* Joe Nunes
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Todo artista tem uma concepção própria do mundo e da realidade, uma visão mais sensível do que a do senso comum e bastante particular. Durante o sublime momento de seu processo criativo sua práxis independe das noções de ética e até mesmo moral de uma sociedade, ele é o senhor de seu universo, um deus, senhor de todos os destinos.
Porém, o artista deve ter consigo sempre o fato de que fora de seu mundo de criação ele é um ser inegavelmente político e, como tal, reflete, mesmo que inconscientemente, a sociedade em que vive e se relaciona como sujeito. O artista é um agente social como qualquer outro, independente do fato de viver ou não de sua techné. Sendo assim, ao mesmo cabe também procurar entender, dentro de seu ponto de vista e seus próprios conceitos, qual o seu papel na sociedade, quais serão as suas respostas aos estímulos negativos ou positivos que a mesma lhe traz.
O artista não está longe dos efeitos da sociedade capitalista e consequentemente ele terá de se posicionar quanto a isso, direta ou indiretamente. Quando falamos em democratização da cultura temos de ter a consciência de que sabemos o que isso realmente significa e, trocando em miúdos, de que lado estamos. Queremos uma arte para todos? Temos a noção de que a arte é dominada por uma elite? Sabemos que democratizar a arte é levá-la para onde as pessoas não têm acesso a ela? E mais, temos a consciência de que falar em democracia é falar de respeito a toda diversidade de idéias e manifestações artísticas? Temos a noção de que nosso mundo é grande demais e de que arte não está apenas nas galerias e nos grandes palcos? Estamos preparados e suficientemente cientes do que fazemos e em prol do que fazemos? Sabemos que nossa arte afeta o coletivo imaginário e com isso ela é obrigatoriamente usada para manter ou para desafiar um sistema vigente? Afinal de contas, sabemos para que serve a nossa arte? Ou a pergunta seria: sabemos para quem serve a nossa arte?
Parafraseando o dramaturgo Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido, "Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos espect-atores”. Tenho certeza de que não há como separar a arte da política, aliás, nada se separa da política, como o próprio Boal comentava, tudo na vida é política, até mesmo quando fazemos amor estamos fazendo política. E esse é o papel de quem fala em democracia na arte, levá-la ao povo e as massas precarizadas, tão sedentas de arte e cultura como as elites dominantes e tão rica de expressividade, ou senão mais rica, que qualquer minoria que se julga dona da arte e da cultura.
Porém, o artista deve ter consigo sempre o fato de que fora de seu mundo de criação ele é um ser inegavelmente político e, como tal, reflete, mesmo que inconscientemente, a sociedade em que vive e se relaciona como sujeito. O artista é um agente social como qualquer outro, independente do fato de viver ou não de sua techné. Sendo assim, ao mesmo cabe também procurar entender, dentro de seu ponto de vista e seus próprios conceitos, qual o seu papel na sociedade, quais serão as suas respostas aos estímulos negativos ou positivos que a mesma lhe traz.
O artista não está longe dos efeitos da sociedade capitalista e consequentemente ele terá de se posicionar quanto a isso, direta ou indiretamente. Quando falamos em democratização da cultura temos de ter a consciência de que sabemos o que isso realmente significa e, trocando em miúdos, de que lado estamos. Queremos uma arte para todos? Temos a noção de que a arte é dominada por uma elite? Sabemos que democratizar a arte é levá-la para onde as pessoas não têm acesso a ela? E mais, temos a consciência de que falar em democracia é falar de respeito a toda diversidade de idéias e manifestações artísticas? Temos a noção de que nosso mundo é grande demais e de que arte não está apenas nas galerias e nos grandes palcos? Estamos preparados e suficientemente cientes do que fazemos e em prol do que fazemos? Sabemos que nossa arte afeta o coletivo imaginário e com isso ela é obrigatoriamente usada para manter ou para desafiar um sistema vigente? Afinal de contas, sabemos para que serve a nossa arte? Ou a pergunta seria: sabemos para quem serve a nossa arte?
Parafraseando o dramaturgo Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido, "Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos espect-atores”. Tenho certeza de que não há como separar a arte da política, aliás, nada se separa da política, como o próprio Boal comentava, tudo na vida é política, até mesmo quando fazemos amor estamos fazendo política. E esse é o papel de quem fala em democracia na arte, levá-la ao povo e as massas precarizadas, tão sedentas de arte e cultura como as elites dominantes e tão rica de expressividade, ou senão mais rica, que qualquer minoria que se julga dona da arte e da cultura.
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.Não há como viver longe dos dilemas e contradições de uma sociedade capitalista e injusta, onde existem explorados e exploradores, dominados e dominadores, oprimidos e opressores; em algum momento ela irá nos tocar. Chegará o dia que teremos de sair da caverna e nos cegarmos com a luz e também descobrirmos que o artista tem um papel social e político e o poder de mexer com a alma e a boca do povo, como explica muito bem a jornalista Rosa Minine, ao se referir ao trabalho da Tribo de Atuadores porto-alegrense Ói Nóis Aqui Traveis: “A rua está repleta de mistificações: a pornografia nas bancas de revista; o consumismo dos outdoors; os enganadores da fé do povo e demais apelos alienantes. Ir para a rua, portanto, tem um conteúdo ideológico cuja diferença está entre adormecer a consciência das massas ou despertá-la. Quando a Arte é colocada a serviço do povo, ela retira dele o melhor de sua obstinação, de sua coragem e determinação de transformar a cruel realidade em que vive, re-elaborando o material e devolvendo a este povo um produto cujo conteúdo e estética são aceitos e reconhecidos como parte de sua luta. E quando isto é feito na rua, constitui-se num verdadeiro embate ideológico com as forças do obscurantismo e do atraso. O povo se identifica com a fala, com os gestos, com a mensagem enfim, e, ao aplaudir, aplaude a si mesmo.”
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O artista que não tem o anseio de fazer ou participar disso já escolheu o seu lado e ao fazer isso corre o risco de ser absorvido pelo sistema e, mesmo com o poder de sua arte nas mãos, não conseguir sair da caverna que aprisiona os homens e os ilude com reflexos de uma realidade distorcida, ditada por um sistema político que o diz como pensar e agir. Levantar a bandeira empunhada por Artaud e atacar o espírito público requer, antes de tudo, coragem. Coragem essa que somente aflora naqueles e naquelas que não trazem a arte na boca e no status e sim na alma, nas entranhas mais profundas de seus intimo.
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O artista que não tem o anseio de fazer ou participar disso já escolheu o seu lado e ao fazer isso corre o risco de ser absorvido pelo sistema e, mesmo com o poder de sua arte nas mãos, não conseguir sair da caverna que aprisiona os homens e os ilude com reflexos de uma realidade distorcida, ditada por um sistema político que o diz como pensar e agir. Levantar a bandeira empunhada por Artaud e atacar o espírito público requer, antes de tudo, coragem. Coragem essa que somente aflora naqueles e naquelas que não trazem a arte na boca e no status e sim na alma, nas entranhas mais profundas de seus intimo.
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A sua arte deve deixar de simplesmente refletir a sociedade e passar a ser o seu mecanismo de transformação caso contrário você será enterrado e esquecido na vala comum dos ignóbeis.
* Artista Plastico
* Artista Plastico
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