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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Capitalização da Petrobras, para entender



Estas são as áreas do pré-sal que a União entrega à Petrobras como sua parte na capitalização da empresa. Os acionistas privados que não quiserem investir, cederão o direito à União
Com toda esta polêmica político-eleitoral, acabou não dando tempo de falar,
durante o diade ontem , da decisão do Governo de fixar em um valor médio de US$ 8,51 mil o valor médio da cada um dos 5 bilhões de barris de reservas de petróleo que o Governo entregará à Petrobras,como pagamento pela sua parte no aumento de capital – isso é a capitalização – da empresa.
Esta entrega representa um aporte – em petróleo – de US$ 42, 5 bilhões ao
capital da Petrobras e impõe que os demais proprietários de suas ações façam uma tomada de capital equivalente a cerca de US$ 90 bilhões para manter sua participação acionária como está, usando seu direito de subscrição.
Quem não quiser exercê-lo terá de ceder, preferencialmente ao Estado, este direito, e é po risso que a participação da União na empresa -
criminosamente rebaixada para 32% n gestão FHC – poderá voltar a um partamar de cerca de 40%.
Para você entender a importância disso, esta será a percentagem dos lucros e dividendos que caberá ao Estado do que a empresa obtiver com a exploração -
na condição de operadora única – dos poços do pré-sal.
E isso explica a queda, tão alardeada pela imprensa, no valor das ações da empresa na Bolsa. Foi um movimento de baixa forçado, pressionando para que a fixação do preço do barril cedido em reservas fosse fixado em valor mais baixo, obrigando a um desembolso menor.
Ainda vai haver muito choro e ranger de dentes na imprensa, com a história
aparentemente simpática dos “minoritários”. Ora, não é verdade que aqueles que detém pequeníssima quantidade de ações vá ter prejuízo no médio e longo prazos, ao não poder exercer – e pode, se fizer um desembolso – seu
direito de subscrição. A Petrobras segue sendo um sólido e promissor investimento. Mas os grandes fundos de investimento e grupos privados, que consideram estratégico deter grandes blocos de participação acionária, estes
vão ter que tirar tinheiro grosso se quiserem manter esta posição. Por isso, usam o pequeno acionista para o
seu chororô.
E isso não procede, até porque aqueles que investiram em ações da Petrobras usando o FGTS podem subscreve-lo usando novamente o Fundo, dentro do limite de 30% do saldo existente.
O Governo, por seu turno, não poderia forçar demais a fixação num valor alto do barril, pretendendo aumentar sua particiapação acionária, pois isso, além de artificial, poderia levar a uma escassez da entrada de capital de que a empresa precisa para fazer frente a esta exploração, que é cara tem seus riscos.
O capital privado será benvindo, mas para financiar investimentos e ser remunerado da forma correta – com a sua participação na parcela que não couber à União e aos pagamento de royalties a Estados e Municipios. Serão lucros menores, mas dada a gigantesca quantidade de óleo a ser extraída, ainda assim muito convidativos.
Não desprezamos quem queira investir e, logicamente, ter lucro com a exploração de petróleo. Não, mas não com lucros obscenos e, muito menos, com o controle dos poços, da produção e das reservas.
O petróleo é nosso e agradecemos aqueles que quiserem ser nossos parceiros na exploração, naquilo que não temos condições de fazer sozinhos. Mas nossos parceiros, não nossos senhores.

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