Universidade Estadual de Maringá Avenida Colombo, 5790 Maringá, Brasil Por proposição da Universidade Estadual de Maringá, pelo seu Núcleo de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, sugere-se um evento com características inovadoras, onde o debate de propostas para um modelo de desenvolvimento regional tenha como base o progresso humano no sentido da equidade, justiça social e sustentabilidade global, o evento terá como propósito a construção de uma ação objetiva dos atores sociais, institucionais e políticos locais.
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações. ("Preâmbulo da Carta da Terra" )
A sociedade brasileira vem aprofundando debates, ainda que de forma incompleta, sobre os meios utilizados para a geração da riqueza, em aspectos econômicos e sociais e de como fazê-lo de forma sustentada e em benefício de todos. Está na ordem do dia um questionamento sobre os efeitos do atual modelo de desenvolvimento sobre o meio ambiente e sobre a segurança da população e as suas "condições" para a preservação da vida do planeta, colocando em risco a sua sobrevivência futura!
No Noroeste do Paraná, temos o desafio de iniciar uma mobilização para a construção de um debate sobre a estratégia para um "novo" desenvolvimento. As tecnologias Sociais estão entre o que consideramos essenciais para a estratégia prosperar! A participação dos atores locais e regionais indicará maior ou menor condição da sua própria viabilidade como proposição estratégica, podendo-se aliar o debate ao encaminhamento prático das ações.
O evento é oportuno, pois está estabelecendo um diálogo com (e entre) as organizações da sociedade, através da sua participação efetiva, bem como as necessárias relações e parcerias com os órgãos públicos e privados, definindo suporte técnico e financiamento de ações locais, que pela execução integrada, fazem a base para uma estratégia do desenvolvimento sustentável e solidário da Região Noroeste do Paraná!
O evento Agroecologia, Economia Solidária e Segurança Alimentar e Nutricional na Região Noroeste do Paraná. Bases para o Desenvolvimento Sustentável é composto pelo: IIIº Encontro Regional de Agroecologia (3 ERA), pelo Iº Encontro Regional de mídia e comunicação comunitária e pelo IIº Encontro Regional de Economia Solidária. Onde se pretende a constituição de um Fórum Permanente. Marcando o início de uma estratégia de ação no sentido da promoção do desenvolvimento territorial sustentável e solidário para o fortalecimento das cadeias produtivas da agricultura familiar na região.
Busca-se novas abordagens teóricas e práticas que possam explicar a gênese e o funcionamento das atuais dinâmicas de desenvolvimento dos territórios rurais, assim como, às mudanças nas formas de interpretação das teorias e políticas de desenvolvimento que pretendem explicar os desequilíbrios regionais apenas como reflexo da regulação global e da reorganização da produção globalizada.
Espera-se das novas abordagens, contribuições para algumas respostas das questões relacionadas com o desenvolvimento territorial e para que os instrumentos e políticas de produção e desenvolvimento possam estar ajustados ao perfil específico de cada sistema produtivo e às suas potencialidades locais.
A diversidade e as potencialidades locais já são reconhecidas como elementos estratégicos para a competitividade dos territórios, o debate brasileiro em relação ao futuro do desenvolvimento dos territórios rurais ainda é embrionário.
Atualmente, esse debate vem acontecendo entre aqueles que defendem a hipótese da perda crescente de importância desses territórios, como um “determinismo estrutural”, e, do outro lado, aqueles que defendem a hipótese de um desenvolvimento “local” ou “endógeno” dos territórios. Enquanto os primeiros acreditam na globalização como o único caminho para o desenvolvimento, os últimos tentam destacar, além dos reflexos dos fatores externos sobre o local, em diferentes graus, a importância dos recursos territoriais e das ações dos atores e das instituições sobre as dinâmicas de desenvolvimento dos territórios.
Por esse motivo, e para melhor compreender as dinâmicas de desenvolvimento no contexto dos territórios regionais, é necessário um aprofundamento desse debate, utilizando-se novas abordagens para a compreensão dessas dinâmicas.
O que se pretende fortalecer com a ação é justamente a sustentabilidade do desenvolvimento no contexto da agricultura familiar no que diz respeito ao modelo produtivo e energético a luz da característica expansionista contemporânea do desenvolvimento e proporcionar condições para criar mecanismos à sua viabilidade socioeconômica e ambiental dos territórios rurais, a partir de um modelo coletivo e solidário, com responsabilidade pelo futuro, visando o uso racional da água e do solo pelas novas gerações.
Por isso, promover um Desenvolvimento Territorial Sustentável e Solidário é enfrentar o desequilíbrio ambiental da bacia promovido pelas novas técnicas de uso racional e planejado dos solos, com vistas ao aumento da produção de alimentos saudáveis com a preservação do meio natural e para a melhoria da qualidade de vida da população residente. A preocupação é promover um sistema que traga melhores resultados e de qualidade na administração, manutenção e preservação dos espaços naturais.
A existência de uma rede complexa de agentes sociais, organizados e inseridos organicamente no processo produtivo, de forma a constituírem uma gestão coletiva e regional das propriedades, em forma de empreendimentos econômicos, com base em arranjos setoriais, permitem consolidar processos de desenvolvimento em novas bases conceituais com extrema capacidade propositiva e pró ativa.
Os focos da ação possuem grande responsabilidade nesta agregação coletiva de condições e permitirão superação intensa se obtiverem organicidade: a capacidade propositiva regional de sistemas produtivos orgânicos construindo marco conceitual agroecológico e a gestão ambiental por micro-bacia possibilita um pacto estratégico por eixos temáticos com capacidade de formulação conceitual: educação/gestão ambiental por micro-bacias, agroecologia e a organização econômica coletiva solidária e autogestionária.
A idéia central é associar os conceitos de criação de conhecimento e novos paradigmas de aprendizagem organizacional, baseados em competências e à conquista, consolidação e criação de inovações, com novas e permanentes ações metodológicas e programáticas e de novas técnicas e práticas econômicas sustentáveis. Considera-se a economia solidária uma estratégia indispensável para a boa prática na agricultura familiar.
Reconhecem-se os níveis de incerteza que envolve a mudança estratégica, assim como a importância dos processos de criação de conhecimento e aprendizagem organizacional. Na oportunidade serão debatidos temas como: Apresentação do projeto de implantação de agroindústrias de produção de alimentos; a organização do uso de energias renováveis na agricultura familiar; apresentação dos projetos de extensão da UEM com o foco na Sustentabilidade (cerca de 60 projetos em andamento), a produção e comercialização e consumo de produtos agroecológicos, e a constituição de um Fórum Permanente de economia solidária na Região Noroeste do Paraná. |
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