Trabalhadores se reúnem com Ministério da Justiça
Escrito por: Luiz Carvalho
Representantes da direção nacional da Central Única dos Trabalhadores e das CUTs da região Norte se reúnem com o Ministério da Justiça nesta segunda-feira (25), às 14h30, no Palácio do Planalto, em Brasília, para cobrar a federalização da apuração dos crimes contra lideranças sindicais.
O pedido da audiência partiu da nossa CUT no Acre, por conta dos recentes assassinatos de lideranças rurais nos estados do Pará, Amazonas, Rondônia e Acre e da impunidade que ainda impera na região. Apenas em maio, quatro líderes sindicais foram vítimas de atentados, três no Pará e um em Rondônia.
Ainda segundo levantamento da Comissão Pastoral da Terra, mais de 90% dos assassinatos em conflitos agrários ocorridos desde 1985 sequer foram julgados.
Para o diretor Executivo da CUT, Júlio Turra, um dos representantes da central na reunião com o governo, é necessário que a apuração desses crimes passe para a esfera federal. “Na maor parte das vezes, ou a polícia dos estados é ineficiente, ou faz corpo mole ou estão submetidas à pressão dos mandantes dessas mortes, que geralmente tem boa relação com o poder público”, explica.
Ele cita o caso emblemático de Anderson Luís, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Frios e Laticínios do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Sintrafiros), morto com dois tiros em um ponto de ônibus na cidade de São João do Meriti, em 2006. “Ainda em 2007, uma delegação da CUT foi recebida pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro, e pelo chefe da polícia federal da época, o Paulo Lacerda, que nos explicaram a necessidade da solicitação dos governos dos estados para que o governo federal enviasse os agentes da Polícia Federal. Ainda disseram para não nos preocuparmos porque o então governador eleito, Sérgio Cabral, tinha boas relações com o governo federal e certamente iria acioná-los. Porém, até hoje não vimos nada disso”, critica.
Diante disso, destaca o dirigente, a delegação cutista irá cobrar do governo federal uma ação firme perante os gestores estaduais para que a PF seja acionada em regiões onde houver ameaças e mortes de lideranças sindicais.
Secretária cutista de Combate ao Racismo, Maria Júlia Nogueira, também estará presente para apresentar um relatório de atentados cometidos contra quilombolas no Maranhão. “No início de junho, remanescentes de quilombos ocuparam a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) até que houvesse um comprometimento do governo federal com medidas para acabar com a violência praticada pelos grileiros contra os quilombolas e para agilizar a demarcação de terras. Uma equipe veio ao estado no dia 2 de julho, apresentamos uma exposição sobre a situação de conflitos, mas até agora nada foi feito”, disse.
Cerca de 700 comunidades quilombolas vivem no Maranhão e, assim como os trabalhadores rurais, exigem que a luta por direitos não termine pelas mãos de quem conta com a impunidade.
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