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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Adequações no setor fumageiro no Brasil

Adequações no setor fumageiro no Brasil Nos últimos meses a pergunta mais freqüente que respondo nos diversos ambientes que freqüento pelo Brasil a fora, é se realmente as indústrias de beneficiamento de fumo estão se deslocando para Santa Catarina. Não , esta afirmativa está errada, pelo fato de não haver previsão de fechamento de unidades no Rio Grande do Sul, e sim a instalação de novas unidades de beneficiamento de tabaco em Santa Catarina e a consequente readequação das atuais unidades instaladas no Vale do Rio Pardo –RS. As multinacionais, Souza Cruz e Universal Leaf Tabacos do Brasil, já atuam de forma descentralizada, as demais empresas seguirão o mesmo caminho estratégico e logístico. È inconcebível, com o volume de 700 mil toneladas anuais, o transporte terrestre de milhares de cargas de fumo para um único ponto de beneficiamento. A Souza Cruz tem entorno de 40 mil agricultores integrados e a unidade de Santa Cruz do Sul onde beneficia o fumo oriundo de 17 mil propriedades, o restante é beneficiado nas usinas de Blumenau -SC e Rio Negro no Paraná. Já a Universal Leaf , com 50 mil agricultores integrados, instalou em 2005 uma unidade de beneficiamento em Joinville-SC, onde beneficia os fumos produzidos naquele estado e no Paraná. A retenção dos créditos de ICMs pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul nos governos de Germano Rigotto e de Yeda Crusius, aceleraram esse processo de adequação das plantas industriais. Some-se a isso a disputa dos estados vizinhos interessados em gerar novos empregos e pela agregação de valor adicionado, proporcionado aos municípios sedes das plantas , pelo beneficiamento do tabaco para exportação. O Governador Luis Henrique de SC afirma não oferecer nenhum benefício diferente ao setor fumo, condições iguais aos demais setores. E isso já é muito atrativo. A modernização dos portos catarinenses e paranaeses também pesou e pesa na decisão estratégica das multinacionais. As demais empresas ( Alliance One, CTA, Premiun, KBH&C e outras...) com aproximadamente 80 mil agricultores integrados, seguem o mesmo caminho e já estão em tratativas com os estados vizinhos, procuram consolidar incentivos municipais e benefícios fiscais junto aos governos estaduais, ao mesmo tempo em que aproveitaram o período eleitoral municipal para pressionar pelo recebimento dos créditos retidos no RS. Afirmo que, mesmo que os créditos estivessem em dia , a redistribuição das plantas industriais ocorreria pela competitividade no setor Lembrando ainda, que com a recente valorização do Dólar frente ao Real e ao Euro, a expectativa de arrecadação das empresas com a exportação cresce de R$ 3,52 bilhões para R$ 4,82 bilhões, acréscimo de R$ 1,32 bilhões. Valor este muito superior aos eventuais créditos retidos, que aliás, não podemos esquecer, foram usados como desculpa para pagar menos aos fumicultores nas safras 2005/2006 e 2006/2007. *Albino Gewehr – Técnico agrícola • Representante da CUT na Câmara Setorial do Fumo. • Assessor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul - FETRAF-SUL

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