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domingo, 10 de julho de 2011

30 mil metalúrgicos ocupam a Anchieta pelo fortalecimento da indústria nacional

Preocupados com o aumento das importações de veículos e autopeças, e com possível fechamento de fábricas, trabalhadores param atividades para participar da passeata

Escrito por: SMABC


Na manhã desta sexta-feira, (08), mais de 30 mil metalúrgicos de São Paulo e ABC ocuparam a pista lateral da via Anchieta, sentido baixada santista, para protestarem contra o alto volume de importação, proteção a industria brasileira e geração de emprego de qualidade.

A concentração dos companheiros do ABC teve início às 7h da manhã, em frente ao portão principal da Mercedez-Benz, em São Bernardo do Campo. Durante o percurso da marcha trabalhadores (as) das empresas Mahle e Ford engrossaram a manifestação e foram de encontro dos companheiros da capital, que os aguardavam no km 12,5 da via Anchieta, para juntos chamar atenção do governo federal para o grande volume de importações, principal responsável pelo risco de desindustrialização no país, que foi tema de seminário realizado em maio deste ano, momento em que ficou nítida a preocupação da categoria com a manutenção de seus empregos.

O Deputado Federal e metalúrgico, Vicentinho, participou da atividade e em sua fala pediu apoio da categoria a dois projetos de lei de sua autoria. Uma das PLs proíbe o poder público, em todas as suas esferas, de comprar automóveis importados, e a outra exige que todo o carro fabricado no país deva ter ao menos 70% das peças produzidas no Brasil, como forma de alavancar o emprego na indústria. “Temos que aprovar esses projetos no congresso, pois, a cada carro que importamos deixamos de criar 29 empregos em nosso país”, ressalta Vicentinho.

Os manifestantes demonstravam a insatisfação com a importação de veículos chineses, chamados de carros “lego”, pelos trabalhadores, em alusão ao brinquedo infantil. “Não queremos apenas montar os carros, queremos produzir veículos do início ao fim, isto inclui peças e tecnologia”, afirmou um manifestante cutista.

No ato também estavam presentes lideranças femininas de outros segmentos, como a Presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvândia Moreira Leite, a Cidinha, Presidenta do Sindicato das Costureiras do ABC e Cida Trajano, Presidenta da Confederação Nacional das Trabalhadoras em Vestuário (CNTV).

Representando a Central Única dos Trabalhadores estava o Secretário de Administração e Finanças da CUT, Vagner Freitas, que fez questão de destacar que a unidade das centrais sindicais se constrói na luta dos trabalhadores e defendeu o fortalecimento da indústria nacional. “Nós representamos a luta dos trabalhadores, e essa luta não é exclusiva de uma central ou de outra, por isso estaremos sempre juntos na luta pelos direitos dos trabalhadores. Cada emprego gerado na indústria causa impacto em toda a economia, e não existe desenvolvimento sem política industrial de qualidade, muito menos país forte sem investimento na indústria interna. Por isso continuaremos na luta pelo fortalecimento da indústria nacional e pela manutenção e ampliação dos empregos no Brasil”, finaliza Freitas.

Sérgio Nobre, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, comentou a importância do ato para a classe trabalhadora e lamentou a tentativa do Supremo Tribunal de Justiça em barrar a manifestação na via Anchieta. “Hoje o direito dos trabalhadores (as) se fez valer nas ruas, mesmo com a ditadura militar tentando nos impedir. Vamos ter que fazer outros atos como estes para que o governo federal se sensibilize, pois, esta grande manifestação não é contra ninguém, e sim para defender nossos direitos e as nossas indústrias, patrimônio que demoramos em construir”.

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