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terça-feira, 17 de maio de 2011

Um pequeno – ou não – desabafo!!


Busquei  a seguinte postagem no blog do Fabiano Bacchieri porque achei de fundamento socializo aqui com vocês.

Bom dia!
Ando meio preocupado com o rumo que as coisas estão tomando. Nos últimos meses, tenho visto uma busca quase que constante pela popularidade. Não que eu não goste disso, seria demagogia da minha parte dizer que não gosto de ser popular, claro que gosto, mas acho que muita gente está pagando caro por isso.
Tenho as minhas reflexões e tenho o meu limite, sei quanto posso gastar, e sei quanto me custa pagar por isso. Quando falo em preço, falo em algo que tenha valor, neste caso a música e em um caso mais específico ainda, valor moral e cultural. Tenho visto, cada vez mais e isso me deixa triste e ao mesmo tempo até um pouco irritadiço, a necessidade urgente em se fazer algo “popular”, algo que “estoure” neste ”mercado” da música gaúcha. Muito bem, acho lindo que a música seja popular, sinal que ela atingiu seu objetivo, o de chegar e ser aceita pelo público, mas quanto custa essa popularidade?
Façamos uma rápida análise… O que é popular hoje? O que se escuta nas rádios? Ou na internet? O que o povo realmente ouve? – posso estar errado, afinal é uma análise minha, mas me palpita que a coisa anda caminhando como caranguejo.
Restam-nos as rádios virtuais peleadoras e merecedoras do nosso respeito e do nosso “muito obrigado” por difundirem nossa música, um que outro programa nas rádios locais, e alguns programas televisivos, normalmente em horários desgastantes e quase todos com o mesmo formato. Outro dia, falando com um amigo que possui um conhecimento respeitável cultural e musicalmente ouvi a seguinte sentença – “Como vocês podem escutar isso, isso termina afastando a pessoa da música. Está atrapalhando e não ajudando”… sentença na qual concordo em parte… – Mas não vou falar sobre isso aqui, não neste momento.
Faz algum tempo que ando refletindo sobre isso e vendo muita gente reclamando que a coisa não é fácil, isso sabemos todos, mas afinal, qual é o objetivo?
Não sou muito futeboleiro, mas no domingo do Grenal, soube que o Marenco cantou o hino Rio-grandense no estádio Olímpico, isso realmente me deixou muito feliz, um expoente da música gaúcha foi quem cantou o hino em um local neutro, fora da “ilha nativista”. Poderia ter sido qualquer cantor, qualquer grupo e de qualquer “ilha”, mas foi um artista ligado à música regional, reafirmando assim o grande valor cívico que temos e o grande respeito que o público gaúcho tem pelo seu chão. Não vi, mas ouvi comentários que o público presente continuou cantando o hino até o final… Isso realmente é de arrepiar e merece algo mais. Para mim, essa é a prova de que a popularidade está relacionada com a verdade, com a seriedade, com a preocupação real e constante de se fazer realmente o que nos emociona e nos arrepia, de fazer aquilo que realmente gostamos e acreditamos.
Seremos populares? Isto é muito relativo, mas afinal, qual é o objetivo?
Diariamente escuto coisas como, “essa vai estourar!”… Ou “bhá esse refrão é pegajoso mesmo!” ou ainda, “será que o público vai cantar?”… Se fosse fórmula matemática, todo mundo era popular e não havia essa preocupação, mas a coisa não é bem assim…
O problema não é ser popular, muito pelo contrário, o problema é querer ser popular! Ai a coisa muda de figura, normalmente vem junto com o desespero de alcançar a popularidade, o preço pago! Inicia o ciclo da produção medíocre e da busca do famoso refrão pegajoso! Aumenta a facilidade de se achar tudo lindo e diminui a autocrítica! Voltam-se os olhos para o antigo e se esquece do novo, volta-se para o novo e se esquece do antigo, a busca inconstante do “tema perfeito” aquele que é bem triste e ai as pessoas vão chorar e se emocionar, ou aquele bem alegre, ai as pessoas vão bater palma e dançar e vai ser um sucesso… Aquela programação anterior, a que é feita para alcançar um objetivo, aquela encomendada para dar certo…,
Isso custa muito caro, se paga em longo prazo, em várias e intermináveis parcelas de essência, moral, ideologia e principalmente… Vergonha na cara.

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