte da Oktoberfest beiraram à xenofobia, coisa que deve nos causar repulsa. Parte destes comentários deve ser colocada na conta das famílias e amigos de concorrentes superadas na disputa, pessoas que certamente à revelia do entendimento das candidatas, julgavam ter numa boa tintura “biocolor” ou num sobrenome suas melhores chances de coroação.

Os comentários ali expostos deixam transparecer uma intolerância racial latente. E pensamentos como esses, usados por gente de mente doentia, como já aconteceu na Alemanha e na Itália, podem nos levar para um caminho muito perigoso. Ademais, acredito que está na hora de uma parte da velha elite santa-cruzense e sua caixa de ressonância social na classe média, repensar seus conceitos à respeito de cultura e seus valores como povo e nacionalidade.

Os “verdadeiros alemães” levaram para o maior evento do futebol mundial um selecionado com vários atletas oriundos de outros países, negros e árabes inclusive, que já foram vítimas da xenofobia alemã, por qual motivo devem alguns santa-cruzenses achar que para representar uma cidade cada dia etnicamente mais “brasileira” só pode ser descendente ariano, de sangue genuinamente germânico.

Até onde sei, os europeus não têm  muito orgulho daqueles emigrantes que, frente às maiores crises e fomes da história, deixaram o Velho Continente e partiram em busca do “eldorado” no Novo Mundo. Muitos só queriam comer todos os dias. Alguns dos quais eram degradados, miseráveis e os mais incultos integrantes da sociedade alemã da época, mas seus descendentes hoje buscam a consagração em colunas e “status” sociais. E títulos que enalteçam a “germanidade” e uma suposta pureza racial e cultural.

Faz bem a Oktoberfest em dar ao evento a possibilidade de representação da pluralidade da sociedade que constrói esse município, essa região, esse estado e esse país. Hoje, o mundo é plural, democrático.

Está aberto o caminho para que tenhamos, nos próximos concursos, representantes da beleza negra, nativa, indígena, asiática, àrabe e demais representações étnicas que fazem, na verdade, a atual sociedade santa-cruzense. Uma representação que deveria, sim, consolidar-se pela pluralidade dessa festa, e não pelo radicalismo étnico. Um tema que na Alemanha “original”, ainda suscita calafrios.

Outro elemento importante para a discussão é, o simbologismo de rainhas e princesas. O que nos leva a escolher soberanas de festas, feiras, Carnaval, municípios, esportes, etc..? Seria uma inclinação à monarquia? Saudosismo de um tempo de reis e rainhas, senhores de escravos, senhores feudais? Porque o simbologismo de uma corte? Principalmente em um País cuja história mostra ter sido construido por escravos, plebeus, náufragos, bandidos e degredados?

Atire a primeira “kartoffel” aquele de pura linhagem nobre, quem tiver o sangue azul!!
CONVITE
Prezados Senhores,
O Sindicato dos Bancários de Santa Maria tem o prazer de convidá-lo (os) para a palestra de divulgação da Obra a Ação Sindical em Tempos de Crise - de Iran Pas, a ser realizada na Sede II do Sindicato, localizado à Rua Serafim Valandro, 835 – sala 21 - Santa Maria, no dia 29/julho/2010 – quinta-feira, às 19horas.
Iran Pas é Licenciado em História pela UNISC e Mestre em Desenvolvimento Regional – UNISC. Campo de atuação: Planejamento estratégico e operacional. Formação política e história dos trabalhadores no Brasil. Sindicatos, Organizações não governamentais, entidades da sociedade civil e órgãos públicos: Execução e desenvolvimento de projetos sociais, formação para economia solidária.
Contamos com a sua presença.
Cordialmente,

Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região
Site: www.bancariossm.org.br
E-mail: contato@bancariossm.org.br
Fone: (55)3222-8088 / (55) 8414-0735

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Estância Gaúcha sai em outubro



E mais um festival nativista já tem data agendada para este ano: a 17ª Estância da Canção Gaúcha, de São Gabriel, será realizada de 14 a 17 de outubro! O lançamento do festival será nesta sexta-feira (16), quando serão apresentados detalhes do regulamento, shows e demais novidades.

Conforme o regulamento, as inscrições começam neste sábado, 17, e seguem até 18 de agosto. Conforme a assessoria da prefeitura, o evento será transmitido pela internet!
fonte: Tânia Goulart/blog ABC do Gaúcho

A esquerda ganha quando soma, une


Fidel foi sempre quem mais bateu nessa tecla. Contra os dogmatismos, os sectarismos, os isolacionismos, ele sempre reiterou que “a arte da política é a arte de unificar”, que a esquerda triunfou quando soube ganhar setores mais amplos, quando unificou, quando soube desenvolver políticas de alianças.

Foi assim que os bolcheviques se tornaram maioria, ao apelar aos camponeses para que tomassem as terras, realizando seu sonho secular de terra própria, mesmo se isso parecia estar em contradição com os interesses do proletariado urbano, que se propunha a socializar os meios de produção. Foi assim na China, com a aliança com setores do empresariado nacional, para expulsar o invasor japonês e realizar a revolução agrária. Foi assim em Cuba, quando Fidel soube unificar a todas as forças antibatistianas para derrubar a ditadura. Foi assim na Nicarágua, com a frente antisomozista organizada pelo sandinismo.

Como se trata de políticas de alianças,é preciso perguntar-nos sobre os limites dessas alianças e como se conquista hegemonia nessas alianças.
A arte da construção da uma estratégia hegemônica está, em primeiro lugar, em organizar solidamente as forças próprias, aquelas interessadas profundamente no projeto de transformações da sociedade. No nosso caso, de superação do neoliberalismo e de construção de uma sociedade justa, solidária, democrática e soberana.

O segundo passo é o de construir alianças com forças próximas, no nosso caso, com setores médios da sociedade, que tem diferenças com a grande massa popular, mas que podem somar-se ao novo bloco hegemônico, conforme as plataformas que se consiga elaborar.

Organizadas as forças próprias, somadas as aliadas, se trata de neutralizar as forças que não se somariam ao nosso campo, buscando isolar ao máximo as forças adversárias. Essa a arquitetura que pode permitir a vitória da esquerda, a organização do campo popular e a constituição de um novo bloco de forças no poder.

O sectarismo, o dogmatismo são caminhos de derrota segura. Afincar-se nos princípios, sem enfrentar os obstáculos para construir uma força vitoriosa, é ficar de bem consigo mesmo – “não trair os princípios”, defender a teoria contra a realidade -, centrar a ação na luta ideológica e não nas necessidades de construção política de uma alternativa vitoriosa. O isolamento e a derrota dessas vias no Brasil é a confirmação dessa tese.

Em uma aliança se perde a hegemonia quando se cede o essencial ao aliado, na verdade um inimigo a que se converte quem concede. FHC aliou-se ao então PFL, não para impor o programa do seu partido, mas para realizar o programa da direita – o neoliberal. Nessa aliança se impôs a hegemonia neoliberal. Uma força que se pretendia social democrata realizou um programa originalmente contraposto à sua natureza.

Lula fez uma aliança ampla – não apenas com o PMDB e outros partidos -, mas também com o capital financeiro, mediante a Carta aos brasileiros, o Meirelles no Banco Central e a manutenção do ajuste fiscal e do superávit fiscal, conforme as orientações levadas a cabo por Palocci. Neutralizou forças adversárias, que ameaçavam desestabilizar a economia, mediante ataque especulativo que já havia dobrado o valor do dólar durante a campanha eleitoral.

Ao longo do tempo, com as transformações operadas no governo, a hegemonia do projeto original do Lula foi se impondo. O tema do desenvolvimento passou a ser central, com um modelo intrinsecamente vinculado à distribuição de renda, ao mesmo tempo que a reinserção internacional se consolidou, privilegiando alianças com os governos progressistas da América Latina e com as principais forças do Sul do mundo. O Estado, por sua vez, voltou a ter um papel de indutor do desenvolvimento e de garantia das extensão das políticas sociais.

Os aliados políticos e econômicos continuaram a ter força e a ocupar espaços dentro do governo. A maioria parlamentar do PMDB ficou representada na política do agro negócio, os interesses do setor privado de comunicações, assim como os das FFAA – em três ministérios importantes no governo. Da mesma formal, a centralidade do capital financeiro no neoliberalismo garantiu uma independência de fato do Banco Central.

Esses espaços enfraqueceram a hegemonia do projeto original, mas permitiram sua imposição no essencial. O agronegócio teve contrapontos no Ministério de Desenvolvimento Agrário, a política de comunicações em iniciativas como a TV Brasil e a Conferencia Nacional de Comunicações, as FFAA no Plano Nacional dos Direitos Humanos, o Banco Central em ações indutoras sobre a taxa de juros e no papel determinante que políticas com o PAC, o Minha casa, minha vida.

As fronteiras das alianças e a questão da hegemonia provocaram tensões permanentes, pelos equilíbrios instáveis que provocam essas convivências. Mas, como se sabe, sem maioria no Congresso, o governo quase caiu em 2005. A aliança com o PMDB – com as contrapartidas dos ministérios mencionados – foi o preço a pagar para a estabilidade política do governo.

Um dos problemas originários do governo Lula foi que ele triunfou depois de uma década de ofensiva contra o movimento popular, que passou a uma situação de refluxo, tendo como um dos resultados a minoria parlamentar e de governos estaduais com que o governo Lula teve que conviver, mesmo depois da reeleição de 2006.

Por isso uma das disputas mais importantes este ano é o da correlação de forças no Parlamento, para garantir para um governo Dilma uma maioria de esquerda no Congresso, com dependência menor ali e na composição do governo. Assim se disputam os limites das alianças e a hegemonia.

Diferença fundamental na política de alianças de FHC e de Lula é a questão da hegemonia, da política levada adiante. A prioridade das políticas sociais – que muda a face da sociedade brasileira –, a nova inserção internacional do Brasil, o papel do Estado e das políticas de desenvolvimento – dão o caráter do governo Lula. As alianças devem viabilizar sua centralidade. A correlação de forças das alianças está em jogo nas eleições parlamentares deste ano.

Foi um governo em permanente disputa, com duas etapas claramente delineadas (Veja-se o artigo de Nelson Barbosa no livro “Brasil, entre o passado e o futuro”, organizado pelo Marco Aurélio Garcia e por mim, publicado pela Boitempo e pela Perseu Abramo.), com o ajuste fiscal predominando na primeira, o desenvolvimento econômico e social na segunda. A coordenação do governo realizada pela Dilma representou exatamente essa segunda fase, de que o seu governo deve ser continuação. O que não significava que as tensões apontadas não permaneçam. Mas elas podem ser enfrentadas numa correlação de forças mais favorável à esquerda e em um marco de uma nova grande derrota da direita, que abre espaço para um avanço estratégico do projeto de construção de uma sociedade justa, solidária, democrática e soberana.

terça-feira, 20 de julho de 2010

AOS MEUS AMIGOS


FELIZ DIA DO AMIGO
 Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para
isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Agência DA HORA na cobertura da 30º Coxilha Nativista de Cruz Alta - RS

De 27 de julho á 31 de julho de 2010, você pode acompanhar a todas as emoções da 30º edição da Coxilha Nativista de Cruz Alta, Ao Vivo pela Web RÁDIO e TV DA HORA, e todas as informações no site.
A Coxilha Nativista é um dos mais importantes eventos da música do Rio Grande do Sul. Um marco na história dos festivais de música regional do Brasil. Realizado pela Prefeitura Municipal de Cruz Alta ininterruptamente desde 1981, é uma referência para quem vê na música uma oportunidade de crescimento e projeção artística. Pelo palco da Coxilha Nativista a cada ano passam grandes nomes da música regional do sul do país, bem como muitos tiveram nesse palco o primeiro espaço para expressão da sua arte.

O evento fez com que Cruz Alta se transformasse no grande palco do nativismo gaúcho, dando vez à voz dos artistas de todas as idades.
                                                                                                                          
O termo “COXILHA”, do espanhol “cuchilla”, é um substantivo feminino, um brasileirismo próprio do Rio Grande do Sul. Vocábulo com que designam as elevações acentuadas da campanha rio-grandense, mais freqüentes no Planalto Médio, pedaço de chão crioulo que se destaca pelas grandes e descampadas altitudes.
O termo “NATIVISTA” provém de nativo, “que é natural; que nasce com o indivíduo”. Nativismo, sentimento de amor a terra natal, ao pago, ao chão. O nativismo é um segmento do tradicionalismo, fundamentam-se em toda a sua ontologia e ajuda a caracterizar sua natureza, porém, manifesta-se mais especificamente a nível artístico, pois o seu nascedouro está na Califórnia de Uruguaiana. Enquanto o tradicionalismo tem mais de um século de história, o nativismo está latente na atualidade.

A idéia de realizar um festival de músicas nativas em Cruz Alta surgiu em Santa Maria, após uma comitiva de Cruz Alta, ter assistido a 1ª Tertúlia Musical Nativista. Antes, porém, já se acompanhava a Califórnia de Uruguaiana e outros eventos deste nível, onde a música nativa se fazia presente.

A coxilha deste ano será realizada de 24(Sábado) de Julho á 31(sábado) de Julho de 2010, nos dias 24, 25, 26, 27 serão apresentadas em cada dia 10 músicas da história da Coxilha Nativista, no dia 28 será a fase local, dia 29 será a 26ª edição da Coxilha Piá, no dia 30 a fase geral e dia 31 a final da 30ª edição da Coxilha Nativista, haverá vários shows dentro do evento dentre as grandes atrações está nomes como Dante Ramón Ledesma, Jorge Freitas, João de Almeida Neto, Miguel Marques, Cézar Oliveira e Rogério Mello.

Os jurados da 30ª Coxilha Nativista são:

Arhur Bonilla
Tadeu Martins
Sandro Cartier
Luís Cardoso
Jean Kirchoff

Você pode acompanhar tudo Ao Vivo pela Web TV e Rádio da Hora, além das noticias e fotos do evento no site DA HORA.
Samir Oliveira Lorensett / DA HORA

Serra quer instalar República Midiática

Eleger José Serra para assegurar a instalação de uma República Midiática, onde os três poderes seriam editados ao sabor dos ditames do mercado e do espetáculo: esse é o programa de governo que ainda não foi apresentado pela candidatura demotucana e pelo baronato midiático.

Gilson Caroni Filho

O processo eleitoral deste ano constitui um momento privilegiado no movimento político global da política brasileira. Uma significativa vitória das forças governistas, com a eleição de executivos e parlamentares do campo democrático-popular, pode ampliar espaços político-administrativos que continuem realizando o aprofundamento de formas participativas de gestão pública. É contra isso, em oposição virulenta a mecanismos institucionais que aperfeiçoem a democratização da vida nacional, que se voltam as principais corporações midiáticas e seus denodados funcionários.

Sem nenhuma atualização dos métodos utilizados em 1954 contra Getúlio Vargas e, dez anos depois, no golpe de Estado que depôs Jango, a grande imprensa aponta sua artilharia para os atores que procuram romper a tradição brasileira de definir e encaminhar as questões políticas de forma elitista e autoritária. Jornalistas, radialistas e apresentadores de programas televisivos, sem qualquer pudor, tentam arregimentar as classes médias para um golpe branco contra a candidatura de Dilma Rousseff. Para tal objetivo, além do recorrente terrorismo semântico, as oficinas de consenso contam com alguns ministros do TSE e uma vice-procuradora pautada sob medida.

A campanha de oposição ao governo utiliza uma linguagem radical e alarmista, que mistura denúncias contra falsos dossiês, corrupção governamental, uso da máquina pública no processo eleitoral, supostas teses que fragilizariam a propriedade privada em benefício de invasões, além do ”controle social da mídia em prejuízo da liberdade de imprensa”. Temos a reedição da retórica do medo que já rendeu dividendos às classes dominantes. Em escala nacional, os índices disponíveis de percepção do eleitorado assinalam que dificilmente os recursos empregados conseguirão legitimar uma investida golpista. Mas não convém baixar a guarda.

Se tudo isso é um sinal de incapacidade do bloco oposicionista para resolver seus mais imediatos e elementares problemas de sobrevivência política, a inquietação das verdadeiras classes dominantes (grande capital, latifúndio e proprietários de corporações midiáticas) estimula pescadores de águas turvas, vitalizando sugestões que comprometam a normalidade do processo eleitoral. Todas as forças democráticas e populares devem recusar clara e firmemente qualquer tentativa perturbadora. Sugestões desestabilizadoras, venham de onde vierem, têm um objetivo inequívoco: impedir o avanço rumo a uma democracia ampliada.

É nesse contexto que devem ser vistos os movimentos do campo jornalístico. Apesar do recuo do governo na terceira edição do Programa Nacional dos Direitos Humanos, a simples realização da Confecom foi um golpe duro para os projetos da grande mídia. A democratização dos meios de comunicação de massa está inserida na agenda de praticamente todos os movimentos sociais.

A concentração das iniciativas culturais e informativas em mãos da classe dominante, que decide unilateralmente o que vai e o que não vai ser divulgado no país, está ameaçada não apenas por novas tecnologias, mas por uma consciência cidadã que conheceu consideráveis avanços nos dois mandatos do presidente Lula. Tem dias contados a sujeição cultural da população em seu conjunto, transformada em público espectador e consumidor. Como podemos ver, não faltam razões para o desespero das famílias Civita, Marinho, Mesquita e Frias.

Ao levantarem a cortina de fumaça da “República Sindicalista", em um claro exercício do "duplipensar" orwelliano, os funcionários do baronato ameaçado reescrevem notícias antigas para que elas não contradigam as diretivas de hoje. Um olhar no Brasil atual mostrará que o “duplipensamento" tem uma função clara até outubro: eleger José Serra para assegurar a instalação de uma República Midiática, onde os três poderes seriam editados ao sabor dos ditames do mercado e do espetáculo. Esse é o programa de governo que Serra ainda não apresentou. Há divergências na produção artística.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4707
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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Lei do Piso salarial para professores completa 2 anos

  por CNTE  




Com o questionamento da lei no STF e baixa adesão de estados e municípios, educadores precisam manter a mobilização para garantir esse direito
 


Nesta sexta-feira, dia 16 de julho, a lei 11.738 que prevê o pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) para os profissionais de educação básica completa dois anos. Com a norma os professores passaram a ter um valor mínimo para o salário. A criação da lei foi uma vitória para os trabalhadores em educação, resultado da luta por melhorias na carreira. Mas dois anos depois, eles ainda enfrentam o desafio da implementação do que está previsto na legislação.
 
Para marcar a data, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, professor Roberto Leão, concedeu uma entrevista à CNTE TV sobre a luta desses profissionais para que lei seja cumprida. Leão fala sobre a discordância do índice usado para reajustar o valor do piso salarial e sobre a aplicação do pi so nos estados brasileiros. “Cada estado faz do seu jeito. Em função do piso estar sub judice no Supremo Tribunal Federal, existe muita resistência. Nos estados, governadores e prefeitos querem fazer economia e isso acaba fazendo com que eles implantem o piso da maneira que acham mais conveniente. Um dos grandes problemas do pagamento do valor do piso hoje é esse: cada um dos estados tem uma interpretação de valor, de como deve ser implementado”, explica. O presidente da CNTE comenta ainda sobre as expectativas da categoria - com relação a esse tema - para as propostas dos candidatos à presidência.

Impasse nos estados
Depois de criada a lei 11.738, 5 estados brasileiros - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará - levaram ao STF uma Ação Direta de Inconstitucionalidade. Alegando que aguardam a decisão d o Supremo, a maioria dos estados não efetivou o piso nacional. Contudo, o STF já julgou a lei constitucional e concedeu liminar apenas a dois dos pedidos dos governadores. Falta o Tribunal julgar o mérito sobre a vinculação do piso aos vencimentos iniciais de carreira e sobre a destinação de um terço da carga horária dos professores para atividades fora de sala de aula.

A norma estabeleceu que a partir de 2009 nenhum professor da rede pública poderia ganhar menos que o piso nacional. Quando a Lei 11.738 foi aprovada, em 2008, o valor de referência era 950 reais. Hoje o valor com reajuste divulgado pelo MEC é de R$ 1.024,67 para a carga de até 40 horas semanais. No entanto, a CNTE entende que o valor deve ser calculado sobre o percentual aplicado ao valor mínimo do Fundeb, a cada ano, conforme dispõe a Lei 11.494 (Fundeb). Assim, o valor final com reajuste para 2010 totalizaria em R$ 1.312, 85.

Ideb
A correta aplicação do piso está diretamente relacionada com a valorização da carreira dos professores. Para a CNTE, esses aspectos teriam grande influência no aumento do rendimento dos trabalhadores em educação e, consequentemente, na melhora do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

A divulgação do Ideb relativo ao ano passado mostrou que os indicadores apresentaram melhoras na educação do país. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no caso do ensino fundamental, o índice passou de 4,2 para 4,6, superando a meta prevista para o ano passado e já atingindo a meta estabelecida para 2011. As notas dos alunos aumentaram assim como as taxas de aprovação. Já no caso de ensino médio , o Ideb passou de 3,5 para 3,6 também superando a meta para 2009. Segundo a CNTE, os bons resultados já alcançados na avaliação poderiam melhorar ainda mais caso os trabalhadores em educação já tivessem garantido a valorização profissional com Piso Salarial, Plano de Carreira e formação continuada.

domingo, 18 de julho de 2010

CLASSIFICADAS PARA 24ª MOENDA

Na tarde deste sábado, 17 de julho, estive em Santo Antônio da Patrulha, visitando minha mãe, Dona Maria, e aproveitei para chegar até a Câmara de Vereadores, local onde estava ocorrendo a triagem das músicas inscritas na 24ª Moenda da Canção. A foto acima registra o trabalho dos jurados, Leandro Cachoeira, Shana Muller, Rodrigo Bauer, Caetano Silveira e Zebeto Correia.
Graças a gentileza da Shana Muller, publico a seguir, em primeira mão a relação das 18 canções classificadas para o festival que acontece nos dias 20, 21 e 22 de agosto, lá mesmo na minha terra natal.
Concorrentes:
1. A LEMBRANÇA (Fabiano Marques/Cícero Camargo)
2. A PEDRA QUE DESPENCOU ( Diego Muller/Sérgio Sodré/Cristiano Barbosa/Robledo Martins/Mauricio Lopes)
3. AS MOÇAS DO TEMPO (Martin César/João Bosco Ayalla)
4. CABEÇA ( Vinícius Brum/Tuny Brum)
5. DE ARREPIAR A ALMA (Paulo Righi/Carlos Omar Villela Gomes/Piero Ereno)
6. ELÉTRICA (Érlon Péricles)
7. ESCRITOS DO MURO FLUTUANTE (Jaime Vaz Brasil/João Bosco Ayalla/Everson Maré)
8. FLOR DO LÁCIO (José Carmargo/Fernando Cavalieri)
9. GEOGRAFIA DA INSÔNIA (Jaime Vaz Brasil/Adriano e Christian Sperandir)
10. MOLEQUE (João Correa)
11. SÓ SE FOR AGORA - Instrumental (Yamandu Costa/Samuel Costa/Rafael Ferrari)
12. VIOLA DO SUL DO BRASIL (Mario Tressoldi/Chico Saga)
13. A LÁGRIMA DO PALHAÇO (Barbara Jacques/Tiago Lasserre)
14. DO AVESSO (João Correa)
15. A PALAVRA TERRA (Jaime Vaz Brasil/Adriano e Christian Sperandir)
16. EM PAZ ( Duca Duarte)
17. SATÉLITE (Léo Nogueira/Fernando Cavalieri)
18. O ESPELHO INVERTIDO (Luciane Lopes/Marco Araújo)
fonte: Blog do Jairo Reis