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quinta-feira, 18 de março de 2010

Mentira tem perna curta

Escrito por Vermelho Documento dos professores desmascara Paulo Renato e governo Serra O secretário de Educação do governo Serra, Paulo Renato, mentiu ao jornal O Estado de S. Paulo, na segunda-feira (15), ao dizer que não havia sido procurado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), o maior da categoria, em greve desde do dia 8. É o que revela o próprio Estadão em nova matéria, publicada nesta quarta (17). Conforme atestou o jornal, sindicatos que representam professores e funcionários da rede estadual de educação de São Paulo procuraram, sim, a secretaria para negociar um reajuste salarial antes de levar a greve à votação em assembleia. A Apeoesp mostrou à reportagem uma solicitação de audiência protocolada em 22 de janeiro. O documento é assinado também por outros cinco sindicatos - dos Funcionários e Servidores de Educação, de Supervisores do Magistério, dos Professores Aposentados (Apampesp), dos Diretores e Especialistas (Udemo) e o Centro do Professorado Paulista (CPP). “Avisados” pelo Estadão, a secretaria confirmou a solicitação e informou que representantes da Apeoesp foram recebidos dia 26 de janeiro. Paulo Renato, no entanto, só recebe um sindicato por vez. “Ele não recebe o conjunto de entidades, mas estamos juntos nas escolas — e é justo que trabalhemos juntos nas reivindicações”, diz o presidente do CPP, José Maria Cancelliero. “Para não haver dúvidas de que queremos conversar, encaminhamos hoje mais uma solicitação de audiência.” A greve Na última sexta-feira, professores e funcionários da rede estadual de ensino decidiram manter a greve iniciada no dia 8. Cerca de 40 mil profissionais participaram da assembleia — que fechou parte da Avenida Paulista, uma das mais importantes da capital paulista. Segundo a Apeoesp, 80% do magistério está paralisado. Após a assembleia, os professores saíram em passeata até a Praça da República, na região central da cidade, onde realizaram protesto em frente à Secretaria de Estado da Educação aos gritos de "Fora, Serra". A categoria denuncia a inflexibilidade do governador José Serra nas negociações e protesta contra a política educacional no estado. “É uma honra muito grande dizer 'não' ao autoritarismo do governo de São Paulo. Esta foi uma semana de teste que Paulo Renato e Serra quiseram fazer conosco”, afirmou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel). Além de negar dialogar com a categoria, o governo tucano vai cortar o ponto dos manifestantes e impedi-los de receber bônus de desempenho. A secretaria tem constrangido professores que pretendem participar da greve, bem como proibido que se ingresse nas unidades para divulgar o movimento. Apesar das ameaças, nova assembleia está marcada para sexta-feira (19), no vão do Masp, na avenida Paulista, a partir das 14 horas. As principais reivindicações da categoria são o reajuste salarial de 34,3%; suspensão da avaliação de mérito e das provas dos ACTs; a incorporação de todas as gratificações, extensiva aos aposentados; plano de carreira; garantia de emprego; revogação das leis discriminatórias ao professor; e concurso público de caráter classificatório. Segundo Carlos Ramiro de Castro (Carlão), diretor da Apeoesp, os professores só retomam as atividades se houver negociação por parte do governo do estado. "Esta greve já começou com volume. É uma queda de braço com o governo, e só voltamos se houver negociação e atendimento às nossas reivindicações.” Cenário desolador Um professor de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental tem salário-base de R$ 785,50, na jornada de 24 horas semanais. Já na jornada de 40 horas semanais, o valor passa para R$ 1.597,55 (menos de três salários mínimos). Para o corpo docente que leciona para alunos da 5ª a 8ª série e no Ensino Médio, o salário-base é R$ 909,32 e R$ 1.834,85, respectivamente, para 40 horas semanais. A rede de São Paulo conta com mais de 220 mil professores e 5 milhões de alunos. Segundo a Apeoesp, os professores que compõem o comando de greve estão visitando as escolas para conversar com pais, alunos e professores, explicando o porquê da paralisação.

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