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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

CNQ participa de ato internacional em desagravo ao governo mexicano


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CNQ marca presença em ato internacional e mostra solidariedade aos trabalhadores mexicanos; na foto, da direita para a esquerda, Fábio Lins, da Secretaria de Relações Internacionais, da CNQ, Lucineide Dantas, Secretaria de Políticas Sindicais da CNQ e Edson Passoni, do Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo (Foto: Pedro Ribeiro Nogueira) 

Milhares de trabalhadores em mais de 150 países se juntaram neste dia 15 de fevereiro em nome da memória do movimento dos trabalhadores. A causa: lembrar os mineiros mexicanos mortos em 2006, em uma mina em Pasta de Conchos, e cujo caso até hoje não teve desfecho. No Brasil, o ato aconteceu em São Paulo, no bairro dos Jardins, em frente ao consulado mexicano.
O ato teve a participação da CNQ, além da CUT, UGT e outras centrais sindicais nacionais e internacionais, como a CSA (Confederación Sindicalde Trabajadores/as de las Americas) e a CSI (Conferência Sindical Internacional).
Ao fim, uma carta foi entregue ao cônsul com uma lista de reivindicações que pede a responsabilização da empresa e do governo pelas mortes, o fim da violação da liberdade sindical, o fim do uso da força repressora do estado contra trabalhadores/as e o fim da campanha de perseguição política levada à cabo pelo governo contra os sindicatos dos mineiros e trabalhadores de energia elétrica.
Ao contrário dos mineiros chilenos, que foram resgatados em meio à um circo midiático, os mineiros mexicanos sofrem com o descaso e a negligência. Após 5 dias de buscas, em 2006, foram canceladas as investigações e até hoje 63 corpos permanecem embaixo da terra. As investigações para apurar os culpados, nunca caminharam. O governo mexicano, de Felipe Calderón, em conluio com as grandes empresas mineradoras, tenta abafar o caso e persegue todos que se levantam contra seu mando, contra o esquecimento.
Sebastião Cardoso, Secretario Geral da CUT em São Paulo, ressaltou a importância deste ato. “Estamos aqui como forma de protesto e desagravo. Não é possível que o sindicato dos mineiros sofra perseguição enquanto a empresa sem indenizar as famílias, que foram deixadas ao relento. Estamos aqui, assim como companheiros por todo o mundo, para lembrar”, disse.
A CNQ divulga, também, um posicionamento sobre o episódio. Confira abaixo:
O Ramo Químico da CUT manifesta solidariedade aos trabalhadores/as mexicanos que sofrem com o descaso das autoridades mexicanas. Os trabalhadores/as brasileiros e mexicanos, como os demais trabalhadores da América Latina tem muitos problemas em comum: lhes falta Trabalho Decente, arriscam a saúde e a vida, recebem salários baixos, sofrem com a ausência de respeito aos Direitos Fundamentais do Trabalho, e, em especial ao direito à liberdade sindical.
Graças à luta e pressão dos trabalhadores em todo o mundo, o movimento sindical tem hoje vários instrumentos internacionais para cobrar os governos e as empresas, em especial as multinacionais, que mudam a sua conduta de acordo com as realidades nacionais.
Se hoje no Brasil lutamos pela redução da jornada para 40hs semanais, somos solidários à luta dos trabalhadores mexicanos que ainda hoje trabalham 48 horas semanais - sem contar as horas extras.
Um Estado Democrático de Direito tem que criar empregos decentes; ampliar a proteção social e garantir o direito à negociação coletiva para superar os conflitos da relação capital e trabalho, através do Diálogo Social. Portanto, chamamos a atenção das autoridades mexicanas e da sociedade para que os problemas da classe trabalhadora. O descaso com a saúde e segurança no trabalho, em especial nas minas, não pode continuar. É necessário que a garantia condições de segurança seja uma prioridade, já que se trata da integridade física e mental dos trabalhadores em atividade. Queremos respeito à vida!
Um Estado que dá as costas ao seu povo, aos trabalhadores que produzem sua riqueza não tem compromisso com as Metas e Objetivos do Milênio. É o mesmo Estado que abre as mãos para os empresários e para os banqueiros e as fecha para seu povo e se recusa a distribuir renda! Fecha os olhos e se recusa a investigar as causas da explosão na Mina de Pasta de Conchos, onde morreram 65 mineiros no dia 19 de fevereiro de 2006.
Portanto, exigimos uma investigação independente e transparente na qual os responsáveis e os negligentes possam ser responsabilizados e, acima de tudo, que sejam tomadas as devidas providencias para garantir a segurança dos trabalhadores mineiros.
Viva a luta da classe trabalhadora!
Viva a solidariedade entre os povos!
Viva a solidariedade sindical!

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