Produção cultural, eventos e festivais de música. Planejamento Estratégico e Operacional, Formação política, para sindicatos e ONGs

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

FESTIVAL CÉSAR PASSARINHO EM CAXIAS DO SUL

PREMIAÇÃO

1º Lugar: NAS TARDES DE DOMINGO
de Geovane Gonsales e Robson Garcia

2º Lugar: NA FORÇA DE UM CANTAR
de Fábio Soares

3º Lugar: ROMANCE DO CARRETEIRO
de Joel de Freitas Paulo, Othelo Saldanha Caiaffo e Juliano Moreno

-Melhor Letra: Geovane Gonsales em NAS TARDES DE DOMINGO
-Melhor arranjo: ROMANCE DO CARRETEIRO
de Joel de Freitas Paulo, Othelo Saldanha Caiaffo e Juliano Moreno
-Música Mais Popular: NA FORÇA DE UM CANTAR
de Fábio Soares
-Melhor Instrumentista: Pedro Lemos
-Melhor Intérprete: Luidhi Moro Muller
1º LUGAR
Maneador, Sim Senhor! - Chimarrita
Let: Evair Suarez Gomes / Mús: Juliano Gomes
Intérprete - Marcelo Oliveira
2º LUGAR
A Ti Guitarra - Milonga
Let: Nelson Souza / Mús: Vinícius Brignol Leite
Intérprete - Raineri Sphor
Melhor melodia:
Pontesuela - Chamame
Let e Mús: Fábio Peralta
Intérprete - Fábio Peralta
Melhor intérprete:
Raineri Spohr
Melhor instrumentista:
Luciano Fagundes
Melhor letra sobre ovelha:
Nos Tempos da Velha Guitarra - Chote
Let: Xirú Antunes / Mús: Everson Maré
Intérprete - Matheus Leal
Vencedores - Comparsinha:
-1º lugar: Mulher Peregrina - de Norma Coronel Trindade e Robledo Martins, com Lu Schiavo)
-2º lugar: Pra Fazê o Véio Feliz - de Delci Oliveira e Juliano Fagundes, com Térri Costa
-Melhor Tema "A Ovelha": Volteadas em Torrinhas - de Luciano Barbosa e Leonardo D´Ávila
-Melhor Intérprete: Lu Schiavo, em Mulher Peregrina
-Melhor Instrumentista: Claudiomar Fagundes, em Pra Fazê o Véio Feliz
-Melhor Melodia: Mulher Peregrina
-Música Mais Popular: Pra Fazê o Véio Feliz

CINEBANCÁRIOS EXIBE MOSTRA DE DOCUMENTÁRIOS FRANCESES - ENTRADA FRANCA

 
A partir de 1º de fevereiro, o CineBancários abre espaço na sua programação para uma mostra dedicada à produção documental francesa, ainda pouco conhecida no Brasil, apesar da sua enorme qualidade. Intitulada Retratos Franceses, a mostra reúne quatro documentários recentes, três deles inéditos no Brasil: De Volta à Normandia (2007), Claude Lévi-Strauss por Ele Mesmo (2008), O Nome Dela é Sabine (2007) e Eu Quero Tudo da Vida (2008).  
Todos os títulos giram em torno de temas de grande interesse e repercussão, sendo especialmente atraentes para o público universitário. De Volta à Normandia, de Nicolas Philibert (diretor de Ser e Ter, documentário sobre educação infantil que conheceu enorme êxito internacional), aborda um caso de assassinato descrito pelo filósofo Michel Foucault num de seus livros mais conhecidos, Eu, Pierre Rivière, que Degolei Minha Mãe, Minha Irmã e Meu Irmão. O clássico ensaio feminista O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, é objeto do documentário Eu Quero Tudo da Vida, de Pascale Fautrier. O autismo foi o tema escolhido pela atriz Sandrine Bonnaire para sua elogiada estreia na direção no autobiográfico O Nome Dela é Sabine (que é o único dos quatro títulos j&aacu te; lançados no Brasil), no qual ela relata o impacto provocado pela doença da irmã Sabine em sua família. Finalmente, em Claude Lévi-Strauss Por Ele Mesmo a dupla de diretores Annie Chevallay e Pierre-André Boutang faz um detalhado perfil do grande antropólogo francês morto em 2009.
A mostra Retratos Franceses permanece em cartaz no CineBancários até o dia 13 de fevereiro, em três sessões diárias, 15h, 17h e 19h. 

Sinopses dos Filmes

De Volta à Normandia (Retour en Normandie), de Nicolas Philibert. França, 2007, 113 minutos. 
Em 1975, Nicolas Philibert foi assistente de direção de René Allio em Eu, Pierre Rivière, que Degolei Minha Mãe, Minha Irmã e Meu Irmão, baseado num crime local descrito em livro pelo filósofo Michel Foucault. Filmado na Normandia, a alguns quilômetros de onde aconteceu o triplo assassinato, o traço mais especial do trabalho de Allio era o fato de que todos os personagens do filme foram interpretados por camponeses da região. Trinta anos depois, Philibert retorna à Normandia para reencontrar estes atores de ocasião, personagens da vida real. 

Claude Lévi-Strauss Por Ele Mesmo (Claude Lévi-Strauss Par Lui-même), de Annie Chevallay e Pierre-André Boutang. França, 2008, 93 minutos. 

O percurso intelectual do antropólogo francês centenário Claude Lévi-Strauss é retraçado por meio de entrevistas concedidas por ele a partir da década de 60 e de fotografias, manuscritos e outros objetos de seu arquivo pessoal. Suas experiências e a evolução de seu pensamento ganha vida por meio de uma organização cronológica e temática. Aficionado por música, ecologista convicto e defensor da diversidade dos povos, o pensador é o principal narrador de sua história, da infância no ateliê artístico do pai, à maturidade como pesquisador.

O Nome Dela é Sabine (Elle s’appelle Sabine), de Sandrine Bonnaire. França, 2007, 85 minutos. 
A atriz Sandrine Bonnaire narra a história da irmã Sabine, que é autista, através de imagens filmadas ao longo de 25 anos. Sandrine testemunha o momento atual de Sabine, que depois de uma estadia infeliz num hospital psiquiátrico, passa a viver numa estrutura adaptada a ela. E, dessa forma, numa casa na região de Charente, na França, reencontra a felicidade. A partir desse episódio, o documentário mostra a penúria e o despreparo de algumas instituições especializadas e as dramáticas consequências que podem causar aos doentes. 

Eu Quero Tudo da Vida (Je Veux Tout de la Vie), de Pascale Fautrier. França, 2008, 52 minutos, *legenda em espanhol. 
Com O Segundo Sexo (1949), livro fundador da reflexão feminista, Simone de Beauvoir conquistou um imenso prestígio a partir dos anos 60, especialmente nos EUA. Este documentário visa mostrar a importância histórica, política e cidadã deste livro, através do qual a evolução dos direitos das mulheres e da atuação política do feminismo devem a Simone de Beauvoir.

GRADE DE HORÁRIOS

Semana de 1º a 6 de fevereiro de 2011

Terça-feira (1º de fevereiro)
15h – De Volta à Normandia
17h – Claude Lévi-Strauss Por Ele Mesmo
19h – O Nome Dela é Sabine

Quarta-feira (2 de fevereiro)
15h – Eu Quero Tudo da Vida
17h – De Volta à Normandia
19h – Claude Lévi-Strauss Por Ele Mesmo

Quinta-feira (3 de fevereiro)
15h – O Nome Dela é Sabine
17h – Eu Quero Tudo da Vida
19h – De Volta à Normandia

Sexta-feira (4 de fevereiro) 
15h – Claude Lévi-Strauss por Ele Mesmo
17h – O Nome Dela é Sabine
19h – Eu Quero Tudo da Vida

Sábado (5 de fevereiro)
15h – De Volta à Normandia
17h – Claude Lévi-Strauss por Ele Mesmo
19h – O Nome Dela é Sabine

Domingo (6 de fevereiro)
15h – Eu Quero Tudo da Vida
17h – De Volta à Normandia
19h – Claude Lévi-Strauss por Ele Mesmo


Semana de 8 a 13 de fevereiro de 2011
Terça-feira (8 de fevereiro)
15h – De Volta à Normandia
17h – Claude Lévi-Strauss Por Ele Mesmo
19h – O Nome Dela é Sabine

Quarta-feira (9 de fevereiro)
15h – Eu Quero Tudo da Vida
17h – De Volta à Normandia
19h – Claude Lévi-Strauss Por Ele Mesmo

Quinta-feira (10 de fevereiro)
15h – O Nome Dela é Sabine
17h – Eu Quero Tudo da Vida
19h – De Volta à Normandia

Sexta-feira (11 de fevereiro) 
15h – Claude Lévi-Strauss por Ele Mesmo
17h – O Nome Dela é Sabine
19h – Eu Quero Tudo da Vida

Sábado (12 de fevereiro)
15h – De Volta à Normandia
17h – Claude Lévi-Strauss por Ele Mesmo
19h – O Nome Dela é Sabine

Domingo (13 de fevereiro)
15h – Eu Quero Tudo da Vida
17h – De Volta à Normandia
19h – Claude Lévi-Strauss por Ele Mesmo

Fone: 34331204 / 05
www.sindbancarios.org.br
cinebancarios.blogspot.com

Biutiful – O “trabalho” pelas lentes de Alejandro González Iñárritu

Pirineus is Biutiful” Por Maurício Caleiro
Os chineses se dividem entre uma dupla de exploradores e dezenas de trabalhadores sujeitos a um regime de trabalho pré-Revolução Industrial, que inclui confinamento noturno (tal como ocorre com bolivianos na industria têxtil paulista). Trancados num cubículo, sua morte coletiva dos por asfixia de gás (que vazou dos que vaza dos aquecedores vagabundos trazidos por UxbalI), ao reproduzir o meio pelo qual milhões de judeus foram exterminados por Hitler, atenta metaforicamente para um outro holocausto, diário, cruel, mas quase invisível.
Embora às próprias custas, sem a opressão hierárquica vivenciada pelos chineses no filme, os senegaleses, ao comercializarem os artigos piratas que os orientais fabricam, colocam-se em uma situação duplamente vulnerável: como o menos remunerado elo da cadeia de produção e cotidianamente à mercê da violência da polícia.
Personagem real – Coordenando esses elos, fazendo o meio-de-campo com a polícia e explorando, não sem paternalismo, a força de trabalho de chineses e senegalenses, encontra-se Uxbal, o personagem de Javier Bardem. Baseado em uma figura real – como relata Iñárritu num emocionante e historicamente bem-informado relato sobre a construção do filme (ver aba “Cómo se rodó”) -, o incomum protagonista, que tem ainda de cuidar de dois filhos pequenos e de administrar os vai-e-vem de sua ex-mulher, gravemente bipolar, é informado, logo no início do filme, que está com câncer na próstata e tem poucos meses de vida.
Sem um milímetro de concessão à pieguice, sua busca por redenção e o questionamento da possibilidade dela ocorrer em meio a tal existência são as temáticas últimas do filme, secundadas por uma miríade de questões existenciais e sociais que as tramas interpolos , em sobreposição, despertam.
O astro espanhol dá mostras, uma vez mais, de ser um grande ator. Seu Uxbal é, a um tempo, tão crível e tão contraditório, tão frágil e tão abjeto – e sobretudo tão humano – que é como se existisse de fato. É evidente que os méritos por tal feito não se devem apenas à impressionante atuação de Bardem, mas a um roteiro que promove uma caracterização extremamente bem construída do personagem, a qual não permite enquadrá-lo nos rótulos fáceis de herói ou mesmo de anti-herói – pois ele os transcende.
“Uma porrada” – No entanto, ao contrário do premiadíssimo Amores Brutos (Amores Perros, 2000), do mesmo Iñárritu, em que a narrativa flui fácil e as influências de Tarantino abrem um flanco de comunicação com o público jovem, Biutiful não é um filme para qualquer platéia: o ritmo narrativo é denso, com uma cadência própria, desapressada, e não há a preocupação em fornecer ao espectador picos catárticos – ao contrário, procura-se explorar ao máximo a profundidade psicológica dos personagens e o potencial dramático das situações de modo a fazer aflorar sentidos epifânicos.
O resultado é um filme portentoso, incomum, que arranca lirismo e humanismo da aridez dos personagens e das situações sem deixar de ter o efeito de um soco no estômago.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Saúde inclui violência doméstica e sexual na lista de agravos de notificação obrigatória

Escrito por Christina Machado e Alex Rodrigues/ Agência Brasil   
27-Jan-2011
Profissionais da saúde agora tem a obrigação de notificar casos de violência contra as mulheres no serviço público A partir do 26/01, os profissionais de saúde estão obrigados a notificar as secretarias municipais ou estaduais de Saúde sobre qualquer caso de violênciadoméstica ou sexual que atenderem ou identificarem. A obrigatoriedade consta da Portaria nº 104 do Ministério da Saúde, publicada hoje (26), no Diário Oficial da União - texto legal com o qual o ministério amplia a relação de doenças e agravos de notificação obrigatória. 

Atualizada pela última vez em setembro de 2010, a Lista de Notificação Compulsória (LNC) é composta por doenças, agravos e eventos selecionados de acordo com critérios de magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade, disponibilidade de medidas de controle e compromissos internacionais com programas de erradicação, entre outros fatores. 

Com a inclusão dos casos de violência doméstica, sexual e outras formas de violência, a relação passa a contar com 45 itens. Embora não trate especificamente da violência contra as mulheres, o texto automaticamente remete a casos de estupro e agressão física, dos quais elas são as maiores vítimas. A Lei 10.778, de 2003, no entanto, já estabelecia a obrigatoriedade de notificação de casos de violência contra mulheres atendidas em serviços de saúde públicos ou privados.

Responsável pelas delegacias da Mulher de todo o estado de São Paulo, a delegada Márcia Salgado acredita que a notificação obrigatória dos casos de violência, principalmente sexual, vai possibilitar o acesso das autoridades responsáveis por ações de combate à violência contra a mulher a números mais realistas do problema. De acordo com ela, os casos de agressão contra a mulher não tinham que ser obrigatoriamente notificados à autoridade policial. 

"A lei determina que cabe à vítima ou ao seu representante legal tomar a iniciativa de comunicar a polícia. No momento em que isso passa a ser de notificação compulsória e a equipe médica tem que informar a autoridade de Saúde, fica mais fácil termos um número mais próximo da realidade", disse a delegada à Agência Brasil, destacando a importância de que a privacidade das vítimas de violência, principalmente sexual, seja preservada.

Já o presidente do Sindicato dos Médic os do Distrito Federal, Marcos Gutemberg Fialho da Costa, destaca que as notificações de doenças e agravos sempre incluem o nome do paciente e que a responsabilidade pela preservação da privacidade das vítimas de violência será das secretarias de Saúde e dos responsáveis pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Ginecologista, Fialho confirma que, até hoje, os médicos e profissionais de saúde só denunciavam os casos de violência com a concordância dos pacientes, a não ser em casos envolvendo crianças e adolescentes, quando, na maioria das vezes, o Conselho Tutelar era acionado. Para o médico, a inclusão da agressão à integridade física na lista de notificações obrigatórias é um avanço, mas o texto terá que ficar mui to claro, já que o tema violência contra a mulher ainda suscita muita polêmica, e cada profissional terá que usar de bom senso, analisando caso a caso, para não cometer injustiças e também não se sujeitar a sofrer processos administrativo e disciplinar. 

Segundo o Ministério da Saúde, a atualização da lista ocorre por causa de  mudanças no perfil epidemiológico e do surgimento de novas doenças e também da descoberta de novas técnicas para monitoramento das já existentes, cujo registro adequado permite um melhor controle epidemiológico. Na última atualização haviam sido acrescentados à lista os acidentes com animais peçonhentos, atendimento antirrábico, intoxicações por substâncias químicas e síndrome do corrimento uretral masculino.

A Portaria nº 104 também torna obrigatória a notificação, em 24 horas, de todos os casos graves de dengue e das mortes por causa da doença às secretarias municipais e estaduais de Saúde. Também devem ser comunicados todos os casos de dengue tipo 4. As secretarias, por sua vez, devem notificar as ocorrências ao Ministério da Saúde.

CUT se solidariza com o povo da Tunísia

Central pede que culpados pelos assassinatos sejam julgados e punidos e que todo tipo de violência por parte da polícia tenha um fim imediato

Escrito por: CUT Nacional

Presidente em exercício da Tunísia
Excelentíssimo Senhor Fouad Mebazaa
 
Primeiro Ministro da Tunísia
Excelentíssimo Senhor Mohammed Ghannouchi

Excelentíssimos Senhores,
 
A Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasil expressa sua profunda preocupação pela situação no Vosso país, já que fomos informados pela Confederação Sindical Internacional - CSI e por outras fontes que a polícia está fazendo uso da violência para por fim as manifestações frente ao Palácio do Primeiro Ministro.
 
É de nosso conhecimento que desde dezembro de 2010 ocorreram diversas manifestações populares em várias cidades contra o desemprego, a alta de preços e a opressão do regime tunisiano, que culminaram com a fuga do Presidente Ben Ali do país no dia 14 de janeiro, saída também exigida pelo próprio Exército.
 
A crescente onda de violações especialmente nas últimas semanas não são, de forma alguma, aceitáveis.
 
Pedimos que a justiça seja feita e que todas as pessoas envolvidas nos assassinatos de cidadãos inocentes sejam julgadas e punidas e que todo tipo de violência, por parte da polícia e das forças de segurança, tenham um fim imediato.
 
A CUT Brasil pede que um diálogo construtivo seja aberto com a União Geral de Trabalhadores da Tunísia (UGTT)com o objetivo de alcançar uma transição pacífica para a democracia e que responda as demandas dos manifestantes, além das demandas dos partidos políticos, organizações não governamentais e de toda a população.
 
Expressamos a nossa mais sincera solidariedade aos companheiros e companheiras tunisianos nesses momentos tão difíceis.
 
E lembramos que o Vosso governo deve cumprir com Vossas obrigações conforme as Leis Internacionais, inclusive o respeito aos direitos sindicais e as liberdades fundamentais como a liberdade de expressão.
 
Cordialmente,
 
João Antonio Felicio
Secretário de Relações Internacionais
 
Com cópia ao
Ilustríssimo Senhor Sr. Seifeddine Cherif
Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República da Tunísia no Brasil

EUA agiu para evitar acesso do Brasil à tecnologia de foguetes

WikiLeaks divulgou os telegramas da ingerência

Escrito por: Sérgio Cruz, Hora do Povo

 
O governo dos Estados Unidos pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto “Brasil-Ucrânia” de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 - de fabricação ucraniana - em Alcântara, no Maranhão. A sabotagem americana contra o Brasil veio a público através da divulgação de telegramas diplomáticos pelo site WikiLeaks.
 
Comunicação feita em 2009 entre a embaixada dos EUA e a Casa Branca deixa claro o objetivo de Washington de impedir a todo custo que o Brasil tenha acesso a qualquer desenvolvimento tecnológico no setor aeroespacial.
 
O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma transferência de tecnologia espacial para o Brasil.
 
“Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama.
 
Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”. (Referência ao Programa VLS1 e VLS2, aos quais falaremos adiante)
 
Antes disso, algumas informações sobre as “salvaguardas” dos americanos. O TSA, assinado por Fernando Henrique Cardoso com o governo dos EUA, em abril de 2000, foi amplamente rejeitado pelo Senado Federal que o derrubou por considerá-lo uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição de qualquer engenheiro ou técnico brasileiro na áreas de lançamento, o tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio.
 
PROIBIÇÃO
 
Com a rejeição, o governo americano, responsável pela fabricação de 40% de todos os satélites produzidos no mundo, decidiu proibir que satélites fabricados em seu território, ou por empresas americanas localizadas em outros países, fossem lançados por foguetes partidos da Base de Alcântara, no Maranhão.
 
Essas “pressões secretas” dos EUA contra o Brasil, tornadas públicos agora, explicam em parte as dificuldades encontradas durante todos esses anos para a implantação do Programa Cyclone 4. A criação da empresa binacional (Brasil-Ucrânia) “Alcântara Cyclone Space” (ACS), que será a responsável pela construção e gestão da plataforma de lançamento, foi decidida pelo Decreto nº 5.436 de abril de 2005, mas ONGs estrangeiras e outras “entidades” levantaram todo o tipo de obstáculos à sua implantação. Foram meses de luta judicial e argumentos contra os “ataques” - de origem agora mais clara – contra o projeto.
 
A implantação efetiva da empresa binacional só avançou mesmo em 2010. Em setembro do ano passado a ACS lançou a pedra fundamental da construção da plataforma. Os investimentos dos dois países para a constituição da empresa e a construção da plataforma giram em torno de 500 milhões de reais.
 
A concorrida solenidade contou com a presença, entre outros, do então ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e dos diretores gerais da ACS, Roberto Amaral, pelo Brasil e Oleksandr Serdyuk, pela Ucrânia.
 
Além de dividir com os parceiros da Ucrânia o valor cobrado pelo lançamento dos satélites, o Brasil receberá o aluguel pela cessão de uso de área do Centro de Alcântara (CLA) para o lançamento dos foguetes ucranianos. O valor aproximado do aluguel seria de US$ 750 mil por ano, o que representaria menos de 1% do valor cobrado pelo Cazaquistão (US$ 115 milhões) em sua base de Baikonur, onde os russos lançam seus foguetes e onde também lançava a Ucrânia.
 
RECURSOS
 
Segundo Roberto Amaral, o projeto vai gerar recursos para desenvolver ainda mais os programas do setor. “A região de Alcântara (Maranhão) é ideal para abrigar o centro de lançamento. Estamos a 2,2 graus e no litoral do Ceará a 3,8 graus ao sul do Equador (Kourou, na Guiana, onde se localiza o centro de lançamentos europeu, a segunda melhor colocação, está 5 graus ao Norte) o que confere, a qualquer objeto na superfície, uma velocidade tangencial elevada, ou seja, um impulso inicial muito favorável aos lançamentos equatoriais, como é o caso dos satélites de comunicação. Isso se traduz em aumento da capacidade de transporte dos lançadores, tornando-os mais competitivos em comparação com lançamentos em latitudes mais elevadas, isto é, mais distantes do equador”, explica.
 
Em relação às acusações de que o Brasil estaria desrespeitando normas internacionais que bloqueariam a transferência de tecnologia na fabricação de foguetes, Amaral rebate dizendo que “o objetivo do tratado entre Brasil e Ucrânia é comercial, e não a transferência de tecnologia”. “A razão estratégica da parceria Brasil-Ucrânia é ter um lançador e um centro de lançamento de onde se possa enviá-lo ao espaço sideral”, disse. “A razão principal nunca foi a transferência de tecnologia”, explica. “O projeto não dá ao Brasil autonomia tecnológica, mas nos dá aumento na soberania”, argumenta o diretor-geral da ACS.
 
Roberto Amaral falou dos esforços que o Brasil vem enfrentando para atingir seus objetivos no domínio da tecnologia espacial. Na opinião do diretor da ACS, apesar de todas as pressões e dificuldades, “o Brasil não está disposto a abrir mão do domínio da tecnologia de lançamento de foguetes”. O Brasil desenvolve, paralelamente ao Cyclone 4, os programas VLS1 e VLS2 para a fabricação dos “Veículos Lançadores de Satélites” nacionais, os VLS. “Obviamente”, diz ele, com a convivência “ocorrerão naturais absorções de tecnologia, devido à necessidade de trabalho conjunto entre brasileiros e ucranianos”.
 
Ele argumentou que, com o projeto Cyclone 4, o Brasil pode sim acelerar seu processo de desenvolvimento tecnológico. O acordo do Brasil com a Ucrânia prevê ainda que a documentação referente aos foguetes e à plataforma de lançamento pertence à empresa binacional. Todos os técnicos brasileiros poderão ter acesso a todas as áreas da empresa e a ACS poderá também, pelo acordo de cooperação assinado entre os dois países, desenvolver conjuntamente novos projetos, como, por exemplo, a fabricação do Cyclone-5.

CUT manifesta solidariedade à luta do povo egípcio pela liberdade

Secretaria de Relações Internacionais condena mortes e prisões de manifestantes

Escrito por: CUT Nacional


NOTA PÚBLICA

A Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasil expressa sua profunda solidariedade com o povo egípcio devido à dura repressão que está enfrentando.
É de nosso conhecimento que hoje foram cortados serviços de internet e também de telefonia, o que reflete em uma grave violação dos princípios democráticos de liberdade de expressão e também de associação.
A reação com violência por parte da polícia e das forças armadas não resolve o problema e esses confrontos infelizmente já geraram sete mortes até a data de hoje, além de dezenas de pessoas que ficaram feridas. Isso é inaceitável, enluta e entristece a nação. Inaceitável também o fato de centenas de pessoas terem sido detidas sem terem cometido crime algum.
O Egito é signatário de diversas leis Internacionais, inclusive da Organização Internacional do Trabalho – OIT e deve então, respeitar as liberdades fundamentais como a de liberdade de expressão, além de direitos sindicais.
Mais uma vez estendemos a nossa mais sincera solidariedade às vítimas e seus familiares e amigos. Só o diálogo e o respeito às manifestações pacíficas é que levarão o país a discutir, de forma justa, o seu futuro.

São Paulo, 28 de janeiro de 2011.
João Antonio Felicio
Secretário de Relações Internacionais da CUT

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Solidariedade ao Povo Palestino e boicote às políticas do Estado de Israel!

CUT reivindica “medidas concretas que garantam a paz na região”

Escrito por: CUT Nacional


“... Nós, trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, não podemos ficar indiferentes a esse frontal desrespeito aos direitos humanos do povo palestino. Exigimos pronunciamento de nossos governantes e pressão internacional para que se garanta a autodeterminação do povo palestino e medidas concretas que garantam a paz na região...”

Moção de solidariedade ao povo palestino aprovada no 6º congresso nacional da CUT manifesta solidariedade ao povo Palestino.


A Central Única dos Trabalhadores do Brasil – CUT reitera sua condenação às políticas de ocupação israelense do território palestino, que ignoram as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU), ferindo as normas internacionais de direitos humanos, como já expressava em seu 6º Congresso Nacional.

O texto de nossa resolução continua atual, infelizmente neste momento mais de 5,9 mil palestinos se encontram como presos políticos, nas prisões israelenses, enquanto em Jerusalém mais de 950 casas palestinas foram demolidas nos últimos 10 anos, e a construção de novas unidades habitacionais para colonos judeus se amplia diariamente sob território palestino, tudo sob a pressão dos “checkpoints” que alimentam o clima de medo constante na população palestina.

Com o avanço da ofensiva israelense, simbolizada na construção do Muro do “apartheid” e os constantes bombardeios a Gaza, exige de todos nós avanços na forma de prestar nossa solidariedade ao Povo Palestino, realizando políticas que vão além da ajuda humanitária e possam contribuir de forma relevante na construção da paz na Palestina; Desta forma conclamamos as organizações sindicais, sociais e populares a construir a campanha pelo Boicote, Desinvestimento e Sanções às políticas de ocupação do território palestino por Israel.

Lamentamos que o Brasil seja o terceiro maior consumidor de armas de Israel, que através do Plano de Estratégia Nacional de Defesa, do Ministério da Defesa do Brasil, e dos acordos de armas contribui indiretamente, com as ações de ocupação do território palestino, portanto é necessário que o governo brasileiro suspenda os atuais acordos e negociações bilaterais econômicas/militares entre o Brasil e Israel. Sendo inadmissível que o Tratado de Livre Comércio entre MERCOSUL e Israel se torne uma realidade.

Chamamos os movimentos sociais e organizações populares a construir a Conferência Nacional pela paz e solidariedade ao povo palestino, a ser realizada em nosso país, no segundo semestre de 2011.

Exigimos o respeito do direito ao retorno aos seus lares e terras fundamental para a vida do povo palestino, pela autodeterminação em construir seu Estado.

Condenamos a escalada das politicas beligerantes de Israel, incluindo o cerco desumano e ilegal a Gaza, a construção contínua de colonatos, o muro do “apartheid” e a repressão aos defensores dos direitos humanos na palestina e internacionais, incluindo o ataque brutal contra a Frota da Liberdade em 31 de Maio de 2010, com um cidadão brasileiro a bordo.

Palestina livre!

São Paulo, 28 de janeiro de 2011.

Artur Henrique da Silva Santos – Presidente Nacional da CUT

Quintino Severo – Secretário Geral da CUT

João Antonio Felício - Secretário de Relações Internacionais da CUT

HOJE TEM COMPARSA DA CANÇÃO EM PINHEIRO MACHADO



SEXTA 28 DE JANEIRO

1 - No Teque - teque das Tesouras - Rancheira
Letra e música - Rui C. Ávila

2 - Pelas Vertentes da Alma - Chamarrita
Letra - Martim César
Música - Roberto Luçardo

3 - Terra Luz - Canção
Letra - Delci Oliveira
Música - Paulo Timm

4 - A ti Guitarra - Milonga
Letra - Nelson Souza
Música - Vinícius Brignol Leite

5 - Nos tempos da Velha Comparsa - Chote
Letra - Xirú Antunes
Música - Everson Maré

6 - Curandeira Santa Fé - Polca
Letra - Lisandro Amaral
Música - Lisandro Amaral e Cristian Camargo

7 - Pontesuela - Chamamé
Letra e Música - Fábio Peralta

SÁBADO 29 DE JANEIRO

1 - O talvez - Milonga
Letra  - Piero Ereno
Música - Jair Medeiros

2 - Compasso Maleva - Vaneira
Letra - Fábio Maciel e Zé Renato Daudt
Música - André Teixeira

3 - O posteiro da Lagoa - Chacarera
Letra - Gaspar Silva e Volmir Coelho
Música - Volmir Coelho

4 - Entre a luz e a sombra das cordas - Milonga
Letra - Otávio Severo
Música - Marcio Fonseca e Alexson Oliveira

5 - Seu Doutor Veterinário - Milongão
Letra e Música - Fábio Prates

6 - Além da marca das tesouras - Chote
Letra - Matheus Neves da Fontoura
Música - Marcelo Oliveira

7 - Maneador, sim senhor! - Chimarrita
Letra - Evair Gomes
Música - Juliano Gomes

Globo e Estadão lideram ofensiva contra as centrais sindicais

 Luta das centrais por mínimo de R$ 580 motiva ataques da grande imprensa ao movimento sindical Na quarta-feira (19), ao comentar na rádio CBN (das Organizações Globo) as manifestações, pacíficas, realizadas no dia anterior pelo movimento sindical em 20 Estados por um salário mínimo de 580 reais, a jornalista Lúcio Hipólito (tucana de carteirinha e famosa pela análise embriagada e surrealista que fez sobre Lula e o Plano Nacional de Direito Humanos), acusou os líderes sindicais de truculentos, disse que estavam ameaçando a presidente e colocando o governo numa situação constrangedora.

Centrais ameaçam Dilma?

No mesmo diapasão, o jornal “O Estado de São Paulo”, porta-voz das forças conservadoras que na campanha presidencial teve a coragem de declarar abertamente seu apoio a José Serra, dedica seu principal editorial da edição desta quinta-feira (20) ao tema. O título é altamente sugestivo do conteúdo do texto: “As centrais ameaçam Dilma”.

Mas, afinal, onde está a ameaça? Rezem os costumes, leis e regras da democracia, e mesmo do bom senso, que é sagrado o direito do povo protestar de forma pacífica e levantar suas bandeiras, que em geral têm caráter progressista, nas praças, ruas e avenidas.

Isto nunca constituiu ameaça alguma a governos democráticos (como é o caso), muito embora as classes dominantes se incomodem diante de toda e qualquer manifestação dos trabalhadores, conscientes de que seus interesses estão quase sempre em contradição e choque com os do povo. E é este efetivamente o caso.

A hilariante e o carrancudo

Tanto a hilariante Hipólito como o carrancudo “Estadão” pinçaram algumas declarações mais enérgicas dos sindicalistas contra a atual política econômica (e seus juros altos, ajuste fiscal e câmbio flutuante), proferidas no calor da manifestação realizada terça-feira (18) em São Paulo (na Avenida Paulista), para incompatibilizá-los com a presidente. Quem não está informado sobre o tema é induzido a julgar que o jornalão da família Mesquita apoiou Dilma e os sindicalistas ficaram na oposição durante a campanha presidencial de 2010.

Ao longo da história brasileira, a direita e sua mídia nunca foram tolerantes com os movimentos sociais. Aparentemente, sentem a terra tremer sob seus pés quando se tem notícia de mobilização popular. Deram o golpe em 64 jurando que estavam destruindo a “república sindicalista” e só não repetiram o feito em 2005, durante o governo Lula, porque as condições eram outras e não lograram reeditar a sombria marcha da família com deus pela liberdade.

Valorização do trabalho e desenvolvimento

Mais que legítima e democrática, a manifestação do movimento sindical é orientada por uma causa justa, popular e progressista, identificada com os anseios nacionais traduzidos nos resultados do pleito presidencial de 2010, que rechaçaram a candidatura neoliberal de José Serra, apoiada pelo “Estadão” e pela hilariante Hipólito.

A valorização do salário mínimo não é uma ameaça para o Brasil, muito pelo contrário, está em sintonia com o projeto (defendido pelos sindicalistas) de desenvolvimento nacional com distribuição de renda. O mesmo se pode dizer em relação à correção da tabela do Imposto de Renda dos assalariados, a redução da jornada de trabalho e outras bandeiras.

Ao se analisar com isenção a evolução da economia durante os governos Lula, especialmente no segundo mandato, não é difícil enxergar os efeitos positivos da valorização do trabalho para o desenvolvimento nacional. O aumento real concedido ao salário mínimo, em particular, é apontado por muitos economistas como o grande atenuante da crise mundial do capitalismo. As exportações desabaram, mas o mercado interno, fortalecido pelo consumo acrescido dos trabalhadores e trabalhadoras, limitou os efeitos da recessão e assegurou uma rápida saída da crise.

Na contramão dos interesses nacionais

Os movimentos sociais, e as maiores centrais (sem exceção), apoiaram Dilma na expectativa de novas e maiores mudanças. Levantaram a bandeira do novo projeto nacional com soberania e valorização do trabalho e demonstram coerência com seus princípios ao mobilizar os trabalhadores em defesa das suas reivindicações e dos interesses maiores da nação, que não se realizam sem crescimento e justiça social e nem são compatíveis com a ideologia e a política neoliberais.

A verdadeira ameaça ao governo Dilma não provém das centrais sindicais, mas da velha direita, amarrada aos interesses da oligarquia financeira, que não esconde seu horror diante do protagonismo político da classe trabalhadora e insiste em demonizar e criminalizar as lutas sociais. Trata-se de uma oligarquia reacionária que caminha na contramão dos interesses nacionais.

Os representantes desta direita foram derrotados no pleito presidencial, mas querem manter o governo refém do capital financeiro, nacional e internacional, aprisionado a uma política econômica de viés neoliberal que, em passado recente, condenou a economia nacional a mais de duas décadas de estagnação. Aí é que reside o perigo, daí emana ameaça que ronda o governo Dilma e que pode levar ao estrangulamento da esperança de mudanças que alimenta o imaginário do povo brasileiro e as lutas dos movimentos sociais.
 

Brasil teve em 2010 a menor taxa de desemprego da série histórica Escrito por Administrator

Com 6,7% de desempregados, média mais baixa da história, Brasil registrou rendimento médio de R$ 1515

A taxa de desemprego média no Brasil em 2010 foi de 6,7%, a menor da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2002. Segundo o órgão, o contingente de desocupados foi de 1,6 milhão de pessoas, em média, no ano passado.
Em 2009, a taxa havia ficado em 8,1%. O dado foi divulgado nesta quinta (27) pelo IBGE. Já as pessoas ocupadas somaram 22 milhões, 3,5% a mais do que em 2009.
O número de pessoas com carteira assinada no setor privado também atingiu um recorde no ano passado. Foram 10,2 milhões de pessoas, em média, em 2010, ou seja 46,3% do total de pessoas ocupadas. Em 2009, a proporção era de 44,7%.
O rendimento médio real dos trabalhadores em 2010 foi o maior desde 2003: R$ 1.490,61. O ganho foi de 3,8% em relação a 2009 e de 19,0% em relação a 2003.
Levando em consideração apenas o mês de dezembro de 2010, a taxa de desemprego foi de 5,3%, com um contingente de desocupados de 1,3 milhão de pessoas. O rendimento médio foi de R$ 1.515,10.

Irmãs Indígenas, Amigos e Guerreiros.

Ontem encontrei o Velho Paiakan na FUNAI.

Conversamos sobre a luta indigena de ontem quando expulsávamos garimpeiros e invasores para garantir a demarcação das terras, preocupados com o momento que vive o movimento indígena nosso Brasil. Hoje o jovem indígena só quer saber de notebook, viagens, hotéis, celulares e mordomias como se isso fosse direito e não um privilégio.

Por isso, anoto abaixo, a Carta de uma Guerreira Indígena escrita para despertar o espirito guerreiro do Índio Brasileiro porque estamos dormindo como se tivéssemos tomado uma dose de anestesia. Vamos despertar:


Uma velha Wintu religiosa fala com tristeza da destruição brutal e desnecessária de sua terra pelos brancos...

“O homem branco jamais se preocupou com a terra, nem com o veado, nem com o urso.
Quando nós, índios, matamos um animal, comemos ele todo.
Quando queremos arrancar uma raiz, fazemos peque­nos buracos no chão.
Quando construímos casas, também fazemos pequenos buracos.
Quando queimamos a erva contra os gafanhotos, não arruinamos tudo.
Recolhemos as bolotas e as pinhas. Não derrubamos árvores. Usamos apenas madeira morta.
Mas os brancos reviram a terra, arrancam as árvores, matam tudo.
A árvore diz “Não! Eu sou sensível. Não me fira”. Mas eles a derrubam e a cortam em pedaços.
O espírito da terra os odeia.
Eles destroem as árvores e as puxam pelas entranhas. Eles serram as árvores. Isto as fere.
Os índios nunca ferem nada, enquanto os brancos destroem tudo.
Explodem rochas e as espalham pelo chão. A pedra diz “Não! Você está me ferindo”.
Mas o branco não pres­ta atenção.
Quando os índios usam pedras, escolhem as menores e arredondadas que servem para a cozinha.
Como é que o espírito da terra pode gostar do homem branco?
Onde o branco põe a mão há sofrimento.”




M. MARCOS TERENA

Será na UNISC 5ª edição das 27 Horas Ininterruptas do Teatro

            Foi definido na tarde do último dia 26 de janeiro, em reunião realizada na residência da coordenadora do DCE da UNISC, Gerusa Bittencourt, a realização da quinta edição do projeto 27 Horas Ininterruptas do Teatro. Participaram da reunião, além da coordenadora do DCE, o idealizador do projeto, pedagogo Rodrigo Ribeiro, o coordenador de cultura do DCE da UNISC, Fabrício Correia e a representante de alunos de artes cênicas da Universidade Federal de Santa Maria, Caroline Bittencourt.
            Na reunião, ficou definido o local da edição de 2011 como sendo no campus da UNISC em Santa Cruz do Sul, bem como em outros locais da cidade, como parque da Oktoberfest, parque Gruta dos Índios e praça Getúlio Vargas.
            Ficou encaminhada a convocação de uma reunião que acontecerá dia 8 de fevereiro, 14 horas, nas dependências do DCE da UNISC, para a qual serão convidados os possíveis futuros parceiros, quais sejam: representante da UNISC, representante da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, bem como do gabinete do Vice Prefeito de Santa Cruz do Sul, representante do gabinete do prefeito de Vale do Sol (onde aconteceram as terceira e quarta edições do projeto), representante da Secretaria de Estado da Cultura e representante do Serviço Social do Comércio – SESC. Outro encaminhamento foi a convocação de uma plenária que deverá ocorrer no último final de semana de fevereiro, para a qual pretende-se convidar representantes dos grupos de teatro estudantis e independentes do estado do Rio Grande do Sul bem como dos estados de Santa Catarina e Paraná.
            A primeira edição do projeto aconteceu em Palmas, no Paraná, a segunda foi em Braço do Trombudo, em Santa Catarina, enquanto que a terceira e quarta edições foram em Vale do Sol – RS. A quinta edição do projeto será dias 26 e 27 de março de 2011, em Santa Cruz do Sul.

Fabrício Corrêa

O FSM 10 anos depois

Escrito por: Blog do Emir

 
Dez anos depois da sua primeira edição, o FSM volta à Africa, em um cenário mundial muito diferente daquele de 2001. Naquele momento a hegemonia do modelo neoliberal ainda era grande, a economia mundial não havia entrado em crise e, principalmente, a América Latina ainda era dominada por governos neoliberais – naquele momento com a exceção dos da Venezuela e de Cuba.
Passada uma década, o mundo mudou. A crise econômica, nascida no centro do capitalismo, levou as maiores potências à estagnação, da qual ainda não conseguem sair, enquanto os países do Sul do mundo, que privilegiam a integração regional e não os TLCs (Tratados de Livre Comércio) com os EUA, já a superaram e voltaram a crescer. O modelo neoliberal perdeu legitimidade, embora siga dominante, mesmo se com afirmações em contrário e com adequações.
Apesar disso tudo, por fraqueza de alternativas à esquerda, o mundo se tornou mais conservador ainda do que há uma década. Mesmo a vitória de Obama e o fim desprestigiado de Bush, não alteraram essa tendência. A Europa de Merkel, Berlusconi, Sarkozy, Cameron, das agudas crises com os respectivos pacotes de FMI em Portugal, Grécia, Irlanda, Portugal, virou ainda mais à direita.
A grande exceção é a América Latina, não por acaso o continente da sede original do FSM. Nesses dez anos, concomitante à realização dos FSMs, o continente foi elegendo, um atrás do outro, presidentes com compromissos de construção de modelos alternativos ao neoliberalismo que derrotavam nas urnas. Nunca o continente teve tantos governos afinados entre si e na linha posneoliberal de prioridade dos processos de integração regional no lugar dos TLCs com os EUA e prioridade das politicas sociais no lugar dos ajustes fiscais.
No FSM anterior, em Belém, a presença mais significativa foi de cinco presidentes, todos latino-americanos, afirmando seu compromisso com a construção de um outro possível. Todos marginais da política tradicional: um arcebispo ligado ao movimento camponês paraguaio, um dirigente indígena boliviano, um intelectual do pensamento critico equatoriano, um líder militar nacionalista venezuelano, um líder sindical brasileiro
Os cinco representam um movimento mais amplo – que inclui também a Argentina, o Uruguai, El Salvador – que constrói os únicos processos de integração – Mercosul, Unasul, Conselho Sulamericano de Defesa, Banco do Sul, Alba, União dos Povos Latinoamericanos – que fez com que esses países tenham avançado significativamente na sua recuperação econômica, na diminuição das desigualdades sociais, na extensão dos direitos sociais a toda sua população, na afirmação de politicas externas soberanas. A América Latina tornou-se a única região do mundo em que governos se identificam com o FSM e avançam na superação do neoliberalismo.
Propostas do FSM conquistaram espaços nesta década, entre as quais talvez nenhuma como o software livre, como instrumento do direito universal à comunicação. Alguns governos adotaram modalidades de regulação sobre a livre circulação do capital financeiro. A recuperação dos recursos naturais privatizados – entre eles a água – foi realizada por governos latino-americanos. A ideia de que o essencial não tem preço, generalizando direitos a todos, tem ido igualmente praticada por governos posneoliberais na América Latina.
Mas, infelizmente, a crise econômica geral não foi capitalizada por alternativas progressistas em outras regiões – especialmente na Europa. Outros temas do FSM tampouco conseguiram avanços, por falta de forças políticas, com arraigo popular e capacidade de liderança, que pudessem transformá-las em políticas concretas.
Onde isso foi possível, onde se deram avanços reais na construção do outro mundo possível, foi quando a força social – de massas – e ideológica – de propostas – conseguiu se transformar em força política concreta, disputar o poder do Estado e, a partir daí, colocar em prática governos de superação do neoliberalismo. Em distintos graus, isso se está dando na Bolívia, no Brasil, na Argentina, na Venezuela, no Uruguai, no Equador. Porque medidas que superem o neoliberalismo, como a recuperação da capacidade do Estado para induzir o crescimento econômico, para garantir e estender direitos sociais, para defender a soberania nacional, para regular a circulação do capital financeiro, entre outras medidas.
Por isso o outro mundo possível, que tem necessariamente que transcender da esfera social para a politica, encontra nos governos posneoliberais da América Latina seus pontos mais avançados. Enquanto que forças que permanecem autorrecluídas na resistência social, se enfraqueceram, perderam transcendência ou até mesmo desapareceram, sem conseguir colocar em prática concretamente formas de superação do neoliberalismo.
O FSM do Senegal se dá nesse marco politico geral. No anterior, há dois anos, predominou uma certa euforia ingênua e espontaneísta, de que o neoliberalismo – e até mesmo o capitalismo – estariam chegando ao seu final. Estes dois anos reforçaram o argumento de que, sem construção de forças políticas capazes de dirigir processos concretos, que passam pelos Estados – os existentes ou os refundados -, não haverá avanços ou pode até mesmo acontecer retrocessos.
O outro mundo possível está sendo construído concretamente na América Latina, mediante diferentes modalidades de governos posneoliberais, que devem consistir na referência mais rica – nas suas realizações, no seu potencial e também nos seus impasses – para avançar nos ideais que o FSM representou há 10 anos. Mas que, se não superar ele mesmo os limites que se autoimpôs, ameaça seguir girando em falso, dissociado dos processos realmente existentes de construção do outro mundo possível.
Emir Sader é sociólogo e professor

Centrais unidas no combate às práticas antissindicais

Entidades constroem Projeto de Lei que visa a liberdade e a garantia do pleno exercício da atividade sindical

Escrito por: William Pedreira

 
Reunidos na manhã desta quinta-feira (27), representantes da CUT, CTB e Nova Central debateram e ajustaram a proposta de anteprojeto de lei que versa sobre o combate às práticas antissindicais.
 
O documento é resultado de um Seminário Nacional realizado em dezembro do ano passado. A partir do acúmulo das centrais sindicais (CUT, CGTB, CTB, Força Sindical, NCST e UGT) foi construída uma proposta visando a liberdade e a garantia do pleno exercício da atividade sindical e que coíba às práticas antissindicais praticadas pelas empresas, pelos sindicatos da categoria econômica e pelo poder público.
 
Com a proposta nas mãos, as centrais estão realizando reuniões a fim de ajustar e aprimorar o projeto que caracteriza, por exemplo, às práticas antissindicais tanto setor público como no privado. De acordo com o secretário de Relações do Trabalho da CUT-SP, Rogério Giannini, presente a reunião de hoje, o projeto será um instrumento essencial no fortalecimento do estado democrático e de direito.
 
“No setor público infelizmente ainda não está regulamentada a negociação coletiva. Já no setor privado, os dirigentes sindicais ainda sofrem com práticas antigas como perseguições, demissões e até assassinatos. Hoje, uma prática mais atual que vem se difundido é o uso do interdito proibitório”, pontua Giannini.
 
O interdito é um instrumento da Justiça Cível, que trata do direito e de proteção à propriedade privada. Através dele, o empresariado tem obtido liminares que proíbem os sindicatos e seus associados de permanecerem próximos ao local de trabalho e também de realizarem passeatas em determinadas avenidas ou rodovias. Em 2009, a CUT e as outras centrais protocolaram na OIT uma denúncia contra três práticas antissindicais, entre elas o uso do interdito proibitório.
 
“A liberdade sindical e de organização está sendo ameaçada e inviabilizada por um mecanismo que não está instiuído na legislação e nada tem a ver com as relações trabalhistas. Neste sentido, a importância do Projeto como forma de combater este e outros mecanismos danosos que tem um único objetivo: garantir os interesses mesquinhas do empresariado", destaca Rogério.
 
A ideia das centrais é levar o documento para discussão no Conselho de Relações do Trabalho e pautar este tema nas Conferências do Trabalho Decente.
 
Uma nova reunião foi marcada para o dia 14 de fevereiro.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Davos: o canto dos sereios

Arautos do conservadorismo tentam levar o Brasil ao rochedo do mar de ideias ortodoxas

Escrito por: Flávio Aguiar, Rede Brasil Atual

Leio, com algum espanto, na mídia brasileira, que os arautos do nosso pensamento conservador “descobriram” no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que o Brasil e a América Latina são olhados com “admiração” ou “positivamente” em tal espaço internacional.
Em termos: Hugo Chavez, Evo Morales e Rafael Correa continuam a ser olhados através das lentes da severa restrição. Cuba não existe. Sobre Honduras, paira um resignado silêncio obsequioso. Notadamente porque a Embaixada dos EUA reconheceu/confirmou, através das revelações Wikileaks, que a deposição de Manuel Zelaya foi mesmo um golpe de estado.
O Brasil sai bem na foto porque é impossível ignorá-lo. Mas eu acrescentaria que por trás, ao lado, junto com essa admiração há uma aura de perplexidade. Como pode o Brasil “estar dando certo”, se ele não vem seguindo em nada o “nosso” receituário preferencial?
Então é necessário “enquadrá-lo”, ainda mais que o candidato ideal para esses atores globais perdeu. Não esqueçamos que Financial Times e The Economist (de Wall Street e do Vaticano nem vou falar) apoiaram José Serra.
Como enquadrá-lo? Através do tema do “ajuste fiscal” e do “gasto público”. Lendo-se as recomendações que emanam dos comentários positivos sobre o Brasil, vê-se que predominantemente falam em “contenção” – ajuste fiscal – e mais investimentos em “educação e infraestrutura”.
Paradoxo? Nem tanto. Pois sempre é possível tirar de um lugar para pôr em outro. O que importa é saber de onde para onde. Que o Brasil necessita de mais investimentos (públicos) em educação e infraestrutura, ninguém discute. Mas importa ver de onde virão esses recursos. Já não é de ontem que o FMI, por exemplo, junto com porta-vozes das finanças na mídia internacional, reclama que o Brasil deve conter a presença do Estado no mundo dos financiamentos e das finanças, por exemplo. Por ora, nos programas sociais, tipo Bolsa-Família, ninguém se arrisca tocar, a não ser pelo viés de que ele é necessário, mas não suficiente.
O Brasil preocupa o mundo das finanças internacionais. A China ajuda a moldar o mundo, hoje. A Índia cresce e certamente vai moldar a região. Com o Brasil é diferente. O Brasil ainda não tem cacife sequer (e espero que não tenha, e se tiver, que não o use) para “moldar a América do Sul”, por exemplo. Para "acomodá-la" e pacificar conflitos sim, e isso é bom.  Mas está adquirindo cacife – e rapidamente, e espero que continue – para ajudar a re-moldar o pensamento sobre economia, Estado, governança, graças ao seu tamanho, ao seu peso na economia mundial, às experiências ousadas que vem fazendo.
A Europa se dobrou de vez ao receituário ortodoxo: ajuste fiscal, “austeridade”, o que quer dizer basicamente corte nos investimentos sociais, retirar direitos dos trabalhadores, formação de um centro econômico revestido de hegemonia regional (Alemanha e um pouco a França) e de uma periferia que desse centro depende monetária e financeiramente. Isso é novo? Não. Novo é que esteja acontecendo na Europa, enquanto na América Latina – e no Brasil, em particular – outras coisas vão acontecendo.
O Brasil vai combinando distribuição de renda (mesmo que através preferencialmente do mecanismo das transferências) com crescimento econômico, contenção inflacionária com investimento público (em diferentes áreas sociais), aumento do emprego com volta da regulamentação trabalhista (carteira assinada e aumento real do salário mínimo), produção de energia com discussão (pelo menos) da preservação ambiental (e não me venham dizer que Europa e EUA são modelos nisso), e vai-se tornando uma potência econômica (ainda que de médio calibre) sem se tornar uma potência militar (o que não é, decididamente, o caso da China nem o da Índia).
Decididamente, o Brasil espanta. É preciso traze-lo para o aprisco novamente. Porque o que caracteriza o “establishment” reunido em Davos é a impermeabilidade das políticas nele e através dele implementadas ao mundo exterior, sequer mesmo às próprias discussões realizadas no seu Fórum Econômico Mundial. As belas palavras acabam cedendo, depois, à dura realidade das exigências do FMI, cuja visão permanece hegemônica nos centros da economia mundial. Como se vê pelo caso europeu, a receita não muda.
Somente Estados soberanos – que é o que o Brasil está ensaiando se tornar, junto com um país melhor organizado – conseguem romper com a ortodoxia, se quiserem.
Por isso os sereios de Davos – talvez agora com a concordância dos nossos arautos do conservadorismo – cantam para atraí-lo aos rochedos do naufrágio no mar das idéias ortodoxas. Que ótimo (parecem dizer) que o país esteja mudando – desde que o resultado da mudança seja entregue à orgia privatista no fim de contas. Porque, convenhamos, nenhuma discussão em Davos vai arranhar (embora se converse muito sobre isso) a soberania nos mercados financeiros. De novo: somente Estados soberanos podem faze-lo.
Só não esqueçamos de uma coisa: a julgar pelos muitos comentários ouvidos também à esquerda, no passado recente, e até hoje, o Brasil também não poderia estar no patamar em que está, e deveria ter naufragado há muito.
Deveriam, se isso fosse possível, os arautos e patrocinadores de Davos revisarem os seus princípios e conclusões?
Sim, não resta dúvida.
Nós, à esquerda, também.

Brasil de Fato, 8 anos de jornalismo popular

Personalidades saúdam a longevidade do jornal e apontam desafios para os próximos anos

24/01/2011
Michelle Amaral
da Redação

No dia 25 de janeiro de 2003, o jornal Brasil de Fato era lançado. O auditório Araújo Viana, em Porto Alegre, estava lotado. Cerca de cinco mil pessoas de diversas nacionalidades saudaram o surgimento do semanal em meio à realização do 3º Fórum Social Mundial.


(Aleida Guevara, Sebastião Salgado, Eduardo Galeano, Hebe Bonafini, Dom Tomás Balduíno, Plínio de Arruda Sampaio entre as figuras presentes no lançamento do Brasil de Fato)








Nascido com a missão de produzir uma visão sobre a política, a economia e a sociedade a partir dos trabalhadores, o Brasil de Fato completa em 2011 o seu 8º aniversário. Este feito, na avaliação daqueles que o acompanham desde o lançamento, é uma vitória a ser comemorada.
Milton Viário, metalúrgico da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Rio Grande do Sul, que participou do lançamento, considera a longevidade do jornal um fato inédito. Para ele, o semanário é “uma experiência vitoriosa, por ser um jornal vinculado aos movimentos sociais, portanto, com recursos muito escassos, que conseguiu se manter por oito anos”.
A mesma opinião é compartilhada pelo jornalista Daniel Cassol, que fez uma tese de mestrado sobre o Brasil de Fato. Segundo ele, “muitas vezes por divisão da própria esquerda ou dificuldades financeiras, os jornais alternativos fecham”. “No caso do Brasil de Fato, é diferente por esse motivo, por durar bastante tempo. Imagino que seja um dos mais longevos do Brasil na imprensa alternativa”, afirma.
O jornal foi lançado com o apoio da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e de movimentos como Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Via Campesina, Consulta Popular, Pastorais Sociais e de outras entidades do movimento social internacional.
 
(Mais de 5 mil estiveram no ato de lançamento)










Papel
Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás e conselheiro permanente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), avalia que, atualmente, o Brasil de Fato é um dos mais importantes jornais da esquerda brasileira. De acordo com o bispo, “o jornal tem feito o esforço para o qual foi criado”, de ser um registro das lutas populares e aglutinar a sociedade, através de reflexões e críticas, em torno de uma linha de mudança.
“Um jornal necessário”, define Olívio Dutra, ex-ministro das Cidades, que participou do lançamento do jornal. Em sua avaliação, o semanário torna-se necessário à medida que faz “uma crítica pela esquerda das coisas que precisam ser enfrentadas pelos governos e movimentos sociais”.
Nesse sentido, Milton Viário aponta como positivo o fato de o Brasil de Fato, desde seu surgimento, ter conseguido manter uma linha política independente de governos. “O jornal conseguiu manter uma linha política que não foi de oposição ao governo nem de adesão, mas a partir da visão dos movimentos sociais”, resume.
Daniel Cassol explica que historicamente os jornais da esquerda acabaram sendo instrumentalizados pela opinião política de determinados partidos e isso acabou resultando na pouca qualidade dos veículos.
“Eu acho que o Brasil de Fato tenta superar isto, faz um jornalismo que é claramente vinculado às transformações da sociedade, se abre de uma forma honesta para os leitores e tenta com seu corpo jornalístico e com seus colaboradores fazer matérias de qualidade e relevância jornalísticas”, define o jornalista.
Cassol afirma que o semanário tem se colocado como uma experiência importante e avançada de jornalismo alternativo e que tem que ser potencializado. “O jornalismo por si só é uma forma de conhecimento, de revelação da realidade e precisa ser liberado, precisa receber autonomia”, defende.
O jornalista destaca o esforço do jornal em produzir reportagens sobre a realidade da população e, ao longo de sua história, manter correspondentes pelo Brasil e em países da América Latina.

Desafios
Dom Tomás conta que o jornal nasceu em um momento propício de avanço, quando se tinha o crescimento de diversas entidades e a esperança da construção de um projeto popular para o Brasil. No entanto, esse quadro foi pouco a pouco sendo arrefecido e a falta de um projeto mobilizador gerou consequências na cobertura do jornal. Segundo o bispo, o que temos é “uma esquerda que hoje em dia não tem a mesma coesão que tinha quando o jornal começou”.
Entretanto, na contramão dessa desmobilização, Dom Tomás salienta que o Brasil de Fato “se consolidou entre nós com uma perspectiva que mantém uma esperança que não está tudo perdido”. Para ele, um desafio que se coloca ao jornal é justamente vencer a desmobilização da sociedade atual, começando por chegar nas camadas mais populares.
Daniel Cassol, porém, ressalta que não é apenas necessário que o jornal amplie a sua abrangência no que diz respeito aos seus leitores, mas também nos assuntos que aborda. “O jornal poderia buscar ampliar o seu leque de informações para não ficar somente centrado na pauta imediata dos movimentos sociais, eu acho que isso contribui, inclusive, para o diálogo com camadas da população mais amplas”, afirma.
Cassol afirma que a internet se coloca como um novo caminho para se fazer o jornalismo. Para ele, o Brasil de Fato “precisa entrar nesse mundo de uma forma autônoma, sem perder de vista o que é um jornal popular, que precisar ser mais lido e mais conhecido pelos setores mais amplos da população”. Nesse aspecto, o jornal tem concentrado esforços para produzir notícias diárias através de seu site na internet. A Agência Brasil de Fato faz a cobertura jornalística utilizando ferramentas online e amplia sua atuação por meio das redes sociais.

“Me derrotar também é derrotar o Lula”

Para Cesare Battisti, interesses políticos superdimensionaram seu caso


Maria Mello e
Vinicius Mansur
de Brasília (DF)

Na edição desta semana, o Brasil de Fato traz às bancas uma entrevista exclusiva com o refugiado italiano, Cesare Battisti, preso no Brasil desde março de 2007. Nela, Battisti afirma que seu julgamento fugiu da esfera jurídica depois que virou moeda de troca da política internacional e munição para atacar o governo federal, a ponto de colocar em xeque a soberania nacional e as competências da Presidência da República.
Antecipando a publicação, a Agência Brasil de Fato apresenta parte da entrevista que começa a circular nesta quinta-feira, dia 27.
Brasil de Fato: Como o senhor tem visto a repercussão do seu caso na Itália e no Brasil?
Cesare Battisti: É difícil falar disso, essa é a razão pela qual fiquei traumatizado e precisei de um psiquiatra. Só de ver alguma coisa que não tem muito diretamente a ver comigo eu já fico... meu coração dispara, já não me controlo, fico em um estado semi-consciente. Ontem, por exemplo, passou no SBT uma informação do Berlusconi com suas prostitutas. Só com o anúncio da notícia “Itália”, eu fiquei assim [trêmulo]. Fabricaram um monstro que não tem nada a ver comigo.

Qual é o interesse nisso?
Me perseguem porque sou escritor, tenho imagem pública. Se eu não fosse isso, seria mais um, como vários italianos que saíram do país pelo mesmo motivo. Sou perseguido pelo Estado italiano e pelo Judiciário brasileiro. Essa perseguição não é grátis. Não se desrespeitaria por nada uma decisão do presidente da República. Não existe um país no mundo onde a extradição não é decidida pelo chefe do Executivo. Imagina se essa decisão tomada pelo Judiciário brasileiro acontecesse em outro país, como na França, por exemplo. Seria um absurdo, impensável. E quando eu virei um caso internacional, virei uma moeda de troca para muitas coisas. Se o Lula desse essa decisão antes iam em cima dele, porque me derrotar também é derrotar o Lula. Agora, o objetivo principal da direita brasileira, nesse caso, é afetar o governo Dilma.

Como o senhor recebeu a decisão do Lula?
Foi ato de coragem. Por ser chefe de Estado do tamanho do Lula, com a responsabilidade que tem, envolvido na geopolítica. Claro que a escolha do momento não foi por acaso. O caso Battisti foi usado com outras razões políticas.

Confira a entrevista na íntegra na edição 413 do Brasil de Fato, em circulação a partir da quinta-feira (27).

DOU publica retificação da lista de projetos classificados do Prêmio Hip Hop - Edição Preto Ghóez.

SID retifica lista de projetos classificados do Prêmio Hip Hop – Edição Preto Ghóez

DOU publica retificação da lista de projetos classificados do Prêmio Hip Hop - Edição Preto Ghóez.

 

Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 24 de janeiro, retificação da lista de projetos classificados da Região Sul, na categoria Reconhecimento, do Prêmio Hip Hop – Edição Preto Ghóez. A nova lista habilita o projeto Expresso da Rima, do proponente Oilson Antonio Alves, do Paraná, e corrige a publicada no Edital n. 20 de 10 de dezembro de 2010.
 
Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável

Universidade de Brasília lança edital com enfoque em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Indígenas

 

O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Ministério da Cultura e outras entidades, lança edital de seleção para o curso de Mestrado Profissional em Desenvolvimento Sustentável, área de concentração: Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais, modalidade: Sustentabilidade junto a Povos e Terras Indígenas, para o primeiro período de 2011.
 
Aprendizados do Encontro de Saberes

Estudantes apresentam ensinamentos recebidos de mestres da Cultura Popular

 

Alunos da disciplina Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais apresentaram na manhã desta quarta-feira, 19 de janeiro, no Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília (UnB), o que aprenderam com os mestres e mestras da Cultura Popular brasileira ao longo do segundo semestre de 2010 pelo projeto Encontro de Saberes. Américo Córdula, secretário da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC) participou e interagiu com os estudantes durante o evento.
 
Vidas Paralelas vai à Campus Party

O Projeto Vidas Paralelas estará presente no Campus Party nesta quinta-feira, 20 de Janeiro.

 

O Projeto Vidas Paralelas, iniciativa da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC) em parceria com o Ministério da Saúde, estará presente na Campus Party, nesta sexta-feira, 21 de Janeiro.
 
Vidas Paralelas

Projeto Vidas Paralelas é apresentado no Campus Party

 

A coordenadora do Projeto Vidas Paralelas (PVP), Maria da Graça Hoefel, ministrou na manhã da última sexta-feira, 21 de Janeiro, palestra em que apresentou o projeto aos participantes da Campus Party, em São Paulo.
 
 
SID 7 anos

SID apresenta resultados de suas ações

 

A partir deste Boletim a SID apresentará um balanço de suas atividades desde que foi criada. São histórias, contos, causos, vídeos, fotos, que revelam a diversidade cultural brasileira e a importância do reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos vários segmentos atendidos pela Secretaria.
 
 
 
Comunicação SID/MinC
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