Produção cultural, eventos e festivais de música. Planejamento Estratégico e Operacional, Formação política, para sindicatos e ONGs

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Diretora de Direitos Humanos do RS faz pós promovida pelo SindBancários e Fapa

Fonte: Imprensa SindBancários com informações Zero Hora
 
O jornal Zero Hora de domingo, dia 9, Editoria de Política, destaca a recém nomeada diretora de Direitos Humanos, da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Tâmara Biolo Soares. Formada em Direito pela Ufrgs, com atuação na Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica, e mestrado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, atualmente é aluna do curso de pós-graduação O Pensamento Marxista Clássico e a Atualidade, oferecido pelo SindBancários e a Faculdade Porto-alegrense.

“O Sindicato dos Bancários está na vanguarda ao criar esta especialização. Depois da crise financeira de 2008, que atingiu todos os segmentos, a corrente teórica do Marxismo está sendo retomada como forma de educar para a melhor compreensão da sociedade”, explica Tâmara. “ O curso está superando minhas expectativas. Professores de alto gabarito têm ampliado a minha visão sobre temas da realidade e a relação destes nas diferentes classes sociais. O SindBancários está de parabéns, pois ao estimular a formação, fortalece o seu público e presta um grande serviço à sociedade”, destacou.

Apostando em campanhas de conscientização e em parcerias com o governo federal, organismos do Mercosul e da União Europeia para financiar projetos de inclusão social, Tâmara quer trabalhar para que a sociedade gaúcha adquira uma nova compreensão sobre o tema direitos humanos. “Apenas a inclusão transforma a sociedade num lugar mais pacífico, por isso a preocupação tem que ser de todos”, afirma Tâmara.


> Confira a reportagem do ZH

REFORÇO NO GOVERNO

Um novo rosto dos direitos humanos na política gaúcha

Quando dizia para os colegas do curso de Direito da UFRGS que queria se especializar em direitos humanos, a porto-alegrense Tâmara Biolo Soares, 29 anos, era quase desacreditada: ninguém imaginava que ela teria futuro. Sete anos depois de formada - com atuação na Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica, e mestrado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos -, a recém nomeada diretora de Direitos Humanos da Secretaria Estadual da Justiça e Direitos Humanos desponta como a nova promessa gaúcha da área.

Seguindo um caminho já trilhado pela ministra Maria do Rosário e por defensores da causa como Jair Krischke e Marcos Rolim, a jovem chamada de “prodígio” pelo secretário Fabiano Pereira tem a pretensão de transformar o Estado em “exemplo para o continente americano”.

Apesar do olhar global de quem já atuou em processos contra multinacionais por violações de direitos humanos na Nigéria, contribuiu com ONGs na Índia e participou de julgamentos casos envolvendo países latino-americanos, a nova diretora quer valorizar experiências locais em andamento, como os Territórios da Paz, implementados pelo então ministro Tarso no Ministério da Justiça.

"O Estado é o principal promotor de direitos humanos, e isso só acontece com inclusão",  defende.

A experiência internacional começou ainda durante a faculdade. Depois de aprovada em seleção na UFRGS, fez um intercâmbio de seis meses na Universidade do Texas. Lá, disputou com norte-americanos e conquistou uma bolsa para estagiar na Corte Interamericana. A passagem foi tão bem-sucedida que ela acabou convidada para retornar à Costa Rica depois de se formar, tornando-se a primeira brasileira a trabalhar no local. Após três anos e meio na Corte, ganhou uma bolsa para o mestrado em Harvard.

Disposta a se engajar na transformação social, Tâmara retornou dos Estados Unidos no ano passado e, desde então, trabalhava na ONG Canta Brasil. Ao acompanhar a criação da nova secretaria de Justiça e Direitos Humanos pelo governo de Tarso, de quem se diz admiradora, ela mesma fez contato e se colocou à disposição para auxiliar na área.

Jovem vai buscar recursos em parcerias no Exterior

Apostando em campanhas de conscientização e em parcerias com o governo federal e com organismos do Mercosul e da União Europeia para financiar projetos de inclusão social, Tâmara quer trabalhar para que a sociedade gaúcha adquira uma nova compreensão do tema dos direitos humanos.

"É muito equivocado esse discurso de que direitos humanos são só para quem está preso. Apenas a inclusão transforma a sociedade num lugar mais pacífico, por isso a preocupação tem que ser de todos."

“Queremos fazer do nosso Estado um exemplo”

Tâmara Soares, Diretora de Direitos Humanos do RSAinda sem gabinete, a nova diretora de Direitos Humanos do Estado Tâmara Biolo Soares concedeu entrevista à ZH na quinta-feira, na sala provisória do secretário da Justiça e Direitos Humanos Fabiano Pereira, no primeiro andar do Centro Administrativo. Com a voz lapidada pela experiência em tribunais internacionais, contou seus planos para o cargo.

Zero Hora - Como foi a sua decisão de retornar ao Estado e assumir o cargo?

Tâmara Soares - Sempre fui apaixonada pelo tema dos direitos humanos, sempre quis trabalhar pela emancipação do ser humano. Então, tive essa experiência na Corte Interamericana, que é o principal órgão em termos jurídicos do nosso continente. Trabalhei em casos de dezenas de países, mas senti a necessidade de voltar a fazer um trabalho mais local, de promoção dos direitos humanos. E quem faz essa promoção, o ente principal, é o Estado. Retornei para o Brasil e comecei a trabalhar para uma ONG. Quando houve a eleição de Tarso Genro, uma personalidade que sempre admirei politicamente, pensei que seria o momento adequado de me inserir neste projeto para o nosso Estado, para contribuir.

ZH - Quais são seus principais projetos da diretoria?

Tâmara - Queremos levar esse debate da sociedade, do que significa direitos humanos, e colocar em prática diretrizes. A primeira é a inclusão social. O desenvolvimento econômico não avança se não for acompanhamento de desenvolvimento social. Um dos projetos é a ampliar o número de Territórios da Paz em comunidades conflagradas de violência. Precisamos levar acesso à educação, saúde. Também queremos estimular cursos pré-vestibulares para pobres e negros. O Rio Grande do Sul ainda tem 24% da população em situação de insegurança alimentar. Precisamos combater isso.

ZH - Acostumada a trabalhar em organismos bem estruturados, como vai lidar com a falta de recursos?

Tâmara - Obstáculos existem em qualquer parte, mas vamos buscar recursos com o governo federal, com o Mercosul, com a União Europeia. Queremos fazer com que nosso Estado se torne exemplo em plenitude de direitos humanos, um exemplo para o nosso continente em inclusão social e igualdade de condições. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário