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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ainda sobre a "elétrica" Moenda...

Ainda sobre a "elétrica" Moenda...

Como prometi, volto a falar da 24ª Moenda para acrescentar alguns comentários sobre os shows e premiação. Começando pelos shows, que emoção o Santo Antônio Canta a Moenda, com músicas que marcaram o festival. Emocionante e mostra o amor que a comunidade tem pelo seu festival. Ginásio cantando junto O Festival, foi de arrepiar! Também no domingo, o show de Arisson e Emerson Martins, vencedores da edição do ano passado -mas como cantam bem aquelas criaturas! Um show de respeitar... bom repertório, instrumental e vocal impecáveis. Mais uma ótima opção para shows de festivais, senhores organizadores!

Quanto ao resultado? Sim, gostei. Cada uma das finalistas tem um estilo diferente - e cada uma delas é muito boa no seu estilo. Então fico imaginando a dificuldade em definir uma premiação com tanta diversidade! Não queria estar na pele dos jurados - Caetano Silveira, Leandro Cachoeira, Rodrigo Bauer, Shana Müller e Zebeto Correia - ô situaçãozinha danada!

Se saíram muito bem, em todas as decisões. Talvez a única que não concordei plenamente foi Elétrica (foto1) em 1.º... quem sabe um segundo (inclusive comentei isso com o Érlon). Na minha humilde opinião, para primeiro caberia mais Violas do Sul do Brasil ou Cabeça, mas enfim... acho que a vencedora (que gostei desde a primeira vez que ouvi) fica dentro do contexto que, afinal, é a proposta do festival: compor sem "pré"-conceitos e integrar diferentes estilos... tem quem faça isso na letra, e há quem o faça na melodia - e é isso que vejo que Érlon fez em Elétrica.

E ela é o clima da Moenda... pra cima, arejada, com o Pirisca e o Érlon bem a vontade, baita astral. Se a letra é simples, a melodia é forte... um refrão que gruda na memória da gente...com uma "pegada" rockeira, assim como já fez o Luiz Carlos Borges e a Banda Estado das Coisas em outra edição da Moenda (grupo que segue seu Rock de Galpão).



Também gostei demais da interpretação do Vinícius (foto2) - e que música bonita! A das violas também, de arrepiar, resgatando junto a catira e a chula. Show de trabalho de pesquisa!

Enfim, comentei tudo isso para então chegar em como vejo o papel da Moenda, que não é um festival nativista, mas um festival de música brasileira -e dos mais ricos e fortes: é um espaço para a criação e, como diz o slogam usado em algumas edições, "Um festival sem fronteiras".

UNIVERSALIDADE:Nesta segunda pela manhã encontrei o Rodrigo Bauer (jurado) no café lá da pousada e, conversando sobre as músicas, escuto dele uma declaração bem interessante: disse que vivia na fazenda e ama a música campeira, mas muita coisa do que se está fazendo de música campeira hoje acaba sendo muito parecido e fechado.. (não lembro exatamente as palavras mas o sentido era esse). E acrescentou -"Nós tínhamos festivais onde se tinha na mesma edição Jayme Caetano Braun e Jaime Vaz Brasil, e isso é uma maravilha. É preciso mais dessa universalidade. E é por isso que gosto da Moenda". Falou e disse!

Parabéns aos jurados; a todos os finalistas, que deram um show no palco, e aos organizadores, em especial à competente Carmem Monteiro pela baita festa da música que tivemos! E até a próxima Moenda!


texto - Tânia Goulart / www.jornalnh.com.br/abcdogaucho.

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