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segunda-feira, 30 de junho de 2008

3ª Manoca escolhe as representantes da Fase Local


Na noite do último sábado, com o auditório da Faculdade Dom Alberto, em
Santa Cruz do Sul, completamente tomado por 700 pessoas, foram eleitas
as duas representantes locais na Fase Nacional da 3ª Manoca do Canto
Gaúcho. O festival nativista de Santa Cruz do Sul teve o show de
encerramento do cantor Luiz Marenco, muito aplaudido. Os jurados Neco
Machado, Luciano Reyes, Jader Leal, Douglas Osterberg e Mateus Lampert,
elegeram duas das 10 concorrentes para competirem representando Santa
Cruz do Sul na fase nacional da 3ª Manoca. São elas: “As luzes da
tapera”, uma chamarrita de Glauco Lemos e Daniel Petry, interpretada
pelos irmãos Marques, e “Da alma, um canto pra os meus”, com letra,
música e interpretação de Tiago Oliveira.
Também foram premiados o músico revelação, Carlos Augusto Araújo Iser,
contrabaixista de apenas 13 anos, o melhor instrumentista, Fabiano
Torres, na gaita botoneira, e o melhor intérprete, Tiago Souza. O
festival é realizado pela Associação Cultural Pró Rio Grande. O
presidente Diego Moura destacou a valorização dos músicos locais e o
incentivo à participação dos compositores, letristas, instrumentistas e
intérpretes de Santa Cruz e região para apresentarem sua arte. “A fase
local é um reconhecimento e um incentivo ao talento de Santa Cruz”,
destacou. O diretor da Faculdade Dom Alberto, Lucas Jost, enfatizou a
razão que levou o instituto de ensino superior a estabelecer parceria
com este evento, desde sua primeira edição, em 2004: “Educação e
cultura andam de mãos dadas. A Manoca cumpre o seu papel e a Faculdade
também, ao oferecer, resgatar e difundir a cultura e a arte do nosso
povo num festival deste porte”, completou.
O cantor Luiz Marenco lembrou que gravou seu primeiro CD ao Vivo em
Santa Cruz do Sul, durante um Enart. Também destacou ter muitos amigos
na cidade e fez diversas homenagens. Destacou o valor de uma fase local
e da Manoca do Canto Gaúcho para a cultura nativista e parabenizou a
todos pela organização.



COMUNITÁRIA

A Rádio Comunitária de Santa Cruz do Sul, 105.9 FM, levou o festival
aos mais distantes rincões do mundo, pela i nternet. “Como os ingressos
foram vendidos antecipados e a lotação esgotou dias antes do festival,
muita gente que queria assistir acompanhou pela emissora ou, aqueles
que estavam distantes, acompanharam pela internet”, frisou o presidente
da Associação Rádio Comunitária , João Carlos Haisler
A apresentação e reportagens foram de Iran Pas, com comentários do
compositor Francisco Luiz. Dia 30 de agosto tem de novo, com a Fase
Nacional da 3ª Manoca do Canto Gaúcho, quando as duas músicas
classificadas na fase local voltarão ao palco com outras 12 composições
que irão à triagem dos dias 12 e 13 de julho. Os shows da fase nacional
serão de Neco Machado e Convidados e da dupla César Oliveira e Rogério
Melo.
As inscrições para a fase nacional seguem abertas até o dia 9 de julho
e o regulamento pode ser obtido pelo e-mail
manocadocantogaucho@gmail.com .



3ª Manoca do Canto Gaúcho - Fase Local

Músicas Classificadas para a Fase Nacional

“As luzes da Tapera”
Letra: Glauco Lemos
Música: Daniel Petry
Intérprete: Irmãos Marques

“Da alma, um canto pra os meus”
Letra, Música e Intérprete: Tiago Oliveira

Melhor Intérprete: Tiago Souza
Melhor Instrumentista: Fabiano Torres
Músico Revelação: Carlos Augusto Araújo Iser (contrabaixista)

Fonte: Associação Cultural Pró Rio Grande

VIÚVA DE PAULO FREIRE "INDIGNADA" COM MACARTISMO GAÚCHO

VIÚVA DE PAULO FREIRE "INDIGNADA" COM MACARTISMO GAÚCHO Nita Freire, a viúva do educador brasileiro Paulo Freire, afirmou ao Viomundo que ficou indignada quando soube que os promotores gaúchos Luís Felipe de Aguiar Tesheiner e Benhur Biacon Júnior mencionaram a obra do marido dela como prova de que o MST estaria engajado em atividades ilegais. "No Brasil a elite tem raiva do povo", disse ela na conversa. Freire passou mais de 15 anos exilado depois da quartelada de primeiro de abril de 1964. Nita disse que a ação do Ministério Público gaúcho faz lembrar o macartismo dos anos 50. Eu diria que é mais uma patetada de quem lê o Reinaldo Azevedo e leva a sério - sinal de dupla ignorância. Veja a entrevista aqui: http://www.viomundo.com.br/radio/viuva-de-paulo-freire-indignada-com-macartismo-gaucho/ A GUERRA FRIA DO MP GAÚCHO Atualizado e Publicado em 26 de junho de 2008 às 23:08 A Guerra Fria do MP gaúcho 26/06/2008 Por Maria Inês Nassif* Seria uma caricatura, não fosse sério. Um relatório secreto do Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul decreta guerra ao MST, prega dissolver o movimento a bem da "segurança nacional" e define linhas de ataque ao movimento. A ata secreta de reunião no dia 3 de dezembro do ano passado revela que o Conselho constituiu uma força-tarefa para "promover uma ação civil pública com vistas à dissolução do MST e a declaração de sua ilegalidade". A diretriz, que está sendo executada de forma articulada com a Justiça e a Brigada Militar, é a de acuar o movimento em várias frentes: proibir marchas e deslocamentos em massa dos sem terra; investigar os integrantes de acampamentos e dirigentes quanto ao uso de verbas públicas; intervir nas escolas do MST; impedir a presença de crianças e adolescentes nos acampamentos; nos assentamentos, comprovar desvios de finalidade da terra; promover investigação eleitoral "nas localidades em que se situam os acampamentos controlados pelo MST, examinando-se a existência de condutas tendentes ao desequilíbrio deliberado da situação eleitoral" e atuar para cancelar os títulos de eleitor dos assentados. A decisão teria de ficar sob sigilo por 10 anos, mas veio a público quando foi anexada como prova de uma denúncia feita à Justiça pelo MPE contra acampados do MST em duas áreas cedidas por proprietários na proximidade da Fazenda Coqueiros - a inicial da ação esclarece que os promotores tomam essa iniciativa baseados na diretriz do Conselho. Também foi anexado um relatório do Serviço Secreto da Brigada Militar (PM2). A ofensiva do Ministério Público, a pronta anuência de juízes e uma rápida mobilização de efetivos da Brigada Militar montam o cenário de uma Guerra Fria particular: o MPE aciona a Justiça usando um discurso ideológico; o juiz decide em favor da preleção dos promotores; a Brigada Militar responde prontamente às ordens judiciais. Justiça cassou títulos eleitorais As sentenças obtidas até agora são um cerco político ao movimento: uma proíbe a manifestação política de acampados em terra do Incra; outra, de um juiz eleitoral, suspende os títulos de eleitores de acampados em Coqueiros; uma ação do MPE relativa à ocupação do horto florestal da Fazenda Barba Negra denuncia 37 integrantes da Via Campesina por dano, furto, cárcere privado, formação de quadrilha e lavagem dinheiro, inclusive pessoas que não estavam no local - um deles o líder nacional do MST, João Pedro Stédile; as escolas dos assentamentos estão sendo desativadas. Em janeiro, uma pronta sentença do juiz, favorável a ação proposta pelo MPE - a pretexto de investigação de um furto de uma máquina fotográfica, um anel e R$ 200 - permitiu à polícia identificar os 1200 participantes do 24º Encontro Estadual do MST. É esse o quadro: a ação articulada e rápida do MPE, da Justiça e da polícia gaúchas está cassando direitos civis e políticos de cidadãos brasileiros. Inclusive o direito ao voto. O conteúdo ideológico dessa ofensiva está claramente estampado nos autos de processos e em documentos judiciais. A linguagem é tão contundentemente ideológica que é difícil encarar o MPE e a Justiça do Rio Grande do Sul como partes neutras de um conflito. Na inicial da ação civil pública apresentada pelos promotores Luís Felipe de Aguiar Tesheiner e Benhur Biacon Júnior, pedindo a desocupação dos dois assentamentos do MST próximos à Fazenda Coqueiros, eles rezam submissão à orientação do Conselho Superior de "dissolver" o MST e tecem um longo arrazoado sobre subversão. Definem o movimento como "uma organização revolucionária que faz da prática criminosa um meio para desestabilizar a ordem vigente"; asseveram que "já existem regiões do Brasil dominadas por grupos rebeldes"; apontam como indício de subversão "a doação de recursos por entidades estrangeiras, como a organização Cáritas, mantida pela Igreja Católica". A peça ideológica informa que outros dois promotores estaduais fizeram um "notável serviço de inteligência" no MST, e essa arapongagem concluiu que o movimento social tinha uma "estratégia confrontacional", que seria comprovada pelo material apreendido em acampamentos: livros de Paulo Freire, Florestan Fernandes, José Martí, Che Guevara e do pedagogo russo Anton Marenko. De acordo com os promotores, é prova de intenção de atentar contra a segurança o uso de frases como "a construção de uma nova sociedade", "poder popular" e "sufocando com força nossos opressores". Afirmam também que o MST usa de "fraseologia agressiva, abertamente inspirada em slogans dos países do antigo bloco soviético". Como verdades, são citados dois relatórios do Serviço Secreto da Brigada Militar (PM2). Num deles, o coronel Waldir Reis Cerutti garante que o MST é financiado pelas Farc. "Análises do nosso sistema de inteligência permitem supor que o MST esteja em plena fase executiva de um arrojado plano estratégico, formulado a partir de tal 'convênio' (com a Farc), que inclui o domínio de um território em que o governo manda nada ou quase nada, e o MST e a Via Campesina, tudo ou quase tudo". A inicial da ação do MPE não cita, todavia, conclusão de inquérito da Polícia Federal, que não encontrou nenhum indício de ligação do MST ou da Via Campesina do Estado com o movimento guerrilheiro colombiano. O MPE, a justiça e o governo gaúcho (com sua polícia) atiraram-se numa marcha da insensatez, usando perigosamente instituições democráticas para restringir o direito de associação e de manifestação política e o direito ao voto. Esse é um preço que o MST gaúcho pode pagar agora, mas o país todo paga também no futuro. Incentivar a histeria da direita com discurso de fazer inveja aos militares que comandaram o país entre 1964 e 1985 é um caminho a ser evitado. Pode parecer simplesmente ridículo estimular ofensivas contra movimentos sociais com discursos anti-subversivos. É ridículo, de fato, mas não só isso: é igualmente perigoso. *Maria Inês Nassif é jornalista, editora de Opinião no jornal Valor Econômico.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

A verdade e as diatribes

FIDEL CASTRO 23 de Junho de 2008 Sabe-se que nos países industrializados e ricos as pessoas gastam em alimentos, na média, cerca de 25% de sua renda. Os que pertencem a povos que foram mantidos por aqueles no subdesenvolvimento econômico usam para o mesmo fim 80% de sua renda. Muitos passam fome física e sofrem enormes desigualdades sociais. As taxas de desemprego são usualmente duas ou três vezes maiores. A mortalidade infantil se expressa em proporções ainda maiores e a perspectiva de vida se reduz a dois terços da dos países ricos. O sistema é simplesmente genocida. Na Reflexão que escrevi há três dias, afirmei: ‘’Nosso país demonstrou que pode resistir a todas as pressões e ajudar a outros povos’’. Poderia a Europa dizer o mesmo? No informe publicado pela Unesco, ontem, 20 de junho, afirma-se que Cuba ocupa o primeiro lugar entre todos os países da América Latina, tanto em matemática e leitura, na terceira série do ciclo fundamental, como em matemática e ciências, na sexta série, entre mais de 200 mil crianças de 16 países, examinadas ao longo de dois anos; com mais de 100 pontos acima da média regional. É a segunda vez que a Unesco outorga esse reconhecimento a nossa pátria. DIREITOS HUMANOS É de se compreender que nenhum país onde os direitos humanos fossem sistematicamente violados alcançaria tão elevados níveis de conhecimento. Por que se bloqueia Cuba há 50 anos? Porque se calunia Cuba? Por que se criam obstáculos para todo acesso à informação técnica e científica? Por que se deseja conduzir Cuba a um sistema econômico-social insustentável, que não oferece solução para nenhum dos problemas da humanidade? Por algum motivo alguns milhões de cidadãos bolivianos, equatorianos, uruguaios, argentinos, brasileiros, centro-americanos e de outros países da América Latina emigraram para a Europa, onde agora poderão ser brutalmente devolvidos a seus países de origem, caso não cumpram todos os requisitos exigidos pela nova lei anti-imigrantes. O que é pior: um número várias vezes maior de cidadãos do México, América central e do Sul emigrou para os Estados Unidos, cruzando fronteiras, muros e mares, sem documentação alguma ou Lei de Ajuste que os privilegie ou estimule a emigrar, e dos quais mais de 500 morrem a cada ano. Milhares de outros perecem anualmente no México e América Central, vítimas do crime organizado, de disputas pelo mercado de drogas dos EUA, cujo consumo as mais altas autoridades daquele país não podem nem querem combater. O subprocurador José Luis Santiago Vasconcelos declarou que o tráfico de pessoas é a segunda atividade ilegal mais lucrativa. Quando se trata de cubanos, os lucros são comparáveis aos do narcotráfico: ‘’Cobram até US$ 10 mil por indivíduo’’, informou. O dinheiro procede dos EUA. Penso que o México não pode se converter em paraíso do tráfico de imigrantes quando até os próprios guardas costeiros americanos interceptam e devolvem as pessoas capturadas no mar. O México não tem a obrigação de permitir que lhes imponham uma versão da política de ‘’pés secos’’ e ‘’pés molhados’’. Em Cuba não existe crime organizado, nem há impunidade para o tráfico de drogas. Este é combatido com eficácia e sem ensangüentar a nação. O governo dos EUA só não o reconhece por cinismo. Não escrevi nenhuma diatribe contra a Europa, simplesmente disse a verdade. Se ela ofende, não é culpa minha. Para poupar espaço, sequer mencioneis na Reflexão de ontem a exportação de armas, os gastos militares, as aventuras bélicas da Otan, às quais se agregam os vôos secretos e a cumplicidade européia para com as torturas praticadas pelo governo dos EUA. Ignoro se alguém foi preso, em qualquer ponto de Cuba, por violar alguma lei. Isso nada tem a ver com a Reflexão, que solicitei que fosse divulgada apenas por Cubadebate. Relacionar as duas coisas é arbitrário. Usarei este site na internet no ritmo que julgar pertinente. Não abusarei da paciência de ninguém. E não cobro um centavo, meu trabalho é gratuito. Não sou nem nunca serei chefe de facção ou grupo. Não se pode deduzir, portanto, que existam pugnas dentro do partido. Escrevo porque continuo lutando e faço-o em nome das convicções que defendi em toda a minha vida.