Leia reportagem publicada pelo jornal O Globo
Escrito por: Leila Suwwan, d'O Globo
SÃO PAULO - Além de derrubar a reivindicação de dar aumento real para o salário mínimo 2011, o governo conseguiu criar um racha no grupo, que se uniu pela primeira vez no ano passado para ajudar a eleger a presidente Dilma Rousseff.
Sem espaço para negociação ou acordo, cada entidade buscou saídas diferentes e acabaram entrando em conflito: a CUT adotou um discurso de "vitória parcial" e criticou a Força Sindical, que tentou, sem sucesso, um acordo com a oposição. Para o deputado Paulo Pereira (PDT-SP), o Paulinho da Força, o PSDB e o DEM traíram os sindicalistas e fizeram um acordo tácito com o governo. Para a CGTB, o "namoro" com o governo está desgastado.
" Foi uma derrota para os trabalhadores e para os mais pobres "
- Não dá para chamar de vitória parcial. Foi uma derrota para os trabalhadores e para os mais pobres. Sabíamos que seria difícil, mas ainda tivemos um problema no final. Achamos que o DEM e PSDB fizeram um acordo com o governo para tirar minha emenda ou a emenda do PV, porque teria chance de ter bastante voto - disse Paulinho da Força, lembrando que sua proposta de reajuste para R$ 560 incorporava um "adiantamento" de R$ 15 do reajuste de 2012.
Para ele, a CUT adotou uma linha "estranha" e "destoante" do acordo feito entre as centrais, de tentar um acordo pelos R$ 560, e não os R$ 580 reivindicados inicialmente.
- Fomos coerentes. A CUT defendeu os R$ 580 até o fim. Nossa estratégia era aceitar os R$ 560 desde que houvesse sinalização do governo ou da base aliada. Mas o Paulinho topou sem sinalização nenhuma. Foi ingenuidade. Acreditar que DEM e PSDB iriam entrar na nossa luta? O que isso! - disse Artur Henrique, presidente da CUT.
Ele afirmou que buscou o PT e o PMDB para tentar emplacar o acordo, sem sucesso. Artur Henrique disse que decidiu ir embora do plenário quando considerou que votação virou um "teatro da demagogia".
- Foi um troço absolutamente teatral. O PSDB e o DEM fazendo discurso de defesa do salário mínimo? E ainda por cima iam ficar xingando? Fui embora. Eu pergunto: por que o PSDB não defendeu em São Paulo um aumento do piso regional equivalente a esses R$ 600 que ficaram martelando? - desabafou Artur Henrique.
Segundo ele, o aumento do mínimo de R$ 510 para os R$ 600 propostos pela oposição (17%) seria equivalente a um aumento de R$ 560 para R$ 655 no piso paulista. O aumento regional de 2011 foi para R$ 600.
O presidente da CGTB, Antonio Neto, também falou em "vitória parcial".
- Não conseguimos o reajuste real para 2011. Mas a política de valorização foi aprovada para até 2015. Nem o Lula conseguiu isso - disse Neto. - Estávamos em um namoro muito bonito, mas teve um desgaste. Vamos ver se conseguimos reatar. Não podemos também crucificar por causa de um mês e meio de gestão. Mas se ela desviar o rumo, vamos ter que tomar atitudes. Nós temos lado.
Paulinho da Força, que é PDT, disse que agora é um momento de reavaliação das relações políticas. Seu partido é da base e foi o que mais "traiu" na votação dos destaques.
- A Força tem gente dos dois lados, situação e oposição. Eu assumi a campanha da Dilma para valer, não porque Serra é adversário, mas porque ele é inimigo. Mas, como não tem diálogo com a Dilma, não temos mais lado - disse Paulinho.
Antonio Neto, da CGTB, deixou claro que, em disputas no Congresso, valerá acordos com a oposição porque "voto é voto":
- Não tem cor, sexo nem gênero.
A CUT, mais simpática ao governo, afirma que a correção da tabela do Imposto de Renda em 4,5% ao ano é aceitável, desde que ocorra uma revisão se a inflação for superior ao centro da meta no final do período - a reivindicação original é de 6,47%, que foi o índice acumulado de 2010. Também está de acordo com uma política específica para os aposentados, que leve em conta o custo de vida específico do setor.
Questionado sobre como a central irá se comportar, Artur disse que as críticas continuarão:
- É a mesma política econômica do Lula. Vamos continuar criticando como criticamos os aumentos da taxa de juros. Só não venham comparar, como fez o Mantega, com os arrochos de 2003 e 2004 porque não é possível comparar as "heranças" do FH com as do Lula.
Sem espaço para negociação ou acordo, cada entidade buscou saídas diferentes e acabaram entrando em conflito: a CUT adotou um discurso de "vitória parcial" e criticou a Força Sindical, que tentou, sem sucesso, um acordo com a oposição. Para o deputado Paulo Pereira (PDT-SP), o Paulinho da Força, o PSDB e o DEM traíram os sindicalistas e fizeram um acordo tácito com o governo. Para a CGTB, o "namoro" com o governo está desgastado.
" Foi uma derrota para os trabalhadores e para os mais pobres "
- Não dá para chamar de vitória parcial. Foi uma derrota para os trabalhadores e para os mais pobres. Sabíamos que seria difícil, mas ainda tivemos um problema no final. Achamos que o DEM e PSDB fizeram um acordo com o governo para tirar minha emenda ou a emenda do PV, porque teria chance de ter bastante voto - disse Paulinho da Força, lembrando que sua proposta de reajuste para R$ 560 incorporava um "adiantamento" de R$ 15 do reajuste de 2012.
Para ele, a CUT adotou uma linha "estranha" e "destoante" do acordo feito entre as centrais, de tentar um acordo pelos R$ 560, e não os R$ 580 reivindicados inicialmente.
- Fomos coerentes. A CUT defendeu os R$ 580 até o fim. Nossa estratégia era aceitar os R$ 560 desde que houvesse sinalização do governo ou da base aliada. Mas o Paulinho topou sem sinalização nenhuma. Foi ingenuidade. Acreditar que DEM e PSDB iriam entrar na nossa luta? O que isso! - disse Artur Henrique, presidente da CUT.
Ele afirmou que buscou o PT e o PMDB para tentar emplacar o acordo, sem sucesso. Artur Henrique disse que decidiu ir embora do plenário quando considerou que votação virou um "teatro da demagogia".
- Foi um troço absolutamente teatral. O PSDB e o DEM fazendo discurso de defesa do salário mínimo? E ainda por cima iam ficar xingando? Fui embora. Eu pergunto: por que o PSDB não defendeu em São Paulo um aumento do piso regional equivalente a esses R$ 600 que ficaram martelando? - desabafou Artur Henrique.
Segundo ele, o aumento do mínimo de R$ 510 para os R$ 600 propostos pela oposição (17%) seria equivalente a um aumento de R$ 560 para R$ 655 no piso paulista. O aumento regional de 2011 foi para R$ 600.
O presidente da CGTB, Antonio Neto, também falou em "vitória parcial".
- Não conseguimos o reajuste real para 2011. Mas a política de valorização foi aprovada para até 2015. Nem o Lula conseguiu isso - disse Neto. - Estávamos em um namoro muito bonito, mas teve um desgaste. Vamos ver se conseguimos reatar. Não podemos também crucificar por causa de um mês e meio de gestão. Mas se ela desviar o rumo, vamos ter que tomar atitudes. Nós temos lado.
Paulinho da Força, que é PDT, disse que agora é um momento de reavaliação das relações políticas. Seu partido é da base e foi o que mais "traiu" na votação dos destaques.
- A Força tem gente dos dois lados, situação e oposição. Eu assumi a campanha da Dilma para valer, não porque Serra é adversário, mas porque ele é inimigo. Mas, como não tem diálogo com a Dilma, não temos mais lado - disse Paulinho.
Antonio Neto, da CGTB, deixou claro que, em disputas no Congresso, valerá acordos com a oposição porque "voto é voto":
- Não tem cor, sexo nem gênero.
A CUT, mais simpática ao governo, afirma que a correção da tabela do Imposto de Renda em 4,5% ao ano é aceitável, desde que ocorra uma revisão se a inflação for superior ao centro da meta no final do período - a reivindicação original é de 6,47%, que foi o índice acumulado de 2010. Também está de acordo com uma política específica para os aposentados, que leve em conta o custo de vida específico do setor.
Questionado sobre como a central irá se comportar, Artur disse que as críticas continuarão:
- É a mesma política econômica do Lula. Vamos continuar criticando como criticamos os aumentos da taxa de juros. Só não venham comparar, como fez o Mantega, com os arrochos de 2003 e 2004 porque não é possível comparar as "heranças" do FH com as do Lula.
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