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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Estado brasileiro é um dos menores do mundo.

O falso mito que o Estado brasileiro é grande.


Com a crise econômica em curso(longo curso), o permanente “debate da mídia*” esforça-se em colocar críticas diária no colo do estado, tentando “colar” neste uma parte da culpa pela crise. Essa é uma forma “inteligente” de poupar, ou pelo menos de tentar tirar o foco do setor privado(produtivo ou financeiro), que pelos recentes testes de DNA**, é pai, padrasto, mãe e madrasta da Crise Econômica Mundial de 2007, 2008, 2009, 2010***… e por ai vai.
Ontem na entrevista a Ciro Gomes no Conversas Cruzadas, o qualificadíssimo Lasier Martins voltou ao jargão, o “estado brasileiro não é grande demais? com ministérios demais”. Hoje no jornal da manhã da Globo, a Míriam Leitão(leia-se o Farol de Alexandria) ao comentar o pacote de 1 bilhão de reais do estado brasileiro em ajuda aos municípios, disse que o governo faz errado, vai ajudar a todos municípios de forma igual, em vez de priorizar aqueles que realizaram ajustes estruturais(???), leia-se diminuição de pessoal e estrutura.
Essa “cruzada sistêmica” dos Neoliberais da TV brasileira tem dois erros gritantes.
Primeiro a simploriedade no trato do tema, trata-se algo muito complexo de forma muito descompromissada, como se todos(as) os(as) telespectadores(a) fossem acéfalos que estivessem sobre a sua mesma bandeira. Nós(as) críticos(as) a esses(as) neoliberais do tubo de imagem, em conjunto com os(as) diversos(as) demais pensantes, não precisamos de muito esforço para ver no terreno as pegadas de urso que vão sendo deixadas.
i)O estado precisa diminuir, mas ao mesmo tempo precisa ser grande na ajuda a empresas e empresários(as) que não sabem tocar seus próprios negócios, entre eles a própria Rede Globo****;
ii)O estado precisa diminuir, mas diz a mídia constantemente que vivemos uma “crise na saúde e na educação”, a saída portanto seria diminuir os serviços públicos, relegando-os ao setor privado? O mesmo que a todo momento quer ajuda direta do estado, ou indireta como no caso das famosas filantropias. Enfim pegadas de Urso, grandes demais para não vermos.
O segundo erro gritante na crítica ao tamanho do Estado brasileiro, é a própria crítica, ou seja, o nosso Estado não é grande, para ser mais sincero ele é proporcionalmente menor, por exemplo, que a Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Portugal, Suécia, Panamá, Uruguai, Argentina.
Segundo estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o Estado brasileiro não chega a 11% da população economicamente ativa, e não alcança a marca de 6%,  se comparado com a população geral do país.
*Na Globo por exemplo, é infinitamente mais comum presenciarmos, o(a) âncora do programa debater com outro(a) jornalista;
**Vide o caso das gigantes Fannie Mae, Freddie Mac e General Motors, bem como no Brasil o caso da Votorantim;
***Desde de 2007 inúmeros pensadores(as) da economia já alertavam para crise que estava em curso, a UNICAMP é um exemplo;
****A mesma já recorreu mais de uma vez ao BNDES – o segundo maior banco de investimento público do mundo;
Esses dados estão bela matéria abaixo da Revista Carta Capital de um ano atrás. Clique na imagem, vale a leitura.
*A imagem foi captada no Sátiro.
*LUCIO UBERDAN é da executiva do Fórum Gaúcho de Economia Popular e Solidária e coordena o projeto Brasil Local/RS da SENAES/MTE.


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