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segunda-feira, 14 de julho de 2008

OPERAÇÃO SATIAGRAHA

OPERAÇÃO SATIAGRAHA Privatização da CRT: o capítulo gaúcho dos negócios do Opportunity Marco Aurélio Weissheimer Data: 08/07/2008 PORTOALEGRE - A história dos negócios de Daniel Dantas e do bancoOpportunity tem uma íntima relação com o processo de privatizações dastelecomunicaçõ es no Brasil. E um capítulo especial ligado à políticagaúcha. No dia 16 de dezembro de 1996, o consórcio Telefônica do Brasil(que tinha entre seus integrantes a RBS) ganhou a licitação para aprivatização de 35% da Companhia Riograndense de Telecomunicaçõ es(CRT). O processo de privatização no Rio Grande do Sul foi comandadopelo então governador Antônio Britto (ex-funcionário da RBS e da RedeGlobo). A atuação do grupo midiático gaúcho na privatização datelefônica foi tema de grande polêmica na época. Segundo pesquisarealizada por Suzy dos Santos (do Programa de Pós-Graduação emComunicação e Culturas Contemporâneas da Faculdade de Comunicação daUFBa e Sérgio Capparelli (do Programa de Pós-Graduação em Comunicação eInformação da Fabico/UFRGS) , a RBS esteve presente em praticamentetodos os momentos do processo de privatização das telecomunicaçõ es nopaís. No dia 19 de junho de 1998, o controle acionário da CRTfoi adquirido em leilão pela, agora, Telefônica do Brasil Holding,quando da venda dos 50,12% ainda restantes nas mãos do Estado. Na datada privatização da CRT, a composição acionária da Telefônica do Brasilera: Telefónica Internacional, 30%; RBS, 30%; e o restante das açõesdividido entre a Portugal Telecom, 23%; a Iberdróla (empresa de energiaespanhola), 7%; e o Banco Bilbao Vizcaya, 7%. A RBS acabousofrendo uma pesada derrota neste processo. Segundo relata a pesquisade Suzi dos Santos e Sérgio Capparelli, no mercado nacional existia umacordo informal entre a Rede Globo e a RBS que estabelecia lotes para aatuação dos grupos no setor de telecomunicaçõ es: a RBS se concentrariana região sul e a Globo no centro do país. Nos limites desseacordo, na divisão do Sistema Telebrás em três empresas de telefoniafixa, uma de longa distância e oito de telefonia celular, interessava àRBS, a aquisição da Tele Centro Sul e à Globo, a Telesp, a TelespCelular ou a Tele Sudeste Celular (Rio de Janeiro e Espírito Santo). Oplanos das duas empresas foi por água abaixo a partir da aquisição,pela holding Tele Brasil Sul, da Telesp, por R$ 5,78 bilhões contra osR$ 3,965 bilhões ofertados pelo consórcio formado pela Globopar, oBanco Bradesco e a Telecom Itália. O lance pela Telesp foidefinido sem o conhecimento da RBS. Com a aquisição da Telesp,legalmente, a empresa ficou impossibilitada de concorrer ao leilão daTele Centro-Sul, vencido pela Solpart Participações – BancoOpportunity, Telecom Itália e fundos de pensão. Assim, em vezde solidificar a participação da RBS no mercado de comunicações daregião Sul, a parceria com a Telefónica acabou sendo um tiro no pé dogrupo: serviu de base para a entrada da operadora global no país erestringiu a expansão da RBS. O episódio estremeceu as relações entreas duas parceiras e abalou seriamente o planejamento da RBS. Aempresa já tinha investido US$ 130 milhões na CRT, mas a possibilidadede compra das ações da Telefónica ou de algum outro participante daholding Tele Brasil Sul exigia a captação de mais recursos, condiçãoprejudicada pela crise financeira internacional e a alta nos juros paratítulos de dívidas. No plano político, Antônio Britto, após serderrotado por Olívio Dutra nas eleições de 1998, acabou indo trabalharpara Daniel Dantas como consultor do Banco Opportunity, que passou aadministrar parte do controle acionário da CRT.

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